23.9.15

[Resenha #619] A Resposta - Kathryn Stockett @editorarecord @kathrynstockett


A Resposta
The Help
Kathryn Stockett
ISBN-13: 9788528614619
ISBN-10: 8528614611
Ano: 2011
Páginas: 574
Editora: Bertrand Brasil
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Submarino


Uma história de otimismo ambientada no Mississippi em 1962, durante a gestação do movimento dos direitos civis nos EUA.
Eugenia Skeeter Phelan acabou de se graduar na faculdade e está ansiosa para tornar-se escritora, mas encontra a resistência da mãe, que quer vê-la casada. Porém, o único emprego que consegue é como colunista de dicas domésticas do jornal local. É assim que ela se aproxima de Aibellen, a empregada de uma de suas amigas. Em contanto com ela, Skeeter começa a se lembrar da negra que a criou e, aconselhada a escrever sobre o que a incomoda, tem uma ideia perigosa: escrever um livro em que empregadas domésticas negras relatam o seu relacionamento com patroas brancas.
Mesmo com receio de prováveis retaliações, ela consegue a ajuda de Aibileen, empregada que já ajudou a criar 17 crianças brancas, mas chora a perda do próprio filho, e Minny, cozinheira de mão cheia que, por não levar desaforo para casa, já esteve por diversas vezes desempregada após bater boca com suas patroas. Uma história emocionante e estarrecedora onde a cor da pele das pessoas determina toda a sua vida. Um livro que, devido ao seu tema, chegou a ser recusado por quase sessenta editoras antes de ser publicado.
A história ganhou adaptação para o cinema, no Brasil com o nome "Histórias Cruzadas". O filme foi indicado ao Oscar em 2012 na categoria melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro adaptado.



Eu sempre quis ler esse livro, desde a capa antiga (que para mim é um milhão de vezes mais interessante e instigante que a capa do filme, mas tudo bem). Quando a Michele mandou a lista de livros para eu escolher e resenhar e vi A Resposta nela, não pensei duas vezes. Eu sabia que esse livro não ia me decepcionar, por isso não me preocupei em abaixar as expectativas. E eu estava certa. 




A Resposta conta a história de três mulheres incríveis que viviam na década de 60, Aibileen, Minny e Skeeter. Ambas vivem em Jackson, no Mississipi, onde a segregação racial era tão forte que até os banheiros eram separados para negros e brancos. O racismo ainda existe, mas é bem difícil acreditar que isso acontecia com a sociedade há apenas 50 anos atrás...



Aibileen é negra e trabalha como empregada doméstica para a família Leefolt, onde sua principal função é tomar conta de Mae Mobley, a bebê da senhora Elizabeth Leefolt. A maior vontade de Aibileen é que a criança, que é extremamente carente e carinhosa, não cresça racista e faz de tudo para esse plano dar certo. Talvez Aibileen seja a mais forte dentre as três mulheres.



Minny é a melhor amiga de Aibileen, também é negra e foi criada para ser empregada doméstica. Desde cedo sua mãe lhe ensinou como ser uma boa doméstica e apesar da língua afiada, ninguém em Jackson cozinha melhor do que ela. Justamente por não conseguir segurar sua língua, acaba perdendo o emprego, mas é salva quando Celia Foote a contrata pouco tempo depois.


Skeeter (ou Eugene, seu nome de batismo), de longe a personagem mais instigante da trama, é uma moça branca que acabou de se formar em Jornalismo e volta a morar com os pais. Como quase toda criança branca em Jackson, foi criada por uma empregada negra, Constantine, e era muito apegada a ela. Depois de Constantine simplesmente ter sumido do mapa e ninguém comentar nada sobre ela, Skeeter resolve escrever um livro sobre o lado das mulheres negras que trabalham para famílias brancas e para isso conta com a ajuda de Aibileen e Minny. É a partir daí que a vida das três se entrelaça.

Não preciso dizer o quanto Elizabeth, a patroa de Aibileen é detestável. Primeiro por não dar nenhuma atenção para Mae Mobley, nem parece que a neném é sua filha. Depois, mostra uma ingratidão tão forte para com Aibileen que tive vontade de socar a cara dela o tempo inteiro. Por outro lado, me encantei com Celia Foote, que apesar de branca, não fazia distinção entre negros e brancos e acabou criando uma amizade com Minny. As “amigas” de Skeeter também não são flor que se cheire, principalmente Hilly, que fica colocando ideias erradas na cabeça de todas as outras. Ainda bem que Skeeter é uma moça totalmente equilibrada.


O livro é narrado sob o ponto de vista das três personagens, o que nos faz conhecer o pensamento (os tristes, felizes e até os cruéis) de cada uma. Para mim, esse é o melhor ponto da história. O livro possui uma carga dramática muito pesada, mas as partes narradas por Minny e seu jeitinho cômico ajudam a deixar a leitura um pouco mais leve. Cada personagem tem sua forma de falar e, por isso, os capítulos são marcados por esses vícios de linguagem, o que me fez ficar totalmente apegada às três.


O tema abordado em A Resposta não é nem um pouco fácil. É muito duro saber o quanto uma pessoa negra sofria naquela época e é mais triste ainda imaginar que não era só nos Estados Unidos. Apesar de ser um livro bem gordinho, a leitura é totalmente rápida e fluida e creio que grande parte disso se deve a linguagem simples, mas bem estruturada. A narrativa é tão incrível que não consegui parar de ler até ter terminado.

A Resposta foi adaptado para o cinema em 2011 com o nome Histórias Cruzadas. Sua nota no IMDb é nada mais, nada menos que 8,1 e conta com Emma Stone, Viola Davis e Octavia Spencer na pele das três heroínas.

Quote:


“Quero gritar alto pra Nenezinha me ouvir que sujo não é uma cor, que doença não é a parte negra da cidade. Quero não deixar chegar aquele momento – que chega na vida de qualquer criança branca -, quando elas começam a pensar que pessoas de cor não são tão boas quanto as pessoas brancas.” (Aibileen)

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