15.10.15

[Resenha #649] Toda luz que não podemos ver - Anthony Doerr @intrinseca


Toda Luz Que Não Podemos Ver
Anthony Doerr
Ano: 2015
Páginas: 528
Editora: Intrínseca
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Submarino / Saraiva

Sinopse:
Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu.
Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.


 
“Abram os olhos e vejam o máximo que puderem antes que se fechem para sempre”.

Adoro livros ambientados na segunda guerra mundial, e quando soube que esse ia ser lançado pela intrínseca não pude deixar passar, o autor, Anthony Doerr, ganhou um Pulitzer (prêmio norte-americano outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo,literatura e composição musical) com esse livro! Vinha coisa boa por aí....



A diagramação do livro é ótima, achei a capa linda, e os capítulos são curtos (2 a 3 páginas) o que dá um ritmo rápido de leitura a um livro de mais de 500 páginas, a história é dividida em partes que conta sobre o ano de 1934, até  o ano de 1944 de forma alternada, na vida dos dois personagens principais: Marie-Laure que vive em Paris, e Werner, um órfão alemão.

Marie-Laure:

Marie-Laure vive em Paris com o seu pai, próximo ao museu de história natural, onde seu pai é chaveiro; quando somos apresentados a Marie ela ainda tem visão, que está em um processo de deterioração progressiva. Na primeira parte do livro seguimos Marie em uma excursão pelo museu, onde ela conhece a história de um príncipe que se deparou com uma pedra azul no leito de um rio seco, achou bonita e arrancou, na viagem de volta o príncipe sofreu um ataque, mas se recuperou e continuou com a pedra, que ofuscava quando o sol batia e correu a lenda sobre seus possíveis poderes curativos, essa pedra ficou conhecida como mar de chamas.

“ – Tem certeza que isso é verdade? – Pergunta uma garota
- Sshh – manda o garoto”.                     Pág 28

Ainda segundo a lenda a Deusa que fez a pedra amaldiçoou o príncipe.

“ A maldição era o seguinte: o portador da pedra viveria para sempre, mas, enquanto a mantivesse, infortúnios cairiam sobre todos aqueles que ele amava, como uma tempestade sem fim”.                   Pág 29

Ainda no começo do livro descobrimos que essa história não é só uma lenda, e que a pedra se encontra guardada a sete chaves no museu que o pai de Marie trabalha.


Passado um mês da excursão Marie está cega, e seu pai faz de tudo para ajudá-la, constrói maquetes detalhadas do bairro e força ela a usar os dedos e aprender os caminhos antes de sair de casa.


Com a chega da segunda guerra pai e filha são forçados s deixarem Paris, que está sendo atacada, mas antes disso, o diretor do museu chama 4 pessoas de sua confiança, e dá uma pedra idêntica a da lenda para cada um, uma delas é a verdadeira, e a missão deles é guardá-la e trazer de volta as 4 no final da guerra. 


Marie-Laure e seu pai fogem então para a cidadezinha de Saint-Malo, onde seu tio avô mora na beira do mar, é uma cidade murada, que achei tão encantadora da forma que o autor narrou que fui atrás para saber se ela existia... e existe sim! Parece encantadora, e entrou na minha lista de lugares para conhecer antes de morrer! HAHAHAHA.




Werner:


Ao mesmo tempo que acompanhamos a vida de Marie, somos apresentados a Werner, que vive em Zollverin, na Alemanha junto com a sua irmã mais nova Jutta em um orfanato da região, mantido por Frau Elena, uma misionária. Ele vive uma vida de privações, mas aos sete anos é um menino inteligente, curioso, que deixa sua mente fluir.

Aos 8 anos de idade Werner descobre um rádio velho e começa a ler livros sobre física e matemática e aprende a conserta-lo.


“ Werener e outros dois meninos mais velhos entram correndo e param, sentindo uma mudança no ar e no pequeno rádio, com seus quatro terminais e trilo sintonizador, repousa imóvel no chão entre todos eles como se fosse um milagre”        pág 42

Ele aprende a sintonizar os mais diversos programas, mas, certo dia, de noite no quarto com a sua irmã sintonizam um “professor” que fala sobre os mais diversos assuntos, encantando eles, que passam a ouvi-lo diariamente.

“ “abram os olhos”, conclui o homem, “e vajam o máximo que puderem antes que eles se fechem para sempre” “.

Ao passar dos anos a inteligência de Werner e sua habilidade com rádios chama a atenção das autoridades locais alemãs, e na adolescência Werner consegue entrar numa escola especializada, mas com a chega da guerra, ele e seus colegas são obrigados a usar seus talentos no campo de batalha para encontrar transmissão de rádio dos adversários.






Nos anos da guerra a estória de Marie-Laure se cruzam de diversas formas, não é um livro de romance, não leia esperando isso, é um livro de coincidências que levam ao encontro de pessoas nas situações mais adversas possíveis. Também no deparamos com o personagem de Von Rumpel que passa o período da guerra atrás da pedra para curar uma doença que o destrói. Meu personagem preferido foi Werner, adorei como ele foi construído, seu caráter, suas escolhas, sua determinação.

“ Deus, porém, é apenas um olho frio e branco, uma meia-lua suspensa na fumaça, piscando, piscando, à medida que a cidade gradativamente vai se deteriorando até virar pó”.       Pág 394

Um excelente livro, que se tornou um dos meus preferidos de segunda guerra, e saiu do estigma de ser só mais um livro sobre a guerra.

4 comentários

  1. Oi Thaise!

    Menina, quero esse livro para ontem! Ganhei ele num top comentarista, tô doida para que chegue logo, vou largar tudo para ler. kkkkkkkkkkkkk
    Mas enfim, o título desse livro por si só chama a atenção com a gente e meu Deus, são duas histórias em um livro só, amo isso. E tô super curiosa para conhecer a história da Marie, saber como ela ficou cega, como ela vai lidar com isso... Deve ser lindo!

    Beijo!
    http://www.roendolivros.com

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    Respostas
    1. Oi Ana Clara! Espero que você goste do livro! É aquele tipo de livro que o autor escreve bem e a estória tem uma ótima construção! Boa leitura! Depois passa aqui e diz se gostou! Bjs!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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