[Resenha #371] Dias Perfeitos - Raphael Montes @cialetras

Livro: Dias Perfeitos
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 274
Skoob
Classificação: 3 estrelas
Compre: Saraiva

Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.

Resenha:

Nosso protagonista é Téo, um estudante de medicina, que em um primeiro momento parece ser um jovem como outro qualquer, mas depois que o conhecemos, vemos um cara estranho, frio e calculista, que não tem sentimentos e nem emoções profundas. Ele tenta manter a fachada de bom moço, sempre dizendo a coisa certa e demonstra ter afeto pela mãe paraplégica, mas ele na verdade mascara o seu verdadeiro "eu". Outra coisa estranha em relação à ele, é que ele se sente mais a vontade em contato com cadáveres do que com a presença de pessoas, e ele cultiva uma amizade pra lá de esquisita com um cadáver.

A rotina e a vida de Téo muda quando ele conhece Clarice, em um churrasco de uma das amigas de sua mãe, que ele foi obrigado a ir. Clarice é o seu oposto, uma jovem alegre, que vive sua vida ao máximo, cheia de amigos e não se importa com a opinião de ninguém. Ela é debochada e aspirante a roterista. Téo fica completamente obcecado por ela, mas essa paixão não é correnpondida por ela, mas ele irá fazer de tudo para conquistá-la, mas ele acaba se mostrando ainda mais frio, um verdadeiro monstro cruel, possessivo, ciumento e doentio por causa de Clarice.

A história é praticamente criada quase que o tempo inteiro com apenas dois personagens centrais, que são Téo e Clarice, mas mesmo assim a trama é bem desenvolvida e a história nunca cai no marasmo.

O final não foi bem o que eu esperava, foi simples demais para essa história, mas no geral, o livro é de arrepiar.

A capa é bem diferente e chama a atenção. A diagramação e revisão excelentes!

O autor escreveu com uma escrito fluida, diálogos rápidos e criou personagens muito bem desenvolvidos, com uma trama cheia de reviravoltas e muito mistério e suspense. E fiquei completamente estarrecida e surpreendida pela maneira que o autor explora a mentalidade doentia e insana de Téo. Tenho dois adjetivos para esse livro: pesado e macabro. Foi isso que eu senti. Em muitos momentos eu simplesmente não conseguia mais ler, tinha que parar e dar um tempo, dar uma volta, mudar os pensamentos. Este não é um livro para qualquer um, tem que gostar e muito de um romance policial mais pesado.