16.6.16

[Resenha #917] Fahrenheit 451 - Ray Bradbury @GloboLivros


Fahrenheit 451
Ray Bradbury
ISBN-10: 8525037249
ISBN-13: 9788525037244
Páginas: 215
Ano: 2011
Editora: Globo
Idioma: Português
Classificação: 3 estrelas
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Sinopse: Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. Agora, o título de Bradbury, que morreu recentemente, em 6 de junho de 2012, ganhou nova edição pela Biblioteca Azul, selo de alta literatura e clássicos da Globo Livros, e atualização para a nova ortografia.
A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes.
O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.
Fahrenheit 451 tornou-se um clássico não só na literatura, mas também no cinema. Em 1966, o diretor François Truffaut adaptou o livro e lançou o filme de mesmo nome estrelado por Oskar Werner e Julie Christie.


A narrativa transita ao redor de um homem chamado Guy Montag, um bombeiro cuja principal função é encontrar livros e queimá-los, tendo em vista que a sociedade opressora em que ele vive, disseminou a concepção deturpada que livros são extremamente nocivos e que levam as pessoas a indagarem e pensarem. Assim, o “livro” é visto como uma importante arma de ampliação de ideias e questionamentos e, portanto, deve ser exterminado.




As pessoas nesta sociedade além de não poderem ler livros, não podem curtir a natureza, pensarem de maneira independente, ter conversas inteligentes ou mesmo ficarem sozinhas. E por mais louco que possa parecer elas são incentivadas a dirigir de maneira veloz, bem como assistir a uma quantidade abusiva de televisão.



Guy Montag possui um desassossego íntimo com a organização social repressiva que sua profissão de bombeiro coopera de maneira ostensiva. Uma noite ao retornar do trabalho ele conhece sua vizinha, a jovem Clarisse McClellan de apenas 16 anos, que diferente das outras pessoas tem pensamentos e opiniões próprias e após uma conversa pra lá de inquietante seus significantes questionamentos chegam a desnortear Guy, pois suas perguntas inocentes abrem os olhos para o vazio que é a sua vida.

[...] É agradável estar com as pessoas. Mas não vejo o que há de social em juntar um grupo de pessoas e depois não deixá-las falar, você não acha? [...].



No decorrer dos dias, Guy presencia um encadeamento de acontecimentos impactantes. Primeiro, ao chegar em casa sua esposa Mildred está no chão, após uma overdose de drogas para dormir. Mildred que parecia ter uma vida normal, que participava com elevo dos prazeres fornecidos em sua sala de estar, onde três paredes foram convertidas em enormes televisores que virtualmente simulavam sua “família” tentou contra a própria vida, mesmo negando depois. Em seguida ele atende a um chamado que uma senhora possuía em sua casa livros e ao chegar em sua residência fica totalmente chocado quando a mulher escolhe ser queimada junto com seus livros a abandoná-los, e poucos dias depois ele fica sabendo que Clarisse foi morta por um carro em alta velocidade.



Com tantos acontecimentos inesperados e desesperadores, a insatisfação de Guy com sua vida aumenta vertiginosamente, tornando-o cada vez mais desenganado com seu trabalho e a sociedade que vive, deixando seu chefe, um homem inteligente e extremamente mordaz, em dúvida de sua lealdade e devoção em relação ao trabalho. Num rompante, Guy em uma de suas missões pega um livro escondido, e isso definitivamente mudará sua vida.



Com uma distopia intrincada, Fahrenheit 451 não foi uma narrativa fácil de ler. Com uma sociedade imersa na censura e egocentrismo, foi realmente complexo chegar ao fim da obra. A narração é toda feita em 3ª pessoa sob a perspectiva de Guy Montag e achei bem complicado pelo uso excessivo de frases subentendidas, como se o narrador nunca soubesse realmente expressar o que sentia. Com certeza um livro que não conseguiu atingir minhas expectativas.

[...] Existe mais de uma maneira de queimar um livro. E o mundo está cheio de pessoas carregando fósforos acesos [...].

2 comentários

  1. Como você bem falou, é uma leitura difícil, esse foi um dos poucos livros que comecei a ler e abandonei, apesar de achar o tema super interessante!

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  2. Oi, Ná!
    Uma pena você não ter curtido. O livro tem muita coisa subjetiva, o que deixa a leitura mais tensa e difícil. Eu o li já faz bastante tempo e adorei a leitura. Acho que esse foi meu primeiro livro distópico/ficção-científica clássico que li.
    Beijão!

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