7.2.18

[Resenha #1573] Nossos Dias Infinitos - Claire Fuller @edmorrobranco @ClaireFuller2


Nossos Dias Infinitos
Claire Fuller
ISBN-13: 9788592795023
ISBN-10: 8592795028
Ano: 2016
Páginas: 336
Idioma: português 
Editora: Editora Morro Branco
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: Todos os pais mentem. Mas algumas mentiras são maiores do que as outras. "Datas só nos fazem perceber quão finitos nossos dias são, quão mais perto da morte ficamos a cada dia que passa. De agora em diante, Punzel, vamos viver seguindo o sol e as estações”. Ele me pegou no colo e me girou, rindo. “Nossos dias serão infinitos”. Com aquela última marca, o tempo parou para nós em 20 de agosto de 1976".
Peggy tinha oito anos quando seu pai a levou para viver em uma remota cabana no meio de uma floresta europeia. Lá ele lhe disse que sua mãe e todas as outras pessoas do mundo morreram.
Agora eles precisam viver da terra e sobreviver ao rigoroso inverno. Mas até quando a pequena Peggy vai acreditar na história de seu pai? Até quando você pode ficar são, quando o mundo está perdido? O que acontece quando você para de crer em tudo?



Resenha:
"Datas só nos fazem perceber quão finitos nossos dias são, quão mais perto da morte ficamos a cada dia que passa. De agora em diante, Punzel, vamos viver seguindo o sol e as estações. Ele me pegou no colo e me girou, rindo. “Nossos dias serão infinitos”. Com aquela última marca, o tempo parou para nós em 20 de agosto de 1976".
O livro é narrado por Peggy, uma menina de 8 anos, cujo pai apesar de amoroso é meio problemático, ele se intitula um sobrivencialista e vive fazendo listas do que ele irá precisar para conseguir sobreviver caso haja alguma ameaça, e ele passa seus dias em função desse evento catastrófico que ele acha que atingirá a humanidade qualquer dia. A mãe de Peggy é uma promissora pianista alemã Ute Bischoff, e o relacionamento dela com o marido não é dos melhores, ela é impaciente, se refugia em suas músicas isolando-se do resto do mundo e deixando a pequena Peggy crescer sem a presença de sua mãe. A vida familiar chega a um ponto de ruptura quando Ute parte para uma turnê de concertos na Alemanha, e de lá liga para James e o que ela diz o faz tomar uma decisão, ele leva Peggy e vai morar na Die Hütte (casa no campo). James mente para sua filha, diz que sua mãe, assim como o resto do mundo, todos estão mortos e eles são os únicos sobreviventes. 





A história alterna a vida de Peggy com seu pai e o tempo presente: 1985 data atual na qual se encontra e 1976, sendo esta última uma data marcante já que foi neste ano que Peggy se separou do mundo para viver uma "ilusão" forjada por seu pai. 

Nas memórias de Peggy, vemos a relação com seu pai durante o cativeiro rural, parece ser uma conquista de algo que a mãe dela negou e que, na sua ausência, pode ser alcançado em toda sua plenitude. Os dois compartilham momentos de intimidade forçada e os sentimentos que os vinculam um ao outro são amplificados pelas situações extremas em que são forçados. Em particular, o amor mórbido que o pai sente em relação a pequena Punzel (apelido de Peggy) emerge fortemente, uma reação da falta de correspondência de sua esposa. Os sentimentos experimentados, então, também são amplificados no nível narrativo, muitas vezes sugando o leitor em vortices sem fim de descrições e detalhes, que parecem levar a um ponto, mas que no final ilumina a história. 



Nove anos depois, Peggy está de volta a Londres em sua casa com a mãe. Ela foi sequestrada por seu pai, mas como odiar ele? Sofrendo da síndrome de Estocolmo, as imagens da felicidade passada com ele são misturadas com outras. Ela não pode desenredar a realidade das memórias idealizadas. Porque Peggy como qualquer adolescente não pode negar ou silenciar o amor que ela sente por seu pai. O que realmente aconteceu?



A capa é extremamente bonita, e como sempre a editora fez um belo trabalho, desde a diagramação até a revisão. Realmente impressionante!

Claire Fuller analisa muito bem o relacionamento pai-filha desviado por mentiras, solidão e loucura. É cativante, perturbador, envolvente e terrível ao mesmo tempo. Apesar de uma narrativa bastante contemplativa às vezes, a tensão está presente, angustiante à medida que a história se revela. Este livro irá mexer com muitos leitores e o fim ficará na memória, é assustador e nos surpreende. Recomendo!


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