A Invasão de Tearling
A Rainha de Tearling # 2
Erika Johansen
ISBN-13: 9788556510471
ISBN-10: 8556510477
Ano: 2017
Páginas: 400
Idioma: português
Editora: Suma de Letras Brasil
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Sinopse: Kelsea Glynn é a rainha de Tearling. Apesar de ter apenas dezenove anos e nenhuma experiência no trono, Kelsea ficou rapidamente conhecida como uma monarca justa e corajosa. No entanto, o poder é uma faca de dois gumes. Ao interromper o comércio de escravos com o reino vizinho e tentar conseguir justiça para seu povo, ela enfurece a Rainha Vermelha, uma feiticeira poderosa com um exército imbatível. Agora, à beira de ver o Tearling invadido pelas tropas inimigas, Kelsea precisa recorrer ao passado, aos tempos de antes da Travessia, para encontrar respostas que podem dar ao seu povo uma chance de sobrevivência. Mas seu tempo está acabando... Nesta continuação de A rainha de Tearling, a incrível heroína construída por Erika Johansen volta para outra aventura cheia de magia e reviravoltas.
Resenha:
Kelsea era uma moça insegura no livro anterior, cheia de dúvidas e preocupada constantemente por não ser bonita. Ela conseguiu assumir o trono de Tearling e ganhar a lealdade de seu povo. Ela deu fim ao terrível tributo de escravos que a sua nação pagava ao reino vizinho, Mortmesne, governado por uma figura assustadora e maldita chamada Rainha Vermelha.
"A segunda Invasão Mort tinha tudo para ser um verdadeiro massacre. De um lado estava o superior exército mort, de posse das melhores armas disponíveis no Novo Mundo e comandado por um homem que não hesitava por nada. Do outro estava o exército tear, com uma fração do tamanho e portando armas forjadas com ferro barato que quebrariam com o impacto de bom aço. As chances não eram ruins, e sim catastróficas. A ruína de Tearling era iminente".
Acabar com o tributo deu à Mortmesne uma desculpa para invadir, e neste livro seu exército já está concentrado na fronteira oriental de Tear. Kelsea tem um exército insuficiente e muitos inimigos, e inclusive a oposição da igreja. Kelsea também se sente abandonada pelas safiras, cuja magia tomou uma virada mais sutil que Kelsea não entende. Enquanto Kelsea tenta descobrir como lidar com o exército de Mort, que é maior e mais tecnicamente avançado do que o dela, ela é atacada por episódios que parecem transes, em que ela vê a vida de uma mulher em um lugar completamente diferente, o mundo pré Travessia de onde vieram os antepassados de Kelsea. Esta mulher, Lily Freeman Mayhew, viveu em 2050, onde a tecnologia ainda existia, e mesmo que aparentemente ela vivia uma vida perfeita, nada é o que parece ser. Revelações irão mostram que o destino de Lily é importante para o destino tanto de Mortmasne quanto de Tearling.
"Os erros do passado não são menos significativos, só são mais difíceis de consertar. E, quanto mais você os ignora a favor dos assuntos do presente, maior é esse dano, até que os problemas do passado acabam criando os problemas do futuro".
"(...) E agora Kelsea via que não havia diferença em qual visão ela vivesse. Passado ou futuro, nas duas direções só havia terror. Ela se virou para o horizonte e recomeçou a contar os próprios erros, se preparando para sofrer por cada um deles de novo, um de cada vez. Preparando-se para sofrer."
"Kelsea se perguntou de repente se a humanidade realmente mudava. As pessoas evoluíam e aprendiam com o passar dos séculos? Ou a humanidade era apenas como a maré, a lucidez avançando e depois recuando com a mudança das circunstâncias? A característica mais peremptória da espécie podia ser a recaída".
Kelsea terá que lidar com uma guerra iminente, com as suas visões e também entender como suas safiras funcionam e se elas podem afetar os rumos da guerra e por fim levar a destruição da terrível Rainha Vermelha. Precisa descobrir como os seus poderes funcionam, será que ela está pronta para manejar algo tão poderoso quando as safiras?
A narrativa de Lily é realmente interessante e muito bem desenvolvida, embora eu deva dizer "Meu Deus que horrível", há uma estratificação social bastante horrível e as mulheres são propriedade, simplesmenet terrível. E, embora explique muito sobre as origens de Tearling, há muito que é deixado sem resposta também, espero que seja explicado no próximo livro.
Há também essa tensão interessante entre o relacionamento de Kelsea com o passado e o futuro. Nós vimos um pouco sobre o relacionamento problemático de Kelsea com o passado por meio de sua rejeição de tudo o que sua mãe representa; ela não quer repetir os erros de sua mãe, mas neste livro ela ganha mais compreensão da situação dela e tem que pensar seriamente até que ponto ela pode deixar seu ressentimento de sua mãe guiar suas ações. Além de sua mãe, Kelsea está vinculada a outra mulher - a Rainha Vermelha - e outra pergunta que Kelsea deve responder é se ela também repetirá os erros dela e deixará seu futuro seguir o curso do passado da Rainha Vermelha.
A Invasão de Tearling possui todas as melhores qualidades do primeiro livro, com uma narrativa acelerada e cheia de ação, personagens envolventes e mais detalhes sobre o mundo único e fascinante de Johansen. Mas este segundo livro não só continua a fazer tudo o que o antecessor fez bem, mas também aumenta as apostas na guerra entre Kelsea e a Rainha Vermelha, levando os leitores a finalmente duvidar se Kelsea realmente possa ter sucesso em seus esforços, apesar das cotações no início de cada capítulo que diz que ela conseguiu. A autora acrescenta novos personagens e desenvolve a história de Tearling, que acrescenta nova profundidade e dimensão ao mundo de fantasia criado. A inteligência do conceito em que esta toda a série se baseia terá o seu pioneirismo até o fim. Devo também dizer que tem pitadas de Game of Thrones e de Jogos Vorazes, então fãs de fantasia e distopia vão amar essa série. Recomendo!
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