4.5.18

[Resenha #1619] Batman: Criaturas da Noite - Marie Lu @editoraarqueiro @Marie_Lu


Batman: Criaturas da Noite
Lendas da DC # 2
Marie Lu
ISBN-13: 9788580418071
ISBN-10: 8580418070
Ano: 2018
Páginas: 256
Idioma: português 
Editora: Arqueiro
Classificação: 4 estrelas
Skoob
Compre: Amazon
Sinopse: As criaturas da noite estão caçando a elite de Gotham. Bruce Wayne é o seu novo alvo.Bruce Wayne está prestes a completar 18 anos e herdar a fortuna de sua família, além do controle das indústrias Wayne. No entanto, no dia do seu aniversário, ele faz uma escolha impulsiva e é condenado a prestar serviço comunitário no Asilo Arkham, uma mescla de prisão e hospital psiquiátrico onde estão detidos os criminosos mais desequilibrados da cidade.Lá ele conhece Madeleine, integrante das Criaturas da Noite, um grupo radical que deseja acabar com a elite de Gotham. Até então, a moça se recusava a confessar seus crimes ou informar à polícia os futuros ataques que planejavam, mas ela resolve se abrir para Bruce Wayne, dando início a um perigoso jogo de sedução e inteligência.Será que o jovem Wayne vai conseguir convencê-la a revelar todos os seus segredos ou ela está apenas manipulando-o para arruinar Gotham? Enquanto o golpe final das Criaturas da Noite se aproxima, Bruce percebe que não é tão diferente de Madeleine. E, mesmo longe de se tornar o Cavaleiro das Trevas, precisará provar que está preparado para deter uma das maiores ameaças que Gotham já presenciou.



Resenha:

Em 1939, Batman surgiu. O personagem foi criado por Bill Finger e Bob Kane e, desde então, seja no cinema ou nos quadrinhos, ele é adorado por muitas pessoas. Marie Lu, autora do livro Batman: Criaturas da Noite, é uma delas. Ela escreveu uma história que se passa na adolescência de Bruce Wayne, alguns anos após o assassinato de seus pais e antes de se tornar o justiceiro de Gotham City que todos nós conhecemos. 



Aos 18 anos, Bruce precisa lidar com todos os privilégios e infortúnios de ter o sobrenome Wayne. Apesar de adorar a tarefa de levar adiante o império que seus pais construíram, ele tem que conviver diariamente com manchetes sensacionalistas ao seu respeito e, pior do que isso, pessoas falsas que só querem ser amigas de Bruce por interesse. Afinal de contas, ele era o jovem mais rico de toda a Gotham City. Bruce conta nos dedos as pessoas que realmente o fazem se sentir bem: Alfred, seu guardião; Dianne Garcia e Harvey, seus dois melhores amigos; e Lucius Fox, responsável pelos laboratórios da Wayne Tech.  
“Se ele fosse apenas Bruce, o garoto da casa ao lado, alguém se importaria?” (pág. 23)
“Gotham estava destruída em muitos sentidos, mas não era irreparável. Ele encontraria uma forma de recuperá-la.” (pág. 25)
“Esses eram assassinos que haviam aterrorizado Gotham quando estavam à solta, estampando os noticiários. Agora a única coisa que separava Bruce de cada um deles era uma camada de metal e vidro. (pág. 52)
“Nunca confie na tecnologia. Tudo que é feito para nosso beneficio também pode ser usado contra nós.” (pág. 85)
“A primeira regra para enganar alguém – disse ela – é entremear muitas verdades com umas poucas mentiras.” (pág. 96)
“E se o sistema, no entanto, necessitasse de ajuda? Em todas as histórias de mistério que ele já lera a polícia sempre ficava um passo atrás do herói. E se a única forma de consertar tudo fosse assumindo as rédeas?” (pág. 103)
Após ser despertado por um senso de justiça, Bruce participa de uma perseguição policial envolvendo as Criaturas da Noite. Esse grupo está aterrorizando os ricaços da cidade. Ao que tudo indica, revoltados com um sistema corrompido pela elite, eles decidem assassinar todos aqueles que usaram o dinheiro de forma errada. Depois da perseguição, que não acaba nada bem, Bruce precisa arcar com as consequências. Pensando nisso, a detetive Draccon o manda fazer serviço comunitário no Asilo Arkham, lugar em que estão presos os criminosos mais insanos da cidade. 
“O medo clareia a mente. O pânico a obscurece.” (pág. 159)
“Existem duas formas de superar uma tragédia pessoal, sabia? Você é do tipo que se recupera e volta mais forte para a guerra.” (pág. 178)
“Sempre haveria no mundo os mentirosos, traidores e ladrões, mas também sempre haveria as pessoas de bom coração.” (pág. 229)
O que deveria ser apenas algumas semanas limpando corredores se tornou uma grande aventura. Por lá, Bruce conhece uma prisioneira chamada Madeleine, membro das Criaturas da Noite. Policiais comandados pela detetive Draccon já tentaram tirar informações dela, mas a jovem é irredutível. A surpresa acontece quando Madeleine se sente livre para conversar com Bruce. Misteriosa e analítica, ela joga com as palavras. Do outo lado do vidro, Bruce precisa desviar de duas coisas: das perguntas e do sentimento que está começando a nutrir pela assassina. Só que essa aproximação reserva muita dor de cabeça para Bruce Wayne.


O livro é o segundo da série Lendas da DC. Para lê-lo, tive que fazer um grande esforço para me livrar um pouco do preconceito bobo que tenho desse personagem e do universo DC. Pensei que seria um tipo de dificuldade literária sem igual, mas foi muito mais tranquilo do que imaginei. Isso porque estamos falando de uma fase de Bruce Wayne que não é tão explorada pelas adaptações cinematográficas com que tive contato. Na verdade, eu precisava ter uma visão diferente do homem por trás da máscara, e foi isso que a autora proporcionou.  

A narração em terceira pessoa é realizada por Bruce. A escrita é leve e, por isso, a leitura é rápida. A autora orquestra muito bem as cenas de ação, que não são frequentes, mas quando surgem são descritas de forma bem instigante. Esse é um dos grandes pontos positivos do livro. O grupo Criaturas da Noite e seus objetivos são super interessantes também. Fiquei ávida para saber mais (pensei até mesmo que compraria e leria um livro apenas sobre isso), mas a autora não explorou muito essa parte da história, o foco foi um pouco mais para os líderes do grupo. 

Os personagens mais explorados são o Bruce e a Madeleine. Ela não só faz alusões ao Sherlock Holmes, como também tem muitas características do personagem de Arthur Conan Doyle, como o modo de desvendar algo apenas com a observação dos mínimos detalhes. Infelizmente, os outros personagens não são tão desenvolvidos. Por exemplo, o melhor amigo de Bruce, Harvey, sofre violência doméstica pelo próprio pai, mas isso não foi muito abordado. Nessa situação, o potencial não foi aproveitado. Fiquei curiosa em saber não só sobre isso, mas também a forte ligação de amizade entre o trio (Bruce, Harvey e Dianne). 

Outra coisa que percebi é a forte crítica com relação a mídia, principalmente aquela que constrói e reproduz as fake news. Bruce está na mira dela em quase todos os grandes momentos de sua adolescência. Senti falta de comentários positivos sobre jornalistas éticos, queria que esse tópico não fosse tão generalizado na história. Diferente disso, gostei muito das menções ao futuro de Bruce como justiceiro. Elas estão contidas em diálogos, algumas situações e até mesmo em personagens. 

Se você gosta dos quadrinhos e das adaptações cinematográficas de Batman, então a leitura deste livro é super recomendada. Ele explora a adolescência do justiceiro com uma história instigante, têm mistérios envolvendo alguns personagens e o grupo intitulado Criaturas da Noite e, melhor do que tudo isso, existem muitas surpresas e reviravoltas que vão agradar você.  




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