30.6.16

[Resenha #936] Para Poder Viver - Yeonmi Park @cialetras


Para Poder Viver
A jornada de uma garota norte-coreana para a liberdade.
Yeonmi Park
ISBN-13: 9788535926880
ISBN-10: 8535926887
Ano: 2016
Páginas: 328
Idioma: português
Editora: Companhia Das Letras
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Submarino
Sinopse:
Em narrativa memorável, uma jovem norte-coreana conta como escapou de uma das mais sanguinárias ditaduras do planeta.
Yeonmi Park não sonhava com a liberdade quando abandonou a Coreia do Norte. Mas sabia que fugir era a única maneira de sobreviver à fome, às doenças e ao governo repressor. Este livro é a história da luta de Park pela vida. O leitor acompanha sua infância no país mais sombrio do mundo. Em seguida, testemunha sua fuga, aos treze anos, pelo submundo chinês de traficantes e contrabandistas. Emociona-se com seu périplo pela China através do deserto de Gobi até a Mongólia, guiada pelas estrelas, em direção à Coreia do Sul. Vibra com seu papel como ativista pelos direitos humanos. Antes dos 21 anos, Yeonmi acumulou experiência suficiente para encantar todas as gerações de leitores neste livro memorável.



Quando lemos sobre castas, comunidades divididas em áreas e controle absoluto ditado por uma capital injusta logo pensamos em livros distópicos, tais como Jogos Vorazes ou Divergente. Porém, ao lermos a história de Yonmi Parker, tomamos conhecimento de que isso é uma realidade atual da comunidade norte-coreana.

Yonmi é uma garota norte-coreana que sempre sonhou com a liberdade e com um mundo mais justo mas que infelizmente, teve que passar toda a sua infância e parte da sua adolescência vivendo na Ditadura Norte Coreana. Na realidade, Yonmi nunca viveu, e sim, sobreviveu por todos os anos em seu país natal, onde a fome extrema, a falta de cuidados médicos e a eletricidade são extremamente comuns para aqueles que não vivem na capital ou que não são de castas consideradas altas. Finalmente, quando fez treze anos, Yonmi decidiu fugir com a sua família para a Coreia do Sul, fuga essa que o leitor acompanha através das páginas.


“Ao longo da minha jornada, vi os horrores que seres humanos nos podem infligir uns aos outros, mas também testemunhei atos de ternura e bondade e sacrifício nas piores circunstâncias imagináveis. Sei que é possível perder parte da humanidade para sobreviver. Mas também sei que a centelha da dignidade humana nunca se extingue por completo e que, se lhe forem dados o oxigênio da liberdade e o poder do amor, poderá voltar a crescer.”


 

“Fui ensinada a nunca expressar minha opinião, nunca perguntar nada. Fui ensinada a simplesmente obedecer ao que o governo me dizia para fazer ou dizer ou pensar. Eu realmente acreditava que nosso Querido Líder, Kim Jong-il, era capaz de ler minha mente e me puniria se eu tivesse maus pensamentos.”


“Na Coreia do Norte, não basta o governo controlar aonde você vai, o que esta estudando, onde trabalha e o que diz. Eles precisam controlar você em suas emoções, fazendo com de você um escravo do Estado ao destruir a sua individualidade e a sua capacidade de reagir a situações com base em sua própria experiência do mundo.” 

Durante vários momentos do livro, a sensação é de que você está lendo uma ficção da idade média porque o que se é narrado é inacreditável. Justamente pelos meios de comunicação com a Coreia do Norte serem tão restritos, nós que não somos de lá ou que não temos contato com os nativos, não sabemos de muita das atrocidades que lá acontecem. Desde de cedo o governo exerce um poder extremamente poderoso nas mentes do seu povo, fazendo com que todos acreditem que seus líderes são imortais e que tem poderes sobrenaturais, que a Coreia do Norte é o país mais rico e poderoso do mundo e que todos os países do mundo são seu inimigo.



A narrativa do livro é inquietante pois a todo momento você torce pela felicidade de Yonmi. Passando pela fome, pelo frio e pelo tráfico humano, o leitor toma consciência de que por mais injusto que seja, pessoas como a protagonista ainda são obrigadas a viver dessa maneira por seus governos totalitários e injustos. O leitor passa a perceber como o controle mental é realizado até mesmo nos dias atuais de forma eficiente em todo um país, como esse controle extremo faz com que as pessoas tenham medo até mesmo de pensar. 



Esse livro é indicado a todos. Se você tiver a oportunidade de lê-lo, leia! A realidade retratada nesse livro, apesar de ser dura, deve ser de conhecimento geral. Saber que as pessoas na Coreia do Norte são obrigadas a viver dessa maneira é revoltante. “Para Poder Viver” é uma história tocante e verdadeira de uma garota que sempre sonhou apenas com a liberdade, e que infelizmente, teve que passar por diversos obstáculos para poder realizar esse sonho.



2 comentários

  1. Nossa, que história interessante. Tenho bastante curiosidade em saber como é a vida na Coreia do Norte. Vou anotar a dica!

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  2. Essa leitura deve ser ótima, principalmente para conhecer a situação que muitas pessoas vivem nesse totalitarismo... Entrando na minha lista de desejados!

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