29.11.16

[Resenha #1115] Tabuleiro dos Deuses - Richelle Mead @EditoraParalela @RichelleMead


Tabuleiro dos Deuses
A Era de X # 01
Richelle Mead
ISBN-13: 9788565530514
ISBN-10: 8565530515
Ano: 2014
Páginas: 424
Idioma: português
Editora: Paralela
Skoob
Classificação: 3 estrelas
Compre: Submarino

Sinopse:
Justin March, um investigador de religiões charmoso e traiçoeiro, volta para a República UNIDA da América do Norte (RANU), após um misterioso exílio. Sua missão é encontrar os responsáveis por uma série de assassinatos relacionados com seitas clandestinas. Sua guarda-costas, Mae Koskinen, é linda, mas fatal. Membro da tropa de elite do exército, ela irá acompanhar e proteger Justin nessa caçada. Aos poucos, os dois descobrem que humanos são meras peças no tabuleiro de poderes inimagináveis.



Resenha:

Tabuleiro dos Deuses é o primeiro livro de mais uma série da Richelle Mead, A Era de X. Por ser a Richelle uma autora bastante querida e ter um talento fenomenal, eu esperava algo a mais de Tabuleiro dos Deuses, mas não foi o que aconteceu; ou talvez eu apenas tenha colocado muitas expectativas e elas não foram alcançadas. 



Este é um livro de ficção científica que nos remete a um mundo distópico, que foi destruído pela ganância humana, época da qual eles chamam O Declínio. Esse mundo é controlado tanto pela RANU, a República Unida da América do Norte, que é uma união de potências econômicas que conseguiram reconstruir a sociedade à sua forma; quanto por deuses ou “forças sobrenaturais” da qual as pessoas não têm muito entendimento. 


O enredo tem uma grande influência religiosa, bem como política e social, em que fica claro a mensagem moralista que ele passa. Aqui nós acompanhamos a história de pontos de vista distintos. O livro é narrado em terceira pessoa, mas os capítulos alternam entre diferentes perspectivas.


“[...]É isso que as religiões fazem: uma força superior nos fala como viver. Só que essa mensagem vem de um grupo racional de seres humanos, e não de uma entidade inventada e cheia de caprichos.”



Mae é uma mulher linda, forte, decidida, temida e admirada por todos. Ela também é um soldado das Forças Armadas da RANU, treinada para lutar pelo seu país. Faz parte de um time de elite chamado de Petrorianos, os quais são os soldados mais letais que alguém poderia encontrar. Devido a um “desentendimento” com outra petroriana, Mae foi designada a uma missão especial que envolvia proteger um investigador do governo que foi exilado do país. É importante ressaltar sobre Mae um aspecto da sua personalidade, que é a forma como ela enxerga a si mesma e ao mundo, o que reflete diretamente na forma como ela foi criada; por ser uma “nove” castal, ou patrícia, como se denominam as pessoas nas escalas mais altas da sociedade, e por ser geneticamente perfeita, – sem marcas de caim – ela chega até a ver a si mesma como uma pessoa “intocável”, mesmo não acreditando em tal coisa. É interessante salientar também esse aspecto que o livro mostra; não se trata apenas de quem é mais rico ou mais influente, mas quem é geneticamente mais perfeito – o que nos traz uma nova forma de segregação. Eu achei isso particularmente interessante pois a manipulação genética que eles abordam no livro não é algo tão distante de se tornar possível (fica um alerta hahaha).

“É o que as pessoas fazem: elas estão sempre tentando dominar umas às outras.”



O Justin, por outro lado, é um homem charmoso, sexy, inteligente, engraçado e atormentado. Sim, no sentido literal da palavra; ele escuta vozes em sua cabeça as quais ele denomina “os corvos”. Essa é uma relação estranha e que ficou confusa no começo, mas depois fica bem intuitivo sobre o que se trata. O Justin, ao contrário da Mae, acredita nos deuses e conhece sua influência e poder para transformar a sociedade, tanto é que ele era um investigador de grupos religiosos na RANU, até ser exilado.


“Todo mundo é problemático. Não existe esse negócio de ser normal.”



 A forma como o Justin e a Mae se conhecem é um tanto inusitada, depois eles têm que trabalhar esse aspecto dessa nova relação e o que percebemos é que, mesmo com todas as diferenças entre os dois e todos os desentendimentos, existe um sentimento forte e concreto que não pode ser deixado de lado, por mais que eles tentem ou precisem. Por falar no relacionamento deles, confesso que achei a dinâmica bem legal; os diálogos eram interessantes e o sentimento se desenvolveu de forma gradual. Uma das coisas que mais me incomodaram no livro foi como o Justin tratou os sentimentos da Mae de forma tão brutal em determinadas cenas; mesmo que algumas coisas não pudessem ser desfeitas, a atitude babaca não precisa se repetir, né?! (Mas apesar disso, eu confesso que gostei muito do March, ele achava que essa era a única opção para ele, ou ao menos a única que ele conhecia).


“[...]Não faz nem uma hora que seu mundo virou com tudo de pernas para o ar. Isso não vai embora se eu virar seu mundo de outro jeito. Quando o desejo nasce de um problema emocional, ele nunca acaba bem.”



Bem, outra coisa que me incomodou bastante no enredo de forma geral foi a forma como ele foi conduzido. Eu me senti perdida no começo; o universo que a Mead criou foi inteiramente novo e ela de certa forma deixou o entendimento às custas do leitor. O livro foi muito parado no início e só começou a ficar mais instigante a cerca da metade. Infelizmente, não há personagens secundárias fortes, além da Tess. Ela é uma garota provinciana, filha de um amigo do Justin, que conseguiu um visto de estudante para morar na RANU ele. Ela é bastante sagaz, inteligente, meiga e gentil; gostei bastante da personagem. Também não vejo muito o que reclamar nos protagonistas, obviamente eles apresentam suas falhas, mas nesse aspecto a Richelle geralmente acerta.

Então, bem, a estória gira em torno de desvendar um mistério ao qual Justin foi designado para decifrar, pois aparentemente ele fora a única escolha possível– mais como a cartada final. Mae o acompanha nessa jornada em busca do desconhecido e eles tem o curto prazo de um mês para desvendar o crime ou Justin volta para o seu exílio. Depois de várias perguntas sem resposta e becos sem saída eles finalmente põem à prova todo o conhecimento e percepção do Justin para solucionar o caso. Além disso, ainda têm que lidar com a fúria e perseguição de deuses, revelação de mistérios do passado e a busca pela libertação e pelo entendimento.




Não foi dessa vez que a Richelle de fato ganhou meu coração, mas vale a pena se aventurar e sair da zona de conforto. Esse foi um livro que dividiu bastante opiniões dos leitores, principalmente para quem é fã da Richelle ou quem admira o trabalho da autora. A Editora Paralela fez um trabalho belíssimo com a tradução e revisão; a capa, então, é magnífica! Espero que vocês tenham aproveitado/aproveitem a leitura!


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