12.10.17

[Resenha #1306] A Garota Corvo - Erik Axl Sund @cialetras


A Garota Corvo
Erik Axl Sund
ISBN-10: 853592874X
ISBN-13: 978-8535928747
Páginas: 584
Ano: 2017
Editora: Companhia das Letras
Classificação: 5 estrelas
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Sinopse: Tudo começa em um parque da cidade de Estocolmo, onde o corpo de um menino é encontrado. A detetive superintendente Jeanette Kihlberg lidera a investigação, lutando contra um promotor apático e uma força policial burocrática que não quer dedicar recursos para resolver o assassinato de uma criança imigrante. Todavia, com a descoberta dos cadáveres mutilados de mais duas crianças, fica claro que um serial killer está à solta. Kihlberg procura a psicóloga Sofia Zetterlund, uma especialista em recuperar crianças que sofreram violência, e as vidas das duas mulheres se entrelaçam de forma quase instantânea — profissional e pessoalmente. À medida que se aproximam da verdade sobre os assassinatos, as duas vão aos poucos perceber que os crimes escondem um mal subterrâneo que parece abraçar toda sociedade sueca. Na veia da série Millennium, A garota-corvo é um thriller sombrio e de tirar o fôlego, e uma investigação dos recantos mais sombrios da mente humana.


Resenha:

Thriller psicológico e policial, capaz de inquietar até o leitor mais experiente com suas abordagens reais e impactantes, a Garota Corvo é um livro que tem muito a dizer. Narrado em terceira pessoa, com capítulos no tamanho certo para quem gosta de detalhes, tenho certeza que as quase 600 páginas desse livro serão capazes de te prender e surpreender. 

O leitor é levado ao mais próximo possível da mente humana, vemos de tudo bem de perto, do medo à coragem, do ódio à apatia e acredito que essa proximidade com a realidade é capaz de causar os mais diversos sentimentos ao leitor.
“Seu pai cravara uma faca em sua infância e a lâmina ainda vibrava após o golpe. Não importava mais. Ela e o ódio se pertenciam como o trovão e o raio, como o punho cerrado e soco.”
Comigo a leitura fluiu, ainda que em alguns momentos tenha sido necessário longas pausas, pois os sentimentos diversos que citei acima, bem, eu senti todos eles. Levando em consideração que o centro da trama é sobre a elucidação de crimes hediondos (assassinatos, né) que tem ocorrido com crianças no coração de Estocolmo, você já pode imaginar que mortes com requinte de crueldade e psicopatas clássicos te esperam ao passar de páginas. Nesse caso, quando envolve criança meu coraçãozinho não aguenta. Mesmo assim, a leitura conseguiu me fazer viajar, torcer e admirar cada descoberta.




A história se desenrola durante as descobertas, dramas e anseios pessoais das personagens Jeanette Kihlberg(detetive) e Sofia Zetterlund (psicóloga). Enquanto vivem suas vidas, ambas lidam com um cenário muito parecido em suas respectivas profissões. E chegado às personagens principais, não poderia deixar de citar que elas são personagens que toda mulher sentiria orgulho de ler em um enredo tão marcante e único. Assim como os sentimentos que o autor nos leva a conhecer, a verdade dos personagens envolvidos é rica e desastrosamente deliciosa de ler.
“O perdão genuíno é perdoar o que é imperdoável. Algo que só um deus pode fazer."
O que mais me prendeu a história foi à capacidade de falar tão abertamente e profundamente sobre assuntos que muitas vezes até evitamos de ver em noticiários, o que leva o leitor a refletir, pois ainda que não seja visto, toda a merda que existe nas periferias estão ali. E ainda que ninguém dê muita importância, eles continuarão ali, de forma injusta e precisando do mínimo de atenção e dignidade. Esse é o cenário revoltante que Jeanette precisa lidar todos os dias. Seus superiores não estão muito a fim de dar suporte para uma investigação sobre crimes infantis de meros melequentos imigrantes. E só de resumir isso, já me torço de raiva, pois como citei anteriormente, esse livro é capaz de nos fazer refletir citando assuntos que nem sempre estamos dispostos a olhar.

Nada distante de nossa realidade, vemos também a "delicadeza de elefante", se me permitem o trocadilho, que o autor aborda os desafios das profissões de nossas "mocinhas", que passam por cima de machismo e todo tipo de preconceito simplesmente por serem mulheres.


Esse é um livro pra te tirar da zona de conforto. Chegou pra mim como dois tapas na cara e olha que sou atenciosa com os dramas alheios. A história é bem elaborada e todos os temas abordados dentre eles pedofilia, tráfico de crianças, traumas psicológicos e suas consequências, são um soco no estômago, no melhor significado que isso pode ter. É uma mensagem de alerta com desfecho sensacional, e eu duvido muito que depois desse livro você consiga não se interessar por psicopatas. 

A Garota Corvo possui uma trama complexa, que liga a todo momento passado e futuro, com personagens secundários tão bem escritos e bem fundamentados quanto os personagens principais. Se você gosta de experimentar sensações diversas, curte um bom thriller psicológico, bem como drama policial, posso garantir que a sensação de estar num filme é certa! Leia com atenção, todo detalhe é importante, queridos...


Um comentário

  1. Oi Nadia!!
    Esse livro já está na minha estante há algum tempo, logo quando vi a sinopse me interessei, porém ele é um calhamaço e como tem algumas coisas atrasadas kkkk ele ainda está lá!!
    Mas sua resenha realmente me despertou o interesse, amo policiais, e o fato de serem duas mulheres as protagonistas me despertou novamente para a leitura, estava precisando relembrar o assunto! Bela resenha é lindo blog!!

    Beijokas

    www.paraisodaisideas.blogspot.com.br

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