100 dias de felicidade
Fausto Brizzi
ISBN-10: 8581052355
ISBN-13: 978-8581052359
Páginas: 312
Ano: 2014
Editora: Suma de Letras
Idioma: Português
Classificação: 4 estrelas
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Sinopse: O que você faria se tivesse exatamente 100 dias de vida? “Não tenho nenhum feito ou mérito para ser lembrado na posteridade. Para justificar uma placa de mármore em um edifício. Uma placa diante da qual alguém passe e diga: ‘Vou ver rapidinho na Wikipédia quem era esse Battistini!’ Ainda assim, tenho uma mulher e dois filhos que amo, amigos maravilhosos, um time de garotos que dariam a vida por mim. Cometi alguns erros, farei outros ainda, mas também participei da festa. Eu também estava lá. Em um canto, talvez; eu não era o aniversariante, mas estava lá. A única tristeza foi ter que descobrir que vou morrer para começar a viver.” Esta é a história de Lucio Battistini, apaixonado pelo time de polo aquático que treina e pela família: a mulher e os dois filhos pequenos. É a história de como ele viveu os últimos 100 dias de vida com o “amigo Fritz”. E de como, contra todas as probabilidades, aqueles foram os melhores dias de toda a sua vida. Em 100 dias de felicidade, Fausto Brizzi, roteirista e diretor de cinema, ganhador do Prêmio David di Donatello, mistura humor e dor, ficção e franqueza para explicar o sentido de viver e o de morrer, em uma narrativa hilariante e inspiradora.
Resenha:
Lucio Battistini é técnico de uma equipe de polo aquático italiana, tem esposa e dois filhos e é o narrador da história. Ela relata os seus últimos 100 dias depois da descoberta de um câncer avançado o qual chama ironicamente de “amigo Fritz”.
Depois de tentar alguns tratamentos sem sucesso e não querendo ver sua degradação física devido ao estado do seu câncer, Lucio decide viver seus últimos dias da melhor forma que acha ser possível com a família e amigos. Essa escolha também é tomada em virtude do seu casamento está em crise, sendo um dos objetivos do personagem é reconquistar o amor da sua esposa, antes que seja tarde demais.
“A doença aprisionou a minha energia, eliminou os meus sonhos, diminuiu a velocidade do meu ritmo vital. Em vez de me estimular, decididamente me tornou preguiçoso. A verdade é que, apesar de todas as minhas boas resoluções, não consigo saborear por completo o tempo que me resta. A partir de hoje vou virar a página”.Embora a obra não seja autobiográfica e sim ficção, ela faz florescer no leitor alguns sentimentos dos mais variados. Rimos e choramos com Lucio, pois parece que estamos ao lado dele conversando, trocando ideias e sonhos, vivendo as suas dores e suas alegrias, compreendendo as suas ações e atitudes.
“Mas suspeito que já esteja acontecendo um progressivo distanciamento, um lento desapego pelos objetos. Percebo isso quando leio uma história em quadrinhos e dobro a capa da revista sem aquele respeito sagrado que até poucos meses atrás concedia a ela. De repente entendo que os homens não se dividem em bons e maus, do sul e do norte, inteligentes e burros ou as outras mil distinções que inventamos para animar a vida”.O autor incrementa a narrativa com várias referências contemporâneas e histórias internacionais e italianas, o que torna a leitura mais interessante. O mais famoso e o mais frequente é o Leonardo da Vinci. Parece que tudo foi criado pelo pintor do quadro da Monalisa, trazendo momentos cômicos sem perder o tom da explanação.
A numeração dos capítulos está em ordem decrescente como se tivesse em contagem regressiva para o fatídico acontecimento. O livro possui capítulos curtos permitindo uma leitura breve e prazerosa, mas, ao mesmo tempo, faz com que o leitor pense sobre sua própria vida. O que você faria se tivesse somente 100 dias de vida?
“De quantos dias da sua vida você se lembra bem? Os especiais, dos quais poderia falar mesmo depois de muitos anos? E, ao contrário, quais são os dias normais, em que não acontece nada digno de comentário e que passam anônimos?”.
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