8.7.16

[Resenha de Filme] O Quarto de Jack


O Quarto de Jack
Direção: Lenny Abrahamson
Gênero: Drama
Ano: 2015
Duração: 1h 58min
Classificação: 5 estrelas

 
Sinopse:O Quarto de Jack conta a extraordinária história de Jack, um espirituoso menino de 5 anos que é cuidado por sua amada e devota Ma. Como toda boa mãe, Ma se dedica em manter Jack feliz e seguro, cuidando dele com bondade e amor, e fazendo coisas típicas como brincar e contar histórias. Sua vida, entretanto, é tudo menos normal - eles estão presos - confinados em um espaço de 10 m² sem janelas, o qual Ma chamou eufemisticamente de "O Quarto de Jack". Ma criou todo um universo para Jack dentro de O Quarto de Jack, e ela não parará por nada para garantir que, mesmo neste ambiente traiçoeiro, Jack seja capaz de viver uma vida completa e satisfatória. Mas, enquanto a curiosidade de Jack sobre a situação em que vivem cresce, e a resiliência de Ma alcança um ponto de ruptura, eles ensaiam um arriscado plano de escape, o que os leva a ficar face-a-face com o que pode ter se tornado a coisa mais assustadora: o mundo real.



    O Quarto de Jack é um filme tocante, comovente, encantador e com direito a atuações maravilhosas. O filme foi baseado no livro Quarto, da autora Emma Donoghue que também ficou responsável pela adaptação para o cinema. A capacidade de Abrahamson de abordar um assunto tão delicado e transformá-lo em algo tão belo é indiscutível. 




    O filme conta a história de uma jovem, Joy (Brie Larson), e seu filho de 5 anos, Jack (Jacob Tremblay), confinados em um pequeno quarto sem janelas, com alguns itens básicos de uma casa, como uma geladeira, uma pia, vaso sanitário, banheira, cama e televisão. O local está sempre trancado e apenas é aberto quando um homem, o Velho Nick (Sean Bridgers), entra no quarto.





    O motivo de mãe e filho estarem trancados nesse pequeno aposento já fica subentendido desde o início do filme, sem que isso precise ser verbalizado. A mãe de Jack foi sequestrada há sete anos, quando ela tinha apenas 17 anos de idade. Também é obvio que, tendo 5 anos, Jack é filho do sequestrador/abusador. 



    As únicas formas de contato com o mundo exterior são uma clarabóia que, por localizar-se no telhado não permite que se veja muita coisa, e a televisão, que confunde a noção de realidade do menino, já que tudo o que ele conhece é o que está dentro do quarto. A forma como Jack interpreta o que é e o que não é real é realmente devastadora. Afinal, alguém que viveu a vida toda dentro de um cômodo fechado e isolado não pode conceber um mundo diferente disso.

    O sofrimento de Joy é evidente e suas incansáveis tentativas de proteger o filho da triste realidade em que eles vivem dão ao filme uma carga dramática difícil de explicar. Tudo isso leva Joy a elaborar um plano, com a ajuda de Jack, para que ambos consigam fugir do quarto e voltar ao mundo real.



    É impossível falar de O Quarto de Jack sem comentar as incríveis atuações de Brie Larson e Jacob Tremblay. Larson, que ganhou muitos prêmios, entre eles o Oscar de Melhor Atriz, demonstra todo o seu potencial no longa e nos convence com expressões faciais, gestos e posturas que conseguem mostrar não só o imenso amor que ela sente por Jack, mas também toda a raiva, a frustração, o desespero e o medo.

    E como não mencionar a atuação do queridíssimo Jacob, que caiu nas graças do cinema? O menino é inacreditável! A capacidade que ele possui de nos fazer acreditar que aquilo tudo é real surpreende. É devastador o sofrimento, a incompreensão e o temor que Jack sente ao longo do filme.





    É possível dividir o filme em dois momentos, que eu não vou especificar para não dar spoilers, mas, o importante é que em cada um desses momentos, diferentes técnicas cinematográficas são utilizadas. As cores, a fotografia e os planos utilizados auxiliam na criação de atmosferas e climas específicos para o momento em que o filme se encontra.

As cenas que marcam a transição de um ato para o outro estão entre as mais agonizantes de todo o filme. São aquelas cenas que te fazem parar de respirar de tanta angústia. O quarto que, como eu já disse, é muito pequeno e fechado, nos dá uma sensação de claustrofobia que, somado as cores em tons pastéis, criam, fotograficamente falando, o cenário físico e psicológico do longa.



    Não existem palavras que definam tudo o que senti enquanto assistia ao filme. Sem dúvidas, foi uma experiência única. Esse é o tipo de história que fará você continuar pensando e sentindo mesmo depois de o filme acabar. Imaginar tudo o que Joy passou ao longo de sete intermináveis anos e ouvir a narrativa inocente e sensível de Jack que, apesar de vivenciar aquilo, não entende o que realmente significa, é a experiência mais marcante que o filme nos proporciona. É humanamente impossível não se emocionar com o longa.

    Quero aproveitar a oportunidade para lembrar que Jacob Trembley irá protagonizar a adaptação do livro Extraordinário. Então, logo teremos mais uma oportunidade de ver esse brilhante ator em um papel tão singular quanto o de Jack. Por fim, só quero dizer que eu recomendo muito O Quarto de Jack.


5 comentários

  1. Mas uma resenha interessante. O filme é realmente tudo isso mesmo é lendo o que você escreveu, vou ter que assistir de novo. Parabéns como sempre sua resenha e maravilhosa.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Preciso MUITO assistir esse filme, mas só depois de ler o livro.

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  4. Gostei do filme, embora Jacob Tremblay tenha feito outros tipos de papéis. O papel que realizo em a Refém Do Medo é uma das suas melhores atuações, a forma em que vão metendo os personagens e contando suas historias é única. Na minha opinião, este foi um dos filme de terror mais assustador que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Jacob Tremblay esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções.

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