[Resenha #112] O Diário do Caçador de Ulisses Aguiar

Classificação: 3 estrelas
sinopse:
Se for verdade que os melhores segredos se guardam por si mesmos, seria razoável pensar que existem, apenas, nos limites entre a realidade e a ficção. Silenciar o pensamento para melhor ouvir; fechar os olhos para enxergar; questionar para afirmar. Estes são os instrumentos do sábio que se atreve a desvendar as fronteiras de sua imaginação e de sua consciência, embora ciente de que jamais poderá encontrar algo que não existe; tal a beleza dos infinitos mares da mente. Percorrendo os quatro cantos do mundo, O Diário do Caçador remonta a uma tradição secular, pela qual homens e mulheres de notável saber transmitiam seus conhecimentos em manuscritos feitos a pena, inseridos em discretos cadernos de couro: os Diários. Este diário irá convidá-lo a desafiar limites e fronteiras em uma busca pelo papel fundamental que o ser humano desempenha para consigo mesmo, para com seu próximo e para com o planeta como um todo.



Resenha:

Recebi esse livro de parceria com o autor, e fiquei muito contente com a dedicátoria, muito linda e tenho que dizer que letra linda o Ulisses tem!

"Em azul profundos e convidativo, os olhos do mar escodiam o que haviam testemunhado durante os dias, as noites, as semanas, os meses e os anos anteriores. Parecia apenas se importar com a vida que lhe fora renovada pelo sol daquela manhã e pelos olhos dos poucos sobreviventes do barco que singrava por sua imensidão" pág 15

A história já começa a ser explicada no prólogo, no ano de 2100 da Era Cristã, trinta anos após uma grande catástrofe, mais de cinquenta por cento das terras submersas, restando poucas terras habitáveis. 
O norte da África, Europa Ocidental, Ásia Central e quase toda a América do Sul.

No final da década de 2070 começou a aparecer homens e mulheres com habilidades especiais, nascidos para trazer ordem ao caos, paz aos pertubados, luz àqueles que estavam na escuridão.
Essas pessoas são conhecidas como "Talhados" , e possuem três subdivisões: a primeira são os talhados do manto, pessoas íntegras e de caráter nobre, sendo cada um dignificadas com o Manto da Consciência : dons destinados a cura ou comunicação com o plano visível e invisível.
A segunda são os talhados da perdição,  que infelizmente representam os  "talhados" que foram corrompidos, levando-os a desacreditar dos valores que defendiam, e formentaram a miséria, a discórdia e a tristeza do mundo.E a terceira temos os adormecidos, que ainda vão desenvolver o seu dom.

Para aprender a lidar com seus dons, os talhados são levados a centros, onde grandes mestres os ensina a conseguir o equilíbrio interior e toda a concentração necessário para usar o dom da melhor forma possível.

O talho mais raro nessa história, é o talho com o dom do caçador, um dom muito raro e que está numa batalha entre a luz e a escuridão, sendo o caçador,  o fator decisivo para o equilíbrio do planeta.

 "A cada degrau que subimos na escada do conhecimento, somos testados em maior intensidade. Em breve, subiremos mais um degrau em nossas escadas e estou certo de que firmaremos os pés lá." Pag. 44

Os capítulos são bem curtos e cada um se passa em um local diferente, com diferentes pessoas das mais diversas localidades e com dons diferentes.

"Porque um diário traz percepções, considerações e análises particulares acerca de diversas situações às quais um indivíduo é exposto. Na busca do domínio de nossos mantos, travamos contato com experiências únicas, das quais cada um consegue abstrair um fragmento do conhecimento que se oculta naqueles momentos." pág 126

O que eu não gostei foi a capa, a editora deixou muito a desejar, confesso que se visse o livro na livraria, eu nem daria bola, não chama a atenção e dá uma idéia totalmente errada do tipo de livro, para mim, parece um livro de auto-ajuda ou um diário de navegantes. Eu sou a favor, de uma mudança de capa!
Quanto a diagramação, é excelente, as folha são amarelas, ótimo!

"O diário do caçador" nos deixa algumas lições, como somos parte da natureza e devemos cuidar do nosso planeta, como tratar o próximo, como devemos cultivar amor em nossos corações em vez de sentimentos de ódio e egoísmo. Este livro tem uma linguagem bastante poética e reflexiva.