19.10.15

[Resenha #653] As Cavernas de Aço - Isaac Asimov @editora_aleph


As Cavernas de Aço
Robôs - Livro 01
Edição: 1
ISBN-13: 9788576571506
ISBN-10: 857657150
Editora: Aleph
Ano: 2013
Páginas: 304
Classificação: 5 Estrelas

Skoob
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Sinopse:
Em Nova York, o investigador de polícia Elijah Baley é escalado para investigar o assassinato de um embaixador dos Mundos Siderais.
A rede de intrigas envolve desde sociedades secretas até interesses interplanetários. Mas nada o preocupa tanto quanto o seu parceiro no caso, cuja eficiência pode tomar o seu emprego, algo cada vez mais comum. Pois seu parceiro é um robô.
Publicado no início da década de 1950, As Cavernas de Aço é o primeiro romance da consagrada Série dos Robôs de Isaac Asimov, mesclando de forma magistral os gêneros de ficção científica e literatura policial.



Antes de iniciarmos a resenha, irei apresentar as Três Leis da Robótica que Isaac Asimov criou em 1942. Essas três regem todas as histórias de Asimov a partir do momento em que foram criadas.
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano venha a ser ferido.
2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.

As Cavernas de Aço, escrito em 1954, foi seu primeiro romance sobre robôs. Ele foi incentivado por seu amigo John Campbell a se aventurar além no mundo dos contos e ir para os romances. Deu tão certo, que As Cavernas de Aço até hoje é seu livro mais vendido.


Elijah Bailey é um policial humano. Ele tem uma enorme aversão aos robôs, assim como boa parte da população humana. Porém, os Siderais, humanos que vieram para a Terra dos Mundos Siderais, acreditam que os Robôs são a escolha lógica para frear a população em sua totalidade de habitantes na Terra. Nela vivem 8 bilhões de humanos. Quando um assassinato acontece em Vila Sideral, local de extrema proteção, as suspeitas recaem logo para os humanos, conhecidos como os Medivealistas radicais. Quem mais poderia ser? Os Siderais são a favor dos Robôs e em contra partida os humanos não.
E agora Elijah deve investigar e encontrar o verdadeiro assassino. Além de correr o risco de perder seu emprego para um Robô que pode ser bem mais eficiente que ele. Não será fácil, pois ele irá terá como parceiro um robô da Vila Sideral, R. Daneel.


“- Espero um pouco.
- É preciso, Lije. É preciso . Não há como escapar. ” Página 33



Algo que me chamou atenção é como Elijah não tende a olhar para trás, mas também não tende a olhar para frente. A estagnação é algo que lhe agrada.
Outro fato interessante foi como eles chamam os tempos passados: Medievais. Elijah acha ridícula a maneira como seu chefe, comissário Julius Enderby, ainda usava óculos, apesar de existir lentes de contato. De ter mandado instalar em seu escritório uma parede de vidro que pudesse ficar transparente quando quisesse e formando assim uma janela. A maioria das pessoas não aprecia mais a natureza. Mesmo nas grandes cidades do passado, as pessoas conseguiam apreciar os pequenos prazeres de andar sob a chuva, por exemplo. São pequenas coisas, mas Asimov vai estabelecendo e mostrando uma comunidade Medievealista se fazendo presente no livro. São pessoas que querem retornar para os costumes antigos, deixando as cidades e adotando uma vida mais natural fora das Cidades.





O conceito de “Cidade” do futuro que o livro retrata, não é o mesmo que utilizamos hoje. É algo mais visionário e integrado. As famílias das Cidades são abastecidas de forma básica da mesma maneira. Ao invés de milhares de casas ocupando espaço, existem as unidades familiares. A alimentação é feita de modo como se você fosse a um restaurante e as opções de comida são sempre a mesma. O transporte é único pelas vias expressas. Para quem gosta de se entreter assistindo filmes ou lendo seus próprios livros, existem as filmotecas. Toda a individualidade foi minimizada. Quem exerce um cargo elevado, tem algumas regalias, mas nada que os separe muito dos outros. Tudo é compartilhado.


“Cada Cidade se tornou uma unidade semiautônoma, quase autossuficiente economicamente. Ela podia cobrir-se, cercar-se por todos os lados e cavar um espaço debaixo da terra. Ela se tornou uma caverna metálica, uma enorme e independente caverna de aço e concreto.” Página 41




Existe apenas algo que me deixou bastante confusa, de acordo com as informações obtidas no livro. Existem poucas localidades, os Solários, onde os ricos podem se bronzear e que são protegidas por uma divisória móvel de metal. Isso consegui visualizar bem. Porém, não consegui visualizar como a Cidade realmente é. Se ela é como uma caverna de aço, não tem como ver o que há lá fora, sendo que do escritório do trabalho de Elijah dá para ver a Vila Sideral, que fica fora da Cidade. E ainda pode chover dentro da Cidade. Como essas duas coisas podem ocorrer, se ninguém da cidade pode distinguir dia da noite, além do que os relógios marcam?


O livro é muito mais que apenas uma investigação de um assassinato. Nos mostra muito sobre como nós somos e agimos ainda hoje. Como a nossa acomodação de não melhorar aquilo que sabemos que está errado em nossa sociedade.


Isaac Asimov, ou o Bom Doutor, foi um escritor excelente e brilhante em minha opinião. Já tive a oportunidade de ler os contos contidos em Eu, Robô e posso dizer que são tão bons quanto esse livro. Aqueles que são fãs de ficção-científica, não podem perder a oportunidade de ler seus contos e romances desse Bom Doutor.

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