6.8.15

[Resenha #579] No Início Não Havia Bob - Meg Rosoff @galerarecord


No Início Não Havia Bob
Meg Rosoff
ISBN-13: 9788501401410
ISBN-10: 8501401412
Ano: 2015
Páginas: 240
Editora: Galera Record
Skoob
Classificação: 3 estrelas
Compre: Submarino


E se Deus fosse um adolescente? Após ganhar a Terra num jogo de pôquer, a deusa Mona resolve delegar a seu filho, um insolente e mimado adolescente, o novo planeta. Bob, preguiçoso demais para gastar muito tempo com isso, cria tudo em seis dias e a partir daí joga todo o trabalho para cima de seu assistente, o frustrado Sr. B. Quando os problemas começam a aparecer, sobra para ele limpar a bagunça. E o fato de Bob ter criado os humanos à sua imagem e semelhança também não ajuda. Como um planeta cheio de criaturas tão gananciosas e intolerantes pode sobreviver? Como não bastasse, Deus está obcecado por uma garota mortal: Lucy, assistente em um zoológico. E a cada encontro a Terra é afetada pelos sentimentos de seu criador. Dominado por desejos intensos, Bob começa a causar verdadeiras catástrofes em seu planeta. Desesperado, conseguirá o Sr. B. salvar a Terra de seu próprio Deus?



Existe uma excelente razão para o estado do mundo atual, todo o sofrimento e caos, mas os filósofos que passaram a vida procurando a resposta não vão gostar. Deus, o criador supremo e todo-poderoso, o onipresente, onisciente e onipotente, o atributo moral da graça, da justiça e perfeição, não passa de ser um adolescente lascivo, egoísta, preguiçoso e egocêntrico.


Conheça Bob, o próprio Deus que criou os céus e a terra em que vivemos. Acontece que este é o nosso Criador, que, sem dúvida, ganhou sua responsabilidade pelo nosso planeta por um motivo: um jogo de poker. Sua mãe, a deusa Mona após ganhar a Terra num jogo de pôquer, e sem saber o que fazer, deu o planeta ao seu filho mimado. Este cria tudo em seis dias, e logo fica entediado, e larga tudo nas mãos de seu assistente, o Sr. B, que com razão, fica chateado que Bob leva o crédito pelos trabalhos que ele faz.




    "A paixão de Deus por humanas sempre leva à catástrofes, à perturbação meteorológica de proporções épicas."

Bob, como quase todo adolescente, só se importa consigo mesmo, e ele se apaixona por uma mortal, Lucy, uma linda assistente do zoológico. E fará de tudo para conquistá-la, nem se preocupando se o mundo estiver acabando, o importante para ele é ter Lucy. Ele acaba criando o caos na forma de inundações, relâmpagos, granizo, e oscilações nas temperaturas. Quando o Sr. B se irrita, ele decide que, finalmente, já teve o suficiente e pede sua demissão, deixando o destino da humanidade nas mãos de um garoto que é negligência, irresponsável e egoísta. E com isso só podemos esperar confusão atrás de confusão.



    "Os prazeres da vida eram tão simples, na verdade. Era só uma questão de apreciar o que tinha - e saber que as coisas sempre poderiam ser piores."

A autora conseguiu de maneira divertida escrever uma história original. Este livro te faz refletir sobre a vida e o verdadeiro significado dela, como que este mundo é falho, e coisas terríveis podem acontecer, mas também está cheio de milagres surpreendentes, e é realmente muito maravilhoso e mágico. Também de como o nosso planeta está um caos, sobre a ética, a mortalidade, religião, mitologia, amizade, relacionamento e sobre a adolescência.


A escrita é fluída, e muito leve e simples, tornando uma leitura muito rápida. A história é narrada em terceira pessoa e há uma grande troca repentina de pontos de vista, o que pode incomodar um pouco, pois fiquei confusa por vezes. 


Os personagens foram interessantes, eu gostei de Lucy, é admirável. Linda, mas sem ser fútil, é uma verdadeira garota de conteúdo, e sonha em encontrar o amor verdadeiro. Diferentemente de Bob, que achei o extremamente mimado e egoísta, sempre achando que os seus problemas são maiores do que dos outros, típico adolescente. Mas foi interessante a interação dos dois. Dos personagens secundários, eu gostei de Eck, ele é o animal de estimação de Bob, uma criatura que parece um penguin, o último de sua espécie. Seu destino é também decidido em um jogo de poker e ele deve ser morto e comido muito em breve por um outro Deus. O Eck passa a maior parte do livro preocupado com essa perspectiva, de frente para sua própria mortalidade e se questionando. Ficando quase paralisado por estas questões e pelo medo, mas ele continua com a vida. Ele continua porque ele tem esperança, porque ele quer viver, quer desfrutar de comida, a vida, e os amigos. Eck é o meu personagem favorito, porque ele é o nosso espelho.


A capa é simples, mas bonita, e a diagramação está ótima, assim como a revisão e tradução.

"No Início Não Havia Bob" é uma história leve, divertida, sem pretensões, e com uma história pra lá de diferente, mas pode causar estranheza em alguns, por ser humorado e tratar de religião, algumas pessoas podem não gostar, pois pode ser polêmico. Fora isso, é um livro descontraído e com um desfecho engraçado.

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