9.1.18

[Resenha #1465] Patrimônio - Philip Roth @cialetras


Patrimônio - Uma História Real
Philip Roth
ISBN-13: 9788535926958
ISBN-10: 853592695X
Ano: 2017
Páginas: 176
Idioma: português 
Editora: Companhia de Bolso
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: De que maneira um homem vigoroso, que passou décadas acreditando no trabalho duro como o método ideal de justificar a própria existência, pode lidar com a certeza aterradora de que vive “totalmente isolado dentro de um corpo que se tornara um terrível cercado do qual não podia escapar”? Essa é uma das questões levantadas por Patrimônio, relançado em edição de bolso. Neste livro de 1991, Roth revisita os altos e baixos da relação com o pai. Em uma narrativa que nunca recorre a um estilo sentimental ou autoindulgente, o autor americano, que começou a carreira no estilo corrosivo de O complexo de Portnoy, adota um tom mais sóbrio. Essas memórias abrem caminho para as obras de ficção lançada por Roth nos anos seguintes, sobretudo O teatro de Sabbath, e a tetralogia composta por Homem comum, Indignação, A humilhação e Nêmesis. Poucos autores alcançaram, nas últimas décadas, uma produção tardia tão poderosa.



Resenha:

Nesse livro é narrado o declínio físico do pai, Herman Roth, que tem tumor cerebral e vai aos poucos perecendo à doença, e descreve como antes seu pai era vigoroso e cheio de energia, o que o obriga a refletir sobre a morte e a vida, e até a sua própria vida. 

Herman Roth recorre à memória para se agarrar à vida, como um poderoso instrumento que desbrava o caminho desconhecido que o aguarda. Uma forma de ultrapassar o medo ou simplesmente de se sentir rodeado de pessoas e situações que sempre conheceu.

E o património, é na verdade o legado dos momentos que foram vividos, resume-se ao tempo partilhados de felicidade ou sofrimento, levar um pai ao colo para a cama depois de lhe ter dado banho e pensar que há cinquenta anos atrás quem necessitava de ser acarinhado e protegido era o filho. 

Este livro é uma história verdadeira, a do pai de Philip Roth, que com a idade de oitenta e seis descobre um tumor cerebral. Foi sem dúvida o momento mais dramático e difícil de sua vida: acompanhar o pai até a morte. Para ler esta história, é deixar-se arrastar para um vórtice de emoções, aquelas emoções que qualquer um de nós, de uma maneira ou de outra, já viveu ou serão forçados a viver; porque a morte de um ente querido ou um pai específico é algo que, infelizmente, ninguém pode se preparar e que quase sempre te destrói como um furacão em nossas vidas, mesmo que conheçamos bem, como Hermann Roth responde ao filho Philip no momento em que ele comunica a natureza de sua doença, que "todos deixam essa terra de maneira diferente", sem ter a possibilidade de saber ou escolher como e quando isso acontecerá; porque é deixar-se arrastar para um vórtice onde você é sugado em tristeza, raiva, compaixão, amor, dor e uma e única pergunta: por que se tem que morrer?

Quando cheguei às últimas páginas, eu estava debulhada em lágrimas, vários entes queridos passaram pela minha mente, e apesar de ter experimentado a dor da perda, aprendi a apreciar as memórias, são elas que nos fortalecem e nos ajudam a prosseguir. Super recomendo esse livro!

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