19.6.18

[Resenha #1638] A Abolição do Homem - C. S. Lewis @ThomasNelson_br


A Abolição do Homem
C. S. Lewis
ISBN-13: 9788578601898
ISBN-10: 8578601890
Ano: 2017
Páginas: 128
Idioma: Português
Editora: Thomas Nelson Brasil
Classificação: 4 estrelas
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SINOPSE: Surprendente e profético, A abolição do homem é um dos livros mais debatidos de C. S. Lewis. Nas poucas porém densas páginas desta obra, o célebre autor britânico defende a moralidade absoluta e os valores universais, como o altruísmo, a caridade e o amor, além de expor as consequências da falta desses princípios na sociedade.Criticando os argumentos dos relativistas, a obra – agora em nova edição com capa dura e acabamento de luxo – alerta para os perigos de questionar os valores morais objetivos, comuns a todos, sem os quais os seres humanos correm o risco de perder a humanidade. Com bases sólidas e profundas, Lewis mostra que a tentativa de abolir a moralidade equivale, no fim, a abolir o próprio homem, e convida os leitores a não se render à tendência relativista que permeia a sociedade contemporânea.



RESENHA: 

A Abolição do Homem, do autor C. S. Lewis, traz discursões sobre a formação do ser humano. Ele parte do principio de que o processo educacional de uma criança é importante para o seu futuro. Então, o autor traz o exemplo do Livro Verde, uma obra escrita pelos autores Gaius e Titius (nomes inventados para não denegrir a imagem dos autores reais), e destinada a meninos e meninas das últimas séries. Esse livro é o melhor modelo do que não deve ser ensinado para crianças. Nele, os autores orientam que os valores não são importantes. Assim, não dão chance para os alunos formarem a própria opinião e, consequentemente, os tornam vítimas fáceis da “propaganda”. 
“O dever do educador moderno não é o de derrubar florestas, mas o de irrigar desertos.” (pág. 9)
“Discordar da frase “Isso é bonito”, se essas palavras simplesmente expressassem os sentimos de uma pessoa, seria absurdo.” (pág. 10)
“O coração nunca toma o lugar da cabeça, mas ele pode, e deve, obedecer-lhe.” (pág. 12)
“(...) a educação antiga era uma espécie de propagação – homens transmitindo a humanidade para outros homens; a nova é apenas propaganda.” (pág. 13)
“Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa. Caçoamos da honra e nos chocamos ao encontrar traidores entre nós. Castramos e ordenamos que os castrados sejam férteis.” (pág. 15)
É tomando esse exemplo como base que C. S. Lewis faz diversas críticas a educação moderna. Para ele, o ensino antigo tinha a função de dar o pontapé inicial, uma iniciação ao mundo fora das paredes da escola. Agora, infelizmente, o ensino apenas condiciona os estudantes a seguir sem questionamentos a propaganda. Com o auxílio de citações de Santo Agostinho, Aristóteles, Platão e muitos outros pensadores, o autor argumenta sobre as consequências desse ensino e as mudanças que deveriam ser tomadas. 
“Cada instinto, se o ouvirmos atentamente, clamará por ser atendido à custa de todos os outros. Pelo simples fato de ouvirmos um deles e não os demais, estaremos fazendo um julgamento prévio da questão.” (pág. 21)
“A capacidade da mente humana para inventar novos valores não é maior do que a de imaginar uma nova cor primária, ou, na verdade, a de criar um novo sol e um novo céu no qual ele se mova.” (pág. 26)
“A conquista da Natureza pelo Homem, caso se realizem os sonhos de alguns cientistas planejadores, significaria que algumas centenas de homens estariam governando os destinos de bilhões e bilhões.” (pág. 32)
“A conquista final do homem mostrou-se a abolição do Homem.” (pág. 35)
No capítulo que dá o nome ao livro, ele discute o poder que o Homem possui sobre a Natureza. Para o autor, a natureza é apenas o instrumento usado para que alguns homens exerçam poder sobre outros. Essa situação antecede o último estágio de total domínio do homem sobre si mesmo, sendo que os primeiros estágios são os ensinamentos realizados pelo Livro Verde e seus companheiros. E é dessa forma que o autor nos apresenta o ciclo da vida humana baseada em erros. 

Essa leitura foi um tapa na minha cara, na cara da sociedade e de qualquer outra pessoa que ainda não abriu os olhos para o que acontece ao seu redor. Apesar de escrito na sua época, todos os argumentos de C. S. Lewis são contemporâneos. Isso não é muito motivador porque fica claro que não aconteceram muitas mudanças no ensino mundial, mas é importante justamente para notarmos as consequências desse descuido para o decorrer da vida. 

Os capítulos são curtos e apresentam um discurso linear. Dentro de cada um tem pelo menos algumas notinhas de rodapé com nomes de livros, esclarecimentos e apontamentos. O apêndice é algo que gostei bastante. Ele traz uma lista de exemplos de fontes que estão inseridas na chamada Lei Natural, algo que o autor discorre algumas vezes durante os capítulos.  

A escrita é formal, bem argumentativa e um pouco didática. Diferente de outras obras do autor, não existe necessidade de ter algum conhecimento prévio ou pesquisar palavras durante a leitura. Ele é bem objetivo e não deixa margem para dúvidas. Dificilmente você vai discordar de algum comentário, até porque o autor apenas expõe o que já sabemos (e não queremos dizer em voz alta). 

A Abolição do Homem mostra um dos muitos caminhos que levam o homem a ser o que é hoje. Uma leitura instigante e transformadora que vai fazer você repensar muita coisa que acontece em nossa sociedade. C. S. Lewis dificilmente decepciona. 



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