29.1.14

[Resenha #311] Filhos do Jacarandá - Sahar Delijani @GloboLivros



Título: Filhos do Jacarandá
Autor: Sahar Delijani
Editora: Globo Livros
ISBN: 9788525054609
Ano: 2013
Páginas: 232
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Saraiva

sinopse:

Em 1983, uma menina chamada Neda nasce dentro de uma prisão em Teerã, capital do Irã. Sua mãe é uma prisioneira política que só consegue cuidar da filha recém-nascida por alguns meses antes que ela seja levada, à força, para longe de seu convívio. Neda é uma personagem fictícia de Filhos do jacarandá, primeiro romance escrito por Sahar Delijani, mas sua história se mescla com a da própria autora, que passou seus primeiros 45 dias de vida na penitenciária de Evin, na capital iraniana. "Filhos do Jacarandá" não chega a ser uma biografia, mas é inspirado em experiências reais dos pais e familiares de Delijani depois que o país passou de monarquia a república, com a revolução de 1979 – que derrubou o xá Reza Pahlevi e instituiu o comando do aiatolá Khomeini. Seu tio foi executado e seus pais, contrários a ambos os regimes, foram encarcerados. Para a autora, o romance “é uma tentativa de manter viva a memória de meu tio e de todos aqueles que foram mortos naquele verão sangrento, para além de colocar um pouco de luz nesse momento negro da história iraniana. É também uma narrativa de violência, prisão e morte, que permaneceu inédita por muito tempo”.
Publicada em mais de 20 países, a história recebeu elogios de Khaled Hosseini, autor que emocionou o mundo com O caçador de pipas e, mais recentemente, com O silêncio das montanhas: “ambientado no Irã pós-revolução, o emocionante romance de Sahar Delijani é uma poderosa denúncia da tirania, um tributo comovente àqueles que carregam as cicatrizes de tempos sombrios e uma celebração da eterna procura do homem pela liberdade”.
Filhos do jacarandá conta a história de três gerações de homens e mulheres inspirados pelo amor e pelo idealismo, que perseguem sonhos de justiça e liberdade. É um tributo às crianças da revolução, segundo a autora. “Muitas pessoas acabaram sendo aprisionadas pelo novo regime, e os filhos do título são os filhos delas – crianças que nasceram no período pós-revolução e foram educadas por seus avós, tios e tias, já que seus pais estavam na cadeia”. É um livro que trata de repressão política, mas que também revela como fortes laços familiares não são desfeitos nem nas piores circunstâncias.


Resenha:

Situado no Irã pós-revolucionário, "Filhos do Jacarandá" pinta um quadro devastador, mas ainda esperançoso de como três gerações podem superar seu passado trágico. Uma história de gerações reprimidas se rebelando e sendo punidas tanto pelo regime quanto por suas próprias lutas internas. É a história de pais e filhos e segredos de família. É o tipo de história que só pode ser contada por testemunhas - ou aqueles a quem as testemunhas contam suas histórias.

Embora este livro seja uma ficção, é baseada em fatos reais. Sahar Delijani nasceu na prisão de Evin, em Teerã, assim como Neda na história. O início do livro é um dos mais hipnótico que eu já li. Uma mulher está entrando em trabalho de parto e seus captores tiram vantagem de seu estado enfraquecido para interrogá-la. Finalmente, ela dá à luz no meio do medo e da dúvida que ela pode nunca mais ver sua filha. Essa mulher se chama Azari, e o ano é 1983, na prisão de Evin, em Teerã.  Azari foi presa como uma revolucionária, e seu marido Ismael, também foi preso por isso. Juntamente com várias outras prisioneiras, Azari cuida de sua filha Neda, temendo o momento inevitável que sua filha será levada para longe dela.

Segunda parte do romance, é em 1987, a partir da perspectiva de familiares dos presos. E a terceira parte do livro, se passa em 1983 a 1988, conta as alegrias de Amir de ter encontrado sua filha. Deste ponto em diante , o romance segue em frente em anos, saltando de volta no tempo , ocasionalmente, para detalhar a relação entre a mãe de Sheida Maryam e Amir, mas na maioria das vezes progredindo até 2011.

"Filhos do Jacarandá" é um livro absolutamente muito bem escrito sobre o Irã revolucionário. O livro é forte, cheio de dor e sofrimento, mas de alguma forma consegue ser otimista. É uma história de familiares e amigos, e é inspirado em fatos que parecem ser tão inacreditáveis, mas são verdadeiros ou adaptados da verdade.


Este livro faz o leitor ter admiração pelas pessoas que sofreram nesse período tão turbulento e devastador na história e ainda tem tempo para ajudar os outros também. Esses tipos de personagens são o que fazem deste livro ser uma história maravilhosamente inspiradora que, apesar dos atos terríveis cometidos por alguns, ainda se consegue restaurar a fé na humanidade.

A capa é linda, e o trabalho de diagramação, revisão e tradução estão excelentes! Parabéns a editora pelo belo trabalho.

"Filhos do Jacarandá" é realmente um trabalho de amor, positividade, e crescimento pessoal. É um livro que você vai querer ler de novo e te fará refletir sobre a vida. Recomendo.

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