27.5.18

[Resenha #1623] Eternidade? - Gail Carriger @EdValentina @gailcarriger ‏


O Protetorado da Sombrinha #5
Eternidade?
Gail Carriger
ISBN-13: 9788558890601
ISBN-10: 8558890609
Ano: 2018
Páginas: 336
Idioma: Português
Editora: Valentina
Classificação: 4 estrelas
Skoob
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SINOPSE: Alexia Tarabotti enfrenta uma série de atribulações sociais, quiproquós e saias justas (embora compridíssimas) em plena sociedade vitoriana. Alexia Tarabotti, Lady Maccon, finalmente encontrou a felicidade doméstica.  Desnecessário dizer que, em se tratando dela, essa felicidade inclui algumas imposições, como integrar lobisomens à alta sociedade londrina, morar no terceiro melhor closet de um vampiro e lidar com uma garotinha precoce que tende a se transformar em sobrenatural com ou sem o consentimento dos pais. Mas essa existência paradisíaca só dura até Lady Maccon receber uma convocação que não pode ser ignorada. Com o marido, a filha e uma companhia de teatro a reboque, a preternatural embarca em um navio a vapor para atravessar o Mediterrâneo rumo ao Egito. Só que ali há mistérios que surpreendem até mesmo nossa indomável heroína. O que será que a rainha vampiro da Colmeia de Alexandria realmente quer dela? Por que a Peste Antidivindade começou a se expandir de repente? E como Ivy conseguiu se tornar a atriz mais popular do império britânico, da noite para o dia? 



Resenha: 

No livro Eternidade?, da autora Gail Carriger, a sociedade denominada Protetorado da Sombrinha está de volta com um novo membro, o Mocassim Bicolor (Sandalio de Rabiffano, o Billy). Ele, Touca Pufe (Ivy Tunstell) e Sombrinha Fru-Fru (Alexia Tarabotti) vão reafirmar mais uma vez o objetivo do Protetorado, que é a busca da verdade e a proteção dos inocentes – com o uso da educação e de muitos acessórios, é claro. 



“Eu nunca faço fofoca. Apenas observo. E, então, repasso as minhas observações para quase todo mundo.” (pág. 40)
“Sabe como são essas mocinhas atrevidas da alta sociedade: só se interessam pelo lado glamoroso da imortalidade. Pode ser que encontre outra colmeia. Ou um marido, claro.” (pág. 45)
“A imortalidade acaba criando genealogias bastante peculiares, devo dizer.” (pág. 57)
“Às vezes ser casada com um lobisomem era quase intolerável para uma dama da alta sociedade.” (pág. 59)
“Nem todo mundo quer viver para sempre.” (pág. 74)
“(...) a imortalidade afetava estranhamente o passatempo das pessoas.” (pág. 81)
Essa sociedade foi estabelecida em um mundo coberto pelo sobrenatural. Do mesmo modo que mortais ocupam cargos no governo, possuem moradia, constroem uma família e aproveitam dos benefícios da vida, a mesma coisa acontece com os lobisomens e vampiros, principalmente. Assim, é mais do que comum estar passeando pela rua e acabar esbarrando em um sobrenatural. 
“Quem não viajou em companhia de dez atores, três crianças, um lobisomem e uma inventora francesa não pode sentir compaixão por quem sofreu tamanha tortura.” (pág. 186)
“É preciso uma alcateia para criar uma criança.” (pág. 210)
“Os dirigíveis revelavam o que havia de pior nas pessoas.” (pág. 252)
“A poesia pode causar danos irreparáveis quando mal aplicada.” (pág. 263)
“Todo bom general sabe que a defesa nunca vence.” (pág. 270)
“É a função dos Betas manter a ordem. Somos os mordomos do mundo sobrenatural.” (pág. 285)
“Grande parte da imortalidade, como você vai ver, é sobreviver à morte dos outros.” (pág. 290)
“O controle do tempo, percebeu, podia prejudicar muito um indivíduo, mesmo quando ele tinha, teoricamente, todo o tempo do mundo.” (pág. 290)
Desta vez, na Londres Vitoriana do século XIX, Alexia Tarabotti, Lady Maccon, conhecida por ser uma preternatural, está tentando estabelecer uma vida doméstica sem maiores adversidades. Só que tudo ao seu redor é sinônimo de problema: ela é a esposa de Lorde Maccon, um lobisomem Alfa; está convivendo diariamente com Lorde Akeldama, um vampiro; e, se já não bastasse tudo isso, sua pequena filha, Prudence, está desenvolvendo a capacidade de usurpar habilidades de sobrenaturais com apenas um toque. 
Seus dias estavam acontecendo com base na extravagância e amizade de Lorde Akeldama, em idas ao teatro para assistir a peça da amiga sra. Tunstell, e nas tentativas frustradas de banhar a própria filha, até o momento em que recebe uma convocação fora do comum. Ao que tudo indica, a Rainha Matakara Kenemetamem de Alexandria quer conhecer Prudence, mas parece que tudo tem relação com a Peste Antidivindade. Agora, Alexia precisa embarcar em direção ao Egito.
“(...) a autoconfiante Alexia – um modelo de comportamento decidido, dotada de estoicismo, sombrinhas e ocasionais comentários enigmáticos.” (pág. 405)
“Nunca confie em um frango; é o que sempre digo.” (pág. 419)
“(...) a prestidigitação era fácil quando se tinha habilidade sobrenatural.” (pág. 450)
“O fardo de ser espião, costumava dizer Lorde Akeldama, não era estar a par das coisas, mas saber quando revelá-las aos demais.” (pág. 478)
“Eu pensei que nunca fosse tarde demais para um imortal. Como é possível? O que vocês mais têm à disposição é tempo.” (pág. 574)
“Bom saber desde o início em que pata estou.” (pág. 609)
Eternidade? é o quinto e último livro da série Protetorado da Sombrinha. Todo mundo deveria ler ao menos uma vez uma história steampunk, gênero literário caracterizado pelo futurismo em narrativas de séculos passados, que é incrível. Por exemplo, a história de Alexia Tarabotti se passa volta de 1870, mas a autora descreve máquinas que são modernas demais para a época, como um dirigível postal e a própria sombrinha de Lady Maccon (que é repleta de funções). 



A narração em terceira pessoa é realizada por alguns personagens, especialmente Lady Maccon. A principio, demorei a me acostumar com a escrita da autora. Ela usa muitas palavras próprias do universo sobrenatural e de vestimentas do tempo em que o livro se passa. Por isso, eu ficava com o dicionário do lado para desvendar o que cada uma significava. Depois, a leitura fluiu normalmente.  

O universo que a autora construiu é repleto de detalhes. Ela utiliza os mitos com sabedoria e faz uma mistureba saudável de todas as criaturas sobrenaturais que possam existir. Gostei muito de algumas particularidades dos vampiros que a autora criou, como a questão das presas. Segundo o livro, as presas Alimentadoras sugam o sangue da vítima, e as Criadoras injetam o sangue do vampiro que está mordendo. Essencialmente, a transformação acontece com base na doação.  

Apesar da grande quantidade de personagens, eles não são caricatos ou superficiais. Até mesmo os que surgem em determinados momentos recebem características marcantes. Por conta desses seres que permeiam o livro e que só podem desfrutar plenamente da vida na escuridão, a ambientação da história também tem um ar sombrio. Os acontecimentos mais pertinentes ocorrem após o pôr do sol, e a ligação que esse pequeno detalhe faz com os personagens é o que torna o livro bem completo. 

E é da Prudence, filha de Lady Maccon, os momentos mais engraçados (principalmente quando ela se torna um filhote de lobisomem ao entrar em contato com o pai antes da hora). Adorei a forma como a autora dá prioridade e voz para a menina. Ela poderia ter sido construída apenas para ser um bebê com uma habilidade, mas recebeu expressões, manias, linguagem corporal e tudo o mais que caracteriza uma criança. Não posso esquecer de mencionar o Billy, novo membro do Protetorado, que é o detentor dos melhores momentos envolvendo discussões sobre vestimentas adequadas e maneiras de se comportar em uma alcateia de lobos. 

As cenas de ação são as minhas partes favoritas. As brigas entre lobisomens, por exemplo, são extremamente bem orquestradas, cada movimento descrito com precisão e, por conta desses elementos, também conhecemos um pouco mais desses seres adaptados pela autora. Numa dessas lutas, descobrimos que atingir os olhos é o caminho mais fácil para se acabar com o combate, já que eles são a parte do corpo de um lobisomem que demora um pouquinho mais para cicatrizar. 

Por fim, Eternidade? tem um universo incrivelmente bem detalhado, repleto de seres sobrenaturais e personagens envolventes. É um incrível desfecho para uma série amada por muitos leitores. Se você gostou da premissa, então pegue sua sombrinha e prepare-se, porque a jornada final de Alexia Tarabotti vai envolver você como nenhuma outra. 




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