Yevgeny Zamyatin
ISBN-13: 9788576573111
ISBN-10: 8576573113
Ano: 2017
Páginas: 344
Idioma: português
Editora: Editora Aleph
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Nós é um romance distópico escrito entre 1920 e 1921 pelo escritor russo Yevgeny Zamyatin. A história narra as impressões de um cientista sobre o mundo em que vive, uma sociedade aparentemente perfeita mas opressora, e seus conflitos ao perceber as imperfeições dele, ao travar contato com um grupo opositor que luta contra o "Benfeitor", regente supremo da nação. O livro só adentrou legalmente a pátria-mãe do autor em 1988, com as políticas de abertura do regime soviético, devido à censura imperante no país.
Resenha:
Nós é narrado mil anos após a Guerra de 200 anos, que dizimou grande parte da humanidade, pelo protagonista e em primeira pessoa por um filósofo-matemático e engenheiro que teve pretensões de se tornar um poeta no passado. Ele alterna presente e passado quando ele explica sua situação ou vários itens culturais para seus leitores e eventos reais que o sucederam no período entre as entradas do diário. O objetivo do diário é ajudar os habitantes de outros planetas a aceitar fidelidade aos Estados Unidos e adotar seu modo uniforme de vida.
Este narrador de 36 anos, D-503, começa como um patriota entusiasmado e convencido, modesto sobre suas realizações científicas e contente com seu modo de vida. Ele não consegue conceber como os antigos, a quem ele se refere constantemente (pessoas do século 20), poderiam viver em um estado de liberdade caótico. D-503 é um engenheiro chefe do projeto da construção da Integral, uma espaçonave que tem por objetivo explorar outros planetas para levar a felicidade plena para esses outros locais, assim tendo em vista que a sua sociedade é considerada perfeita. E essa sociedade perfeita é conhecida como Estado Único, que é uma sociedade totalitária, onde tudo é calculado milimetricamente, sendo que se utilizam da matemática como base de tudo, pois é considerada uma ciência exata e racional.
Os humanos que sobreviveram da Guerra de 200 anos, construíram uma muralha, que é liberada pelo Estado Uno e seu representante é o Benfeitor. Nessa sociedade, as pessoas moram em apartamentos que tem vidros transparentes, para que as pessoas possam vigiar a vida uma das outras, mas a transparência significa a total falta de liberdade. O Benfeitor determina tudo, desde a hora de dormir, comer, trabalhar e até do mais absurdo, a hora para fazer sexo. Tudo é previamente determinado, as pessoas não tem nomes e sim números, todos se vestem igual, de uniformes, e todos tem horários e funções que devem cumprir, a comida é sintética, não é permitido pensar, ter imaginação, esperança, amor, tudo são considerados como pecados mortais e agir contra o sistema é um crime que será punido com a morte.
Nosso protagonista, D-503 que até então achava que a sociedade em que vivia era perfeita, começa a questionar as coisas quando conhece I-330, sua mente vai aos poucos de abrindo. I-330 é uma mulher que acredita na liberdade, e acaba por influenciar D-503, e ele começa a imaginar, sonhar e até se apaixona, o que é proibido nessa ditadura em que vive, e depois ele acaba por se ver no meio de uma revolução iminente.
Com essa premissa, podemos ver que mesmo que foi escrito em 1920, esse tema continua muito atual. Esse livro de Yevgeny Zamyatin é tão instigante que foi censurado, e só em 1988 é que foi permitido entrar na Rússia, a pátria de Yevgeny Zamyatin. Ele inspirou vários escritores, entre eles George Orwell e Aldous Huxley.
A escrita é direta, fluída, e não se engane, pensando que por ser um livro de 1920, a escrita vai ser difícil, pois não é não, é um livro muito agradável de se ler e muito cativante e enolvente, e quando você se dá conta já terminou.
A Editora Aleph está de parabéns pelo capricho nessa edição em capa dura, uma diagramação perfeita, e este livro tem uma resenha escrita por George Orwell, o que eu achei incrível, além de uma carta escrita para o autor de Stálin.
Nós é um livro clássico que todos deveriam ler, e que nunca deixará de ser atual e de nos ensinar sobre a vida e a sociedade em que vivemos. E claro, fã de distopias, este livro é uma leitura mais que obrigatória!
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