17.6.18

[Resenha #1637] O Peso da Glória - C. S. Lewis @ThomasNelson_br


O Peso da Glória 
C. S. Lewis
ISBN-13: 9788578600655
ISBN-10: 8578600657
Ano: 2017
Páginas: 192
Idioma: Português
Editora: Thomas Nelson
Classificação: 4 estrelas
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SINOPSE: Nos nove sermões que compõem uma de suas obras mais clássicas, O peso da glória, C.S. Lewis demonstra por que é um dos autores cristãos mais influentes da História. Ele é capaz de tratar os mais variados temas de modo brilhante, trazendo simplicidade e clareza a assuntos complexos, instigando tanto nossa alma quanto nosso intelecto. 
Agora com edição especial e nova tradução, O peso da glória traz aos leitores contemporâneos as mesmas palavras de inspiração, orientação e apologia da fé cristã que levaram alento a milhares de ouvintes em um tempo recheado de dúvidas.



RESENHA: 

O Peso da Glória, de C. S. Lewis, é uma compilação de sermões realizados pelo autor durante a Segunda Guerra Mundial e direcionados aos alunos universitários e auditórios acadêmicos da época. Seu conteúdo é bem diversificado, são temas que discutem Deus, o Cristianismo, o ser humano e a natureza. 
“(...) a poesia toma o lugar da gramática, o evangelho substitui a lei, o desejo transforma a obediência, de forma tão gradual quanto a maré levanta o barco encalhado na areia.” (pág. 9)
“A magia tanto serve para encantar como para quebrar encantamentos.” (pág. 10)
“(...) é precisamente atrás do incompreensível e do repulsivo que vamos encontrar o que não sabemos e precisamos saber.” (pág. 12)
“A humildade perfeita dispensa modéstia.” (pág. 14)
“No momento, estamos do lado de fora do mundo, do lado errado da porta. Discernimos o frescor e a pureza da manhã, mas esse frescor e essa pureza não nos contagiam.” (pág. 16)
No primeiro sermão, por exemplo, que leva o nome do livro, C. S. Lewis não só faz críticas ao mundanismo e aos ideais de progresso ou evolução, mas também esclarece o que seria a glória do ser humano para ele. Nesse caso, existe a glória celebridade, aquela em que uma pessoa deseja a fama, reconhecimento e aprovação de Deus; e a glória luminosidade, aquela em que a pessoa precisa ser integrada à beleza que existe no mundo – não apenas estar ao seu redor, mas também ser ela. 
“O cristianismo já é institucional desde o mais antigo dos seus documentos. A igreja é a noiva de Cristo. Somos membros uns dos outros.” (pág. 30)
“Vivemos, de fato, num mundo sedento de solidão, silêncio, privacidade e, portanto, sedento de meditação e amizade verdadeira.” (pág. 31)
“O cristão é chamado não ao individualismo, mas à participação no corpo de Cristo.” (pág. 32)
“A obediência é o caminho da liberdade, a humildade, o caminho do prazer e a unidade, o caminho que conduz à personalidade.” (pág. 35)
Além disso, ele contextualiza alguns momentos descritos na Bíblia, trazendo essas discussões para a realidade da época em que o sermão foi realizado. O autor também comenta sobre a emoção e a sensação, o coletivismo e o individualismo, os símbolos, a relação crucial entre espírito e natureza, Deus e homem, e muito mais. 

Por conta do público específico era de se esperar que os sermões fossem super acadêmicos, mas eles trazem a leveza de um homem cristão com princípios não tão diferentes dos nossos. Por isso, a leitura é bem instigante. Queremos saber o que ele acha dos ensinamentos da Igreja, a doutrina do Cristianismo e quais os próximos objetos de sua argumentação.  
“Mas a função da igualdade é puramente protetora. É remédio, não alimento.” (pág. 36)
“A igreja sobreviverá ao universo; nela, o indivíduo sobreviverá ao universo.” (pág. 37)
“Não foi pelas sociedades ou pelos estados que Cristo morreu, mas pelos homens.” (pág. 37)
“Somos mármore esperando ser esculpido, metal esperando ser vertido no molde.” (pág. 38)
“Só no céu seremos pessoas autênticas, eternas e realmente divinas exatamente como, mesmo hoje, nosso corpo só é colorido quando há luz.” (pág. 38)
“O homem que valoriza a originalidade jamais será original.” (pág. 39)
“O que os cristãos de hoje parecem esquecer com facilidade é que a vida de toda a humanidade neste mundo é também breve, precária e provisória.” (pág. 41)
É necessário ter um conhecimento prévio. Falo isso porque tive que pesquisar alguns termos e acontecimentos bíblicos para ficar integrada no conteúdo de alguns sermões. Por exemplo, ele discorre com afinco e usa como base a glossolalia presente no milagre do domingo de Pentecostes. Fica difícil continuar a leitura se você não estiver por dentro do que aconteceu nesse dia. 

Os sermões do autor são muito atuais. Apesar de datados do século passado, seus exemplos parecem ter sido retirados de situações e pessoas que conhecemos. E suas observações, por exemplo, sobre o amor, a glória, e a igualdade, são sábias e criam uma espécie de empatia com a gente.

Recomendo O Peso da Glória para todos os leitores amantes da escrita de C. S Lewis. Ele surpreende e prova mais uma vez que era um homem avançado para a própria época. Tenho toda a certeza que você vai adorar ler seus sermões.  



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