Sacha Sperling
ISBN-13: 9788535918199
ISBN-10: 8535918191
Ano: 2011
Páginas: 176
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras
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Sinopse: Um garoto que mal completou quinze anos já se sente vivido o bastante para contar sua vida, em especial tudo que se passou com ele um ano antes, numa fase de profunda crise existencial.
E ele tem mesmo o que contar, começando por suas explorações sexuais com garotas e com um garoto de sua idade, o pasoliniano Augustin, que tem um pé na delinquência e virá a ser seu primeiro grande amor. Não faltam as epifanias nem sempre luminosas, obtidas às custas de muito álcool e drogas, desde maconha até cocaína, passando por anfetaminas e calmantes de farmácia.
O belo, inteligente, aloprado e algo neurastênico Sacha (personagem e autor ostentam o mesmo nome) nos dá livre acesso aos meandros mais íntimos de sua subjetividade adolescente. Sinal dos tempos hiperacelerados que vivemos, o livro de Sperling fala direto ao coração do leitor, que estará sujeito a boas gargalhadas com as insolências desse burguesinho da pá virada que pinta e borda, se desespera e amadurece na rive gauche parisiense.
Resenha:
A obra a primeiro momento me trouxe confusão visto que o protagonista tem o nome do autor, mas não o sobrenome. Não sabia identificar se era uma biografia camuflada ou apenas um personagem com o mesmo nome do autor. Cheguei até a procurar artigos na internet a cerca do assunto mas nenhum me mostrou se de fato a obra é uma biografia. Fico na torcida que não seja!
Em pouco mais de 170 páginas conhecemos um jovem Sacha inconsequente que me parece não querer viver, ele somente existe. Ele se encontra em um estado onde pensar no outro não existe, é um esforço que não deseja ter e muito menos trabalhar para adquirir. É bastante difícil sentir empatia por esse personagem que me causou frustração do início ao fim. Não consegui notar o momento em que começou sua ruína mas percebi quando ele começou de fato a cair feio: ao conhecer Augustin.
É bom frisar que esse livro não é uma história de amor. Muito pelo contrário. É uma pessoa tentando a qualquer custo se agarrar a algum que a usa, é um ser humano procurando amor além do familiar mas não encontrando, é um náufrago a deriva se entregando a todo e qualquer refúgio que o tire do presente. É algo que parece não ser empático, é um objeto quebrando procurando lá no fundo ser concertado mas que não se esforça.
Como todo bom enredo frânces vemos a naturalidade que o autor aborda a questao da sexualidade na adolescência. Para muitos, é a vulgaridade nua e crua, para mim é a realidade sendo apresentada sem maquiagem.
Minha torcida no decorrer da leitura era de que Sacha se reergue-se e fosse alguém que saiu do fundo do poço, mas parece que ele gosta da escuridão, da água gelada e do silêncio desse lugar lugúbre.
Não sei se consigo recomendar essa obra uma vez que não é um enredo de superação, mas sim de acomodamento. Só posso expressar minha grande surpresa e tristeza por esse livro.
Com uma capa que evoca o casal que não é um casal, Ilusões Pesadas possui páginas amareladas, capítulos curtos, fonte das letras num tamanho confortável aos olhos e narração em primeira pessoa através dos olhos e sentidos de Sacha Winter.
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