[Resenha #419] A Ilha de Sangue - Rick Yancey @FarolLiterario @RickYancey

A Ilha de Sangue
O Monstrologista
Livro 3
Autor: Rick Yancey
Assunto: Jovens Adultos, Séries
ISBN: 9788562525988
1ª edição 2013
616 páginas
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Saraiva

O dr. Warthrop parte para a sua mais perigosa aventura, deixando o fiel assistente Will Henry em Nova York. Will estranha a vida com a nova família: nada de vivissecções à meia-noite nem de confrontações com monstruosidades, humanas ou inumanas. Depois de meses sem notícias do dr. Warthrop, chega a trágica informação de sua morte. Will se nega a aceitá-la e, determinado a encontrar vivo o dr. Warthrop, viaja para Londres, mesmo sabendo que vai enfrentar coisas piores que os monstros já conhecidos. Juntos, partem para Socotra, a Ilha de Sangue, no oceano Índico, onde cadáveres de homens e mulheres são usados para fazer ninhos nas árvores e o sangue chove do céu. Nesta aventura, a mais mortífera da série iniciada com O monstrologista, ganhadora do prêmio Printz e descrita como “o auge do horror gótico, na forma mais perturbadora”, Will Henry precisará decidir se sua lealdade ao dr. Warthrop vale o sacrifício supremo.
Resenha:

A Ilha de Sangue é o terceiro volume de tirar o fôlego da série Monstrologista. Mais uma vez, Rick Yancey não decepciona quando se trata de horror e suspense, e ele consegue escrever livros sangrentos prendendo a sua atenção até o fim.

A história começa alguns meses após o fim do livro anterior, quando o Dr. Warthrop recebe um misterioso pacote e obviamente mortal de seu rival e ex-colega monstrologista, Kearns: um nidus. O entregador ao tocar no nidus, se transformou em um mostro. A infecção causada pelo magnificum em humanos, os transforma numa espécie de zumbi, cuja pele apodrece e cresce protuberâncias, e cujo apetite insaciável, muitas vezes leva o indivíduo a consumir seus próprios corpos, se nenhuma refeição estiver ao alcance. O nidus, no entanto, não é a razão principal pela qual Kearns contactou o Dr. Warthrop. É por causa do Typhoeus magnificum, o pai de todos os monstros, aquele que não pode ser visto. E, cada monstrologista que tentou rastrear o Typhoeus magnificum nunca mais foi visto. O Dr. Warthrop não seria o monstrologista mais dedicado do mundo se ele não tentasse encontrá-lo, mas sendo uma missão extremamente perigosa, o Dr. Warthrop prefere não levar Will junto com ele, e acaba deixando-o com o seu mentor Dr. Von Helrung em Nova York. Isso nunca aconteceu com Will antes, e apesar de seu relacionamento com o Dr. Warthrop ser complicado e confuso, ele não sabe o que fazer. Meses se arrastam sem nenhuma palavra, e Will acaba se entregando por algo que ele nunca teve antes: uma família. Mas quando Von Helrung recebe a notícia de que Warthrop está morto, Will Henry não acredita na sua morte, e decide descobrir a verdade, mesmo que isso signifique perder sua vida. Mesmo que o Dr. Warthrop tem sido a sua principal causa de frustração, Will Henry percebe que algo está errado, e não pode suportar que o Dr. Warthrop tenha que enfrentar o perigo por conta própria. Will consegue rastrear o Dr. Warthrop e parte para a Ilha de Sangue, em busca do Dr. Warthrop e do Typhoeus magnificum. Apesar dos horrores que ele testemunhou em sua vida, nada pode prepará-lo para o que o espera na Ilha de Sangue.

É muito interessante ver como as personagens cresceram desde o começo da série. Pellinore Warthrop, cresceu e se tornou uma figura quase paternal para Will. Embora ele o tenha deixado para trás nesse livro, ele o fez por acreditar ser o melhor para Will. Já, o personagem de Will, é o principal foco nesse livro. As relações entre ele e seu mestre nunca foram mais complexas. E pela primeira vez é dada à Will a oportunidade de viver uma vida normal novamente. Ele passa o tempo com a família de Von Helrung, incluindo sua filha, Lilly Bates. Will fica dividido entre amar a normalidade que não experimentou desde a infância e o desespero que sente por não estar ao lado de Pellinore. Faz muito tempo que Will frequentou uma escola, teve um amigo, ou viveu em uma casa normal, onde dissecar cadáveres de monstros não é algo normal. Will começa a sentir algo mais por Lilly, mas ele acredita que Pellinore é tudo que ele tem no mundo, e ele não pode deixar de sentir como se tivesse sido abandonado. Após a trágica perda de seus pais, ele tem pavor de perder Pellinore e agora tudo o que ele pode fazer é esperar pelo seu retorno. E, como sempre, o tipo de relação pai e filho entre Will e Pellinore é emocional e complexa.

Há novos personagens, e todos com personalidades distintas. O enredo é maravilhoso, e a imaginação do autor não conhece fronteiras. O ritmo é mais lento do que os livros anteriores, especialmente o tempo em que Will e Dr. Worthtop passam separados, mas depois pega ritmo novamente e a história te prende até o final.

A capa continua a seguir o padrão das anteriores, que eu acho lindas! Todo o trabalho da editora continua impecável. Diagramação, revisão e tradução excelentes!

"A Ilha de Sangue" me deixou sem fôlego, e tenho que dizer que o autor é realmente incrível. A complexidade da relação entre Dr. Warthrop e Will chega a novas profundidades, e o resultado não é o que você poderia esperar. Os monstros neste livro são bastante aterrorizantes, mas, o monstro mais assustador é o que vive dentro de você. Posso dizer que achei este o mais interessante dos três livros até agora, especialmente em termos de desenvolvimento de personagens e história complexa e detalhada. Mal posso esperar para ler o próximo! Recomendo a todos!