24.8.16

[Resenha #1047] Restos Humanos - Elizabeth Haynes @intrinseca


Restos Humanos
Elizabeth Haynes
ISBN-13: 9788580574838
ISBN-10: 8580574838
Ano: 2014
Páginas: 315
Editora: Intrínseca
Classificação: 4 estrelas
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Sinopse:
Você conhece bem seus vizinhos? Saberia dizer se eles estão vivos ou mortos? Ao encontrar por acaso o corpo de uma vizinha em avançado estado de decomposição, Annabel Hayer, que trabalha com análise de informações para a polícia, fica horrorizada ao pensar que ninguém — e isso inclui ela mesma — sentiu falta daquela mulher. De volta ao trabalho, ela vasculha os arquivos policiais e encontra dados que mostram um aumento significativo de casos como aquele nos últimos meses em sua cidade. Conforme aprofunda a investigação, Annabel parece cada vez mais convencida de estar no rastro de um assassino, e é obrigada a enfrentar os próprios demônios e a própria fragilidade. Será que alguém perceberia se ela simplesmente desaparecesse? Um thriller psicológico extremamente perturbador, Restos humanos fala de nossos medos mais obscuros, mostrando como somos vulneráveis — e a facilidade com que vidas podem ser destruídas quando não há ninguém que se importe com elas.



Resenha:

    Restos Humanos é um livro diferente de qualquer outro livro. Narrado por diferentes perspectivas, o livro nos fornece um perturbador retrato das relações atuais e das consequências de uma sociedade egoísta e individualista. Esse livro vai fazer você repensar seus relacionamentos e o modo como vivemos.

Annabel Hayer é uma mulher solitária e espirituosa, morando na companhia apenas de sua gata, Lucy, e que trabalha como analista de informações para a polícia. Sua vida é pacata e até um pouco sem graça. Porém, isso muda quando, um dia, ela sente um cheiro fortíssimo vindo da casa ao lado e, curiosa, vai até lá. Para sua enorme surpresa, Annabel encontra o corpo de sua vizinha, já em avançado estado de decomposição.




Esse evento desencadeia uma série de descobertas e questionamentos na vida de Annabel. Obcecada pelo assunto, a protagonista faz uma pesquisa e descobre que isso acontece muito mais do que ela imaginava. Os casos de pessoas encontradas dentro de suas próprias casas muito tempo após a morte são muitos e estão aumentando.


“E se eu morresse aqui, agora, dariam pela minha ausência? Será que notariam minha falta no trabalho? Será que minha mãe telefonaria para a polícia, caso não conseguisse falar comigo? Talvez alguém viesse até aqui. E se eu não atendesse a porta? Quanto tempo levaria até que alguém a arrombasse? Dias? Semanas? Em que estado estaria meu corpo quando fosse encontrado?” p. 54

Annabel fica obcecada com o assunto, mas, aparentemente, esse assunto não interessa a polícia da mesma forma que a interessa. Afinal, a polícia está interessada em casos de homicídio e esses casos se caracterizam como suicídio. Porém, e se não for exatamente suicídio? Por que esses casos têm aumentado tanto? O que leva as pessoas a simplesmente não se levantarem mais? Como pode o instinto de sobrevivência não reagir quando as pessoas deixam de comer?


“É um triste sintoma de nossa sociedade que tantas pessoas de nossa comunidade não conheçam seus vizinhos, ou que prefiram acreditar que outras pessoas deveriam se preocupar, que outras pessoas sabem onde estão, os outros que assumam a responsabilidade. Mas, na verdade, essas outras pessoas não existem.” p. 73



O livro é narrado também por Colin. Um homem extremamente solitário e que possui uma personalidade bastante peculiar. Colin consome muito uísque e muita pornografia e suas narrativas sempre envolvem masturbação.

Annabel e Colin são os dois protagonistas do livro. Porém, demoramos para entender o que os dois tem em comum. Há outros narradores: as pessoas que foram encontradas mortas. Basicamente, elas estão ali para nos contar um pouco de suas histórias e como acabaram esquecidas em suas casas. Em geral, esses capítulos são bem curtos, mas, muito interessantes.


No entanto, sem dúvidas, os capítulos mais interessantes são os de Colin. Ele possui uma forma perturbadora de ver a vida e, aos poucos, vamos entrando no ritmo dele. A narrativa dele é rápida, ácida e tão profunda que parece que estamos frente a frente com ele.


“... nós nos tornamos um nação de egoístas escondidos atrás das cortinas.” p. 73

O livro demora para revelar suas intenções e, por isso, na primeira metade, temos a impressão de que esse é um livro sem propósito. Porém, quando a grande revelação vem à tona, é impossível parar de ler. Restos Humanos é instigante, repulsivo e muito inteligente. Uma trama muito bem elaborada, com personagens incrivelmente construídos e reviravoltas alucinantes. O único defeito é a narrativa um pouco cansativa e eu acho que se a revelação fosse feita antes, a leitura seria mais proveitosa. Se você gosta de suspense, Restos Humanos é ideal.


Um comentário

  1. Esse livro parece ser bem interessante, adoro histórias que são narradas por diferentes perspectivas!

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