8.11.18

[Resenha #1654] Um Acordo e Nada Mais - Mary Balogh @editoraarqueiro


Um Acordo e Nada Mais
Clube dos Sobreviventes # 2
Mary Balogh
ISBN-13: 9788580418798
ISBN-10: 8580418798
Ano: 2018
Páginas: 304
Idioma: português 
Editora: Arqueiro
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Embora Vincent, o visconde Darleigh, tenha ficado cego no campo de batalha, está farto da interferência da mãe e das irmãs em sua vida. Por isso, quando elas o pressionam a se casar e, sem consultá-lo, lhe arranjam uma candidata a noiva, ele se sente vítima de uma emboscada e foge para o campo com a ajuda de seu criado.No entanto, logo se vê vítima de outra armadilha conjugal. Por sorte, é salvo por uma jovem desconhecida. Quando a Srta. Sophia Fry intervém em nome dele e é expulsa de casa pelos tios sem um tostão para viver, Vincent é obrigado a agir. Ele pode estar cego, mas consegue ver uma solução para os dois problemas: casamento.Aos poucos, a amizade e o companheirismo dos dois dão lugar a uma doce sedução, e o que era apenas um acordo frio se transforma em um fogo capaz de consumi-los.No segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, você vai descobrir se um casamento nascido do desespero pode levar duas pessoas a encontrarem o amor de sua vida.




Resenha:

É muito refrescante quando um livro te surpreende dentro de um gênero fugindo que seja ligeiramente da fórmula criada para o mesmo. Você espera certas ações ou situações e elas não acontecem e aí uma nova animação se abre para leitura! Um Acordo e Nada Mais, segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, da autora Mary Balogh foi uma grata surpresa dentro do romance de época.

Vincent, visconde de Darleigh depois da guerra trouxe mais do que traumas psicológicos para casa, ele vive as escuras já que ficou cego. Após três anos ele se sente preso pelas mulheres da sua família que fazem tudo por ele, e inclusive decidiram que era o momento dele se casar. Assustado com a ideia ele foge com seu valete, e acaba de volta a cidade de sua infância, onde depois de uma situação inusitada conhece a Srta. Sophia Fry e seu mundo nunca mais será o mesmo. Uma luz começa a nascer em seu túnel escuro.

Infelizmente eu não pude ler o primeiro livro da série, e embora este livro tenha uma estória independente ele traz spoilers do casal do livro anterior, então aconselho a leitura na ordem. Balogh criou sua estória em terceira pessoa alternando os pontos de vista entre Vincent e Sophia. E eu adorei o modo como ela o fez porque foi muito poético, visto que o protagonista é cego, e ela precisava criar descrições das situações que ele viveu e ao mesmo tempo interações dele com Sophia. Para tanto ela não usou o lugar comum, e o casal funcionou muito bem desde o início. O casal Sophia e Vincent é muito harmônico e bonito, soa autêntico e possível. 

Esse é meu primeiro contato com a autora, então ainda não sei dizer quanto de sua narrativa é particular dela, e quanto é deste volume. Mas as cenas de sexo que são abundantes nos livros de época aqui são curtas e pontuais, o foco se deu todo na interação do casal, na construção da relação e nas mudanças psicológicas que sofreram. Os costumes da época embora até apareçam não têm enfoque como nos outros livros, eles não ficam brigando com o mundo para aceitá-los, não temos portanto a mulher empoderada ou o homem garanhão, mais uma fuga dos clichês.

Sophia é uma jovem que nunca teve uma vida estável, perdeu a mãe cedo e tinha uma pai que não podia contar, quando o mesmo morreu ela passou para as mãos de suas tias onde perdeu um pouco de auto-estima que possuía. Aprendeu assim a ser invisível, e tornar-se alguém para ela foi um verdadeiro desafio. Vincent foi muito sensível ao percebê-la, e no seu caso o que os olhos não vê o coração sentiu e muito! A transformação da personagem é muito bonita, ela não só aprendeu a se valorizar como tinha uma determinação em ajudar Vincent. Sua criatividade também é marcante e a ajuda muito! Além da capacidade ímpar de perdoar quem a feriu!

Vincent foge do padrão do mocinho, afinal não enxergar, é bonito sim, mas em todo o resto é todo diferente. Não veio de berço de ouro, herdou o título de um tio quando já estava cego, mas escondeu de todos em sua casa, pois acreditava que cego não seria mais capaz de ter liberdade. Quando aos poucos Sophia devolve essa liberdade outro homem nasce. É muito gentil, perspicaz e honesto. Um mocinho quase sem defeitos, daqueles que você quer como amigo de tanto que sua aura brilha.

Embora exista dor na estória de ambos os protagonistas a autora não deu um enfoque triste para eles, ao contrário é uma estória de amor, mas daqueles que nascem na convivência, nas pequenas coisas e nas palavras. Foi delicioso acompanhá-los entre os jardins, sem briguinhas, sem ego, apenas o amor nascendo e florescendo, sem aquelas situações que os autores criam para afastar o casal.

A Proposta de onde os personagens nascem nessa série de livros também é muito interessante, todos eles salvo um aparecem brevemente no inicio do livro. Todos parecem interessantes e todos carregam alguma marca da guerra napoleônica, daí o clube do sobreviventes, clube cujo qual todos aprenderam a lidar com essas cicatrizes das mais variadas.

Uma Proposta e Nada Mais é inspirador e delicado. É uma leitura para todos que amam uma boa estória de superação e de amor, mas acima de tudo de sensibilidade. A sequência da série Uma Loucura e Nada Mais tem lançamento previsto para 01 de janeiro do ano que vem. Não preciso nem dizer o quanto Mary Balogh ganhou meu coração não é? Deixe ela ganhar o seu também!




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