6.5.18

[Resenha #1620] Indomável - S. C. Stephens @EdValentina


Rock Star #4
Indomável
S. C. Stephens
ISBN-13: 9788558890502 
ISBN-10: 8558890501
Ano: 2017
Páginas: 400
Idioma: Português
Editora: Valentina
Classificação: 5 estrelas
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SINOPSE: Ser o baixista da banda de rock mais famosa do mundo proporcionou muitas vantagens para Griffin Hancock: uma bela casa, um carro veloz e, o mais importante, sua incrível esposa Anna. A única coisa que a fama não lhe trouxe foi um refletor focado apenas nele. Anna o aconselha a ser paciente, e diz que seu talento vai acabar por lhe trazer isso. Só que Griffin está farto de esperar pela oportunidade de brilhar por completo.De forma inesperada para todos, Griffin toma uma decisão chocante e resolve assumir o maior risco de sua vida. Subitamente ele se vê debaixo de novos refletores, luzes, câmeras e... caos -- algo que acaba por levar ao limite o seu relacionamento com Anna. Sua compreensiva esposa sempre considerou sexy o comportamento imprevisível do marido, mas, de repente, sentimentos de dor começam a transparecer em seus olhos, e isso coloca a alma de Griffin em uma espiral de desespero e infelicidade.Justamente quando o reconhecimento do seu talento está ao seu alcance, a pessoa que ele mais ama no mundo pode estar lhe escorrendo pelos dedos.



Resenha:

Muitas pessoas idolatram uma estrela do rock. Não importa qual instrumento o músico está tocando em cima do palco, ser um rockstar é meio caminho andado para a adoração mundial. Em Indomável, da autora S. C. Stephens, o rockstar em questão é Griffin Hancock, baixista da banda D-Bags. Infelizmente, ter uma base sólida de fãs, álbuns nos primeiros lugares dos charts, reconhecimento em muitos países, turnês esgotadas e estar realizando um sonho de infância não é o bastante para Griffin. 


“(...) eu tive a maior e mais fodástica vida em toda a história das grandes vidas da humanidade.” (pág. 10)
“Quem não prometia coisa alguma para quem quer que fosse não corria o risco de ser cobrado nem sacaneado mais tarde. Era próprio da natureza humana voltar atrás na palavra empenhada, e era por isso que eu nunca fazia promessas.” (pág. 21)
“Os caras realmente deveriam me dar mais crédito por todas as merdas que eu não fazia. Se eles soubessem quantas ideias incríveis me passavam pela cabeça o tempo todo, ficariam impressionadíssimos com o meu autocontrole.” (pág. 39)
“Era um cara incrível envolto por camadas espetaculares, cobertas por acabamentos impressionantes.” (pág. 63)
“Ela me apoiava, acreditava em mim. Era essa crença que me mantinha de pé e indo em frente. Anna era o combustível e também a razão de eu ser tão impressionante.” (pág. 94)
Ele está cansado de apenas tocar baixo e deixar toda a glória para o vocalista e o guitarrista, que sempre estão nos holofotes, são os queridinhos de muitos fã-clubes e são os únicos a receber atenção de jornalistas. Griffin quer mais, ele compreende que tem talento, mas sente que tudo o que sabe está sendo desperdiçado. Sua esposa e suas duas lindas filhas são a única certeza que ele tem na vida. O resto parece estar errado. 
“Nós costumávamos ser grandes rebeldes. Éramos verdadeiras estrelas do rock. Costumávamos evitar as responsabilidades e rir na cada da ordem. O caos governava nossas vidas. Eu sentia saudade daqueles dias.” (pág. 185)
“Minha preocupação com a banda era um erro. Cortar todos os laços era a solução para todos.” (pág. 234)
“Qualquer dia as pessoas iriam começar a me associar com outra coisa. Algo maior, melhor, mais arrojado e mais ousado; eu mal conseguia esperar por isso.” (pág. 268)
“Eu nasci para estar no palco, cercado por música de arrebentar e luzes ofuscantes.” (pág. 280)
“Anna merecia saber a verdade...Tinha se casado com um perdedor fodido que estragava tudo.” (pág. 298)
Cansado de pedir um pouco mais de espaço no palco, seja para tocar guitarra ou falar com o público pelo microfone, e sempre receber respostas negativas de seus companheiros de banda, Griffin decide aceitar uma proposta tentadora: ser o astro de seu próprio seriado de televisão. O problema é que ele age pela emoção e no calor do momento, esquecendo-se dos sentimentos dos integrantes da banda e, principalmente, da sua própria esposa. 
“Quando a vida caga na sua cabeça, muitas vezes você precisa ser o seu próprio super-herói.” (pág. 302)
“Seu orgulho será a sua ruína, Griffin.” (pág. 318)
“Você não é um cara tão ruim assim, sabia? Talvez seja um pouco voltado para si mesmo, mas todos nós somos assim, até certo ponto.” (pág. 332)
“Por que eu não poderia ter percebido isso mais cedo? Antes de ter perdido tudo? Porque eu não tinha visto de verdade o que tinha até perder de vez.” (pág. 364)
“Eu era um cara autocentrado, egocêntrico, egoísta, uma diva, um babaca, um imbecil... e sinto muito por tudo isso.” (pág. 379)
“Eu era mais resistente do que imaginava, e com Anna ao meu lado não havia nada que eu não pudesse fazer.” (pág. 430)
“A eternidade não chega nem perto de descrever o tempo em que eu vou te amar.” (pág. 459)
O livro é o quarto volume da série Rock Star, mas pode ser lido separadamente. A narração em primeira pessoal do Griffin é super informal, é como se ele estivesse contando sua história para uma roda de amigos. Se você é um leitor sensível, então não vai gostar dos diversos palavrões, palavras com conotação sexual e muitas outras coisas na narração dele. Para mim, acredito que esses elementos transformaram a história em uma coisa única.  

Gostei também de ver que a autora mostra os bastidores do entretenimento. Com relação a um show, descobrimos o que realmente pode acontecer com os componentes de uma banda, por exemplo, nos ensaios e nas brigas internas. Também captei uma crítica a um tipo especifico de fanatismo, precisamente quando algumas fãs surgem apenas com a vontade de conhecer o vocalista do D-Bags, sem lembrar que uma banda é construída por muitas pessoas, não apenas pelo lead singer. E é claro que, se temos o entretenimento, também temos a mídia e como ela pode usufruir de escândalos dentro do cenário musical. 

Nosso personagem principal é imperfeito e perfeito ao mesmo tempo. Ele esconde uma faceta de sua personalidade, aquela que se mostra um ótimo marido, um pai super amoroso e preocupado com o bem-estar da própria família, para apenas revelar um cara idiota, egocêntrico, narcisista e, aparentemente, burro. Pelo que pesquisei, muitos leitores não gostaram da história justamente pelo Griffin ser quem é, mas, pelo contrário, eu o amei desde o começo. Griffin é a alma do livro. Fiquei ávida para saber o que cada decisão imprevisível traria como consequência para ele próprio, o casamento com Anna e para a banda. De uma forma estranha, eu torcia pelo final feliz de Griffin desde o começo. 


Por exemplo, compreendi o problema dele. Griffin não possuía visibilidade na banda, mas sabia que tinha talento e queria apenas mostrar isso para o mundo. As escolhas que ele tomou, escolhas baseadas na emoção, foram o seu grande erro. Muitos personagens dão opções, conselhos e até se voluntariam para guiar alguns de seus passos, mas Griffin é impassível e, por conta de suas qualidades nada atrativas, são inúmeras as mancadas que ele comete. 

Sua relação com a esposa, a Anna, é outro fator que me fez sentir empatia pelo personagem. Durante a leitura, ficamos apreensivos com a quantidade de mentiras construídas por Griffin para ela. Não só porque a mentira é algo intolerável, mas porque ficam claras as intenções dele: Griffin a ama e não quer ver a decepção em seus olhos. Falando em Anna, ela é o complemento do personagem. Ela é a melhor amiga dele, sua paixão e mostra-se a força que ele precisa ter para continuar investindo nos próprios planos. Além disso, é com ela que vemos o quão incrível Griffin realmente é. 


O que posso adiantar é que ele muda a personalidade ao longo dos acontecimentos. Por conta das diversas perdas que enfrenta, perdas resultadas de escolhas dele próprio, vemos que Griffin começa um autoconhecimento. Algo curioso que vale a pena destacar com relação a isso, é que quase todos os capítulos têm a palavra impressionante encaixada em alguma frase, o que demonstra o ego inflado dele. O mais interessante é que, de pouquinho em pouquinho, a autora para de utilizar essa palavra, o que faz uma relação implícita com a mudança de personalidade de Griffin. 

Indomável é a história de um homem que estava no topo do mundo, mas, por conta da ganância e do orgulho, despencou e teve que lutar novamente para ascender. Griffin Hancock é a essência do livro, apesar de seus erros e da personalidade nada fácil, ele cresce, se transforma e se torna um protagonista único. Com uma escrita informal, uma leitura instigante, personagens lindamente construídos e os bastidores da fama, recomendo Indomável para todos os leitores. 



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