29.5.18

[Resenha #1624] Estrelas da Sorte - Nora Roberts @editoraarqueiro


Os Guardiões # 1
Estrelas da Sorte
Nora Roberts
ISBN-13: 9788580418309
ISBN-10: 8580418305
Ano: 2018
Páginas: 288
Idioma: Português
Editora: Arqueiro
Classificação: 3 estrelas
Skoob
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Sinopse: Sasha Riggs é uma artista assombrada por sonhos que transforma em pinturas maravilhosas, cenas que preveem o futuro. Ela nunca conseguiu assumir seu dom, mas desta vez não consegue ignorar as visões que a atormentam e viaja para a ilha grega de Corfu. É lá que encontra as pessoas com quem sonha: um mágico, um arqueólogo, um viajante, um lutador, um solitário. Elas também foram atraídas por uma força inexplicável. Dotadas de habilidades extraordinárias, cada uma terá um papel fundamental na aventura que as espera: encontrar as míticas Estrelas da Sorte, que caíram do céu, pondo em risco o destino de todos os mundos.Sasha é quem os mantém unidos e vê no mágico, Bran Killian, um homem de imensa compaixão. Ela tem dificuldade para lidar com sua vidência, mas Bran está lá para apoiá-la. Porém, os dois não devem desviar sua atenção da missão, pois uma ameaça sombria procura corromper tudo que está no caminho para alcançar as estrelas. 



Resenha: 

As Estrelas da Sorte, da autora Nora Roberts, foram criadas pelas deusas da lua Celene, Luna e Arianrhod, que queriam dar um presente único e eterno para a rainha Aegle, a radiante. Sendo assim, elas geraram as estrelas do fogo, do gelo e da água, todas brilhantes e repletas de magia. Porém, uma quarta deusa queria os presentes para si e, munida de toda a maldade e escuridão, golpeou essa magia e fez com que as estrelas caíssem. Pensando nas consequências desse ato para todos os mundos, as três deusas usaram o que tinham para garantir que as estrelas ficassem uma longe da outra – porque um poder muito grande é alcançado quando elas estão juntas e, nas mãos erradas, ele destruiria tudo o que conhecemos. Elas caíram em lugares secretos e seguros, e estão apenas na espera de serem encontradas e reunidas pelas pessoas certas. 
“Não consigo controlar isso, não posso pedir para ver nem para não ver.” (pág. 22)
“Não escavo mentes em busca dos segredos de ninguém.” (pág. 23)
“(...) é sempre melhor andar para a frente do que para trás.” (pág. 31)
“Já pensou na arrogância dos homens que acham que estão sozinhos no universo?” (pág. 33)
“Temos de nos reunir. Enquanto não fizermos isso, poderemos olhar, mas não ver; procurar, mas não encontrar.” (pág. 47)
Uma dessas pessoas é Sasha Riggs. Além de ser uma excelente pintora, ela tem os dons peculiares de prever o futuro e ler sentimentos. Contudo, Sasha começa ter sonhos perturbadores que envolvem pessoas que ela não conhece e, principalmente, um homem com o poder de projetar raios. Para tentar acalmar a mente, ela dá início a vários desenhos que representam o que está sonhando. Em um desses desenhos ela recria a ilha de Corfu, na Grécia, e descobre imediatamente que esse lugar tem as respostas para o que está acontecendo em sua cabeça. 
“Foi como Sawyer os definiu: um time. E ela nunca tinha feito parte de um. Parecia bom, até mesmo estranhamente reconfortante.” (pág. 71)
“Acho que temos o direito de julgar por nós mesmos quando e se estamos prontos para contar nossos segredos. Todo mundo tem os seus.” (pág. 96)
“Outros já foram enganados por rostos bonitos, histórias fascinantes, pelo sopro do poder e pela promessa de lealdade.” (pág. 122)
“Havia todos os tipos de magia, pensou, e Sasha tinha a sua própria.” (pág. 134)
“Em sua opinião, o conhecimento era uma arma; quanto mais soubesse, mais bem armada estaria.” (pág. 144)
“Era o destino deles seis, todos tão diferentes, todos de outros lugares, se encontrarem ali.” (pág. 169)
“Independentemente do que acontecesse no dia seguinte, hoje ela tinha uma família.” (pág. 171)
“Acredito que a vida, quando há o desejo de lutar por ela, vence. Acredite na vida. Acredite em si mesma e no que há em você.” (pág. 174)
“Mas sei que não temos nenhuma chance de vencer enquanto não fomos uma unidade. Então pensem bem, porque da próxima vez esses segredos podem nos levar à derrota.” (pág. 199)
Por lá, ela conhece as seis pessoas que permeiam seus sonhos: Riley Gwin, arqueóloga; Bran Killian, mágico; Sawyer King, viajante; Annika Waters, sonhadora; e Doyle McCleary, guerreiro. Coincidentemente, todos eles têm o mesmo objetivo, mas também guardam segredos. Agora, além de precisar enfrentar todos os obstáculos em busca das estrelas e, consequentemente, da salvação do mundo, eles também precisam esquecer esses segredos e aprender a trabalhar em equipe.
“O poder exige trabalho, tempo e esforço.” (pág. 201)
“Algumas insistem em dizer que armas não matam, pessoas é que matam. Mas armas matam, sim, e saber disso, respeitar isso, é muito importante.” (pág. 223)
“Às vezes um sonho é só um sonho.” (pág. 245)
“Se eles sobrevivessem àquela noite, começariam a procurar a segunda. Caso contrário, outros retomariam a busca.” (pág. 272)
“Somente os mortais se curvam ao amor. O amor não tem nenhum poder aqui. (pág. 275)
Estrelas da Sorte é o primeiro volume da trilogia Os Guardiões, narrado em terceira pessoa por quase todos os personagens. É o segundo livro da Nora Roberts que tenho a oportunidade de ler e, mais uma vez, gostei de algumas coisas e odiei outras. Aqui, ela tenta ser objetiva, não faz muitas descrições (apenas de ambientes naturais, como cavernas, florestas ou as pinturas de Sasha) e sua escrita não tem floreios. Ainda com relação a essa última, as profecias criadas pela autora e que ganham voz com a vidente Sasha, são enigmáticas e instigantes, e a narração da deusa maligna Nerezza traz um tom sombrio necessário para a trama.  


Infelizmente, não fui conquistada pela história. A principio, gostei da premissa e o fato da trama existir com base em uma lenda que lembra muito a Bela Adormecida -  as fadas que entregaram presentes para a pequena Aurora, mas que não contavam com Malévola para atrapalhar a festa. Porém, os problemas surgem antes das cinquenta primeiras páginas. Primeiro, a trama fica arrastada e muito cansativa, com pouquíssimas ações ou reviravoltas para prender a atenção. Aqui, posso citar o fato de que os personagens passam mais tempo se instalando, fazendo comida e limpando o casarão em que vão passar todo o livro, do que correndo atrás das estrelas e lutando. Segundo, as situações são previsíveis demais, poucas foram as surpresas ao longo da leitura. Por exemplo, alguns personagens revelam suas verdadeiras histórias, mas elas não surpreendem, já que a autora antecipa muitas dessas descobertas em comentários ou diálogos. Terceiro e último, a construção dos personagens é desanimadora, muitos deles são estereótipos com algumas características próprias nem um pouco cativantes. 

Também não posso deixar de falar da mistureba nada saudável que acontece. Ao que parece, a autora foi jogando características “mitológicas” e “sobrenaturais” no grupo de personagens apenas para justificar a escolha deles para resgatar as estrelas. Eu até aceitei a vidente, o bruxo e a lobisomem, mas o viajante do tempo, a sereia e o imortal foram demais para a minha cabeça. Acredito que foi por causa disso que não consegui sentir empatia por nenhum deles ou pelo objetivo central da trama. Para exemplificar, nas últimas páginas, em um momento que considero o melhor da história, eu torci para que a deusa Nerezza conseguisse derrotar o grupo, pegasse a estrela e acabasse com os mundos. Nunca torci tanto para o final feliz de uma personagem tão cruel. 

Apesar das minhas considerações, não pretendo desistir dessa história ou da Nora Roberts tão cedo. Tenho a esperança de que a continuação vai me conquistar de alguma forma, seja pela possível introdução de novos personagens, pela ambientação de Capri, na Itália (próximo destino do grupo), ou pelos momentos de ação que, espero do fundo do meu coração, aconteçam mais vezes.  

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