11.11.18

[Resenha #1656] Crash Quando a Paixão Explode - Nicole Williams @PlanetaLivrosBR


Quando a Paixão Explode
Crash # 1
Nicole Williams 
ISBN-13: 9788542210507
ISBN-10: 8542210506
Ano: 2017 
Páginas: 256
Idioma: português 
Editora: Essência
Classificação: 4 estrelas
Skoob
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SINOPSE:Para a adolescente Lucy, nada é mais importante que o balé. A dança a transporta para um mundo onde a dor, as lembranças ruins e a violência não existem. Um mundo só dela. Um dia, porém, aquela garota certinha é obrigada a mudar de escola. E é nesse novo ambiente, repleto de descobertas e Inseguranças, que conhece um garoto que só usa cinza e vive com uma toca de lã na cabeça. Jude, o maior bad boy da escola, é lindo e seria o sonho de toda garota, e talvez até o genro que todo pai pediu a Deus... se não tivesse sido preso várias vezes e não morasse num abrigo para garotos desajustados. Lucy não liga para a opinião dos outros: o mais importante é o que Jude sente por ela. E o rapaz parece disposto a abrir seu coração, ainda que um segredo que assombra o passado e o presente dos dois esteja prestes a estraçalhar essa paixão.



RESENHA:

Em Crash, da autora Nicole Williams, somos convidados a conhecer Lucy Larson. Ela tem dezessete anos, gosta de ajudar o próximo (principalmente se ele tiver quatro patas) e recebeu esse nome por conta da música Lucy In The Sky With Diamonds, dos Beatles. O balé é a sua maior paixão e seu principal refúgio de uma vida complicada ao lado dos pais. Em suma, sua mãe a odeia e o pai se esconde da realidade sempre que possível. Por conta da situação financeira nada agradável de sua família, Lucy precisa fazer o último ano em outra escola. Antes disso, porém, ela esbarra em Jude Ryder.


“Não sei se ele tinha graves oscilações de humor ou se, no fundo, era apenas um cara sensível batendo nas paredes para se libertar. Queria descobrir.” (pág. 18)
“(...) se ficar longe dele me fazia esperta, eu queria ser boba para sempre.” (pág. 38)
Ele pode ser considerado um problema que ninguém gostaria de carregar nas costas, mas a atração que os dois sentem um pelo outro é imediata. Jude, coincidentemente, recebeu esse nome por conta de Hey Jude, também dos Beatles, mas não é apenas isso que chama a atenção em Lucy. Além de um porte físico de dar inveja aos garotos da cidade, ele mantém um histórico de vida peculiar. Jude vive num abrigo e suas passagens pela cadeia causam inveja no maior dos criminosos.
“Eu sou um câncer, Luce. E não sou nem do tipo que dá para curar com radiação. Sou o câncer que mata. (pág. 50)
“Jude era a doença para a qual eu não via cura. A droga da qual eu não queria me livrar nunca.” (pág. 89)
“Jude Ryder havia se instalado em minha alma, e eu não conseguia encontrar um jeito de despejá-lo.” (pág. 153)
Apesar do perigo que permeia o futuro ao lado dele, Lucy esquece a prudência e se entrega de coração a essa relação. E Jude encontra nela a primeira garota que realmente olha em seus olhos. Mesmo assim a vida tem mania de sempre colocar alguns obstáculos no caminho. Cabe apenas aos dois decidir se os empecilhos vão destruir ou fortalecer esse amor.


O livro é o primeiro de uma trilogia. Ele é inteiramente narrado em primeira pessoa pela nossa protagonista. Apesar da escrita da autora ser objetiva, tive muita dificuldade em concluir a leitura. Ela faz descrições curtas sem floreios e seus diálogos também não são grandes, mas é que não consegui sentir empatia por Lucy e Jude. Isso acontece não por conta da história ser bem clichê, mas porque o relacionamento construído pela autora é muito tóxico e nada saudável. Durante a leitura fiquei perturbada, com medo e muito aflita com tudo o que se passa na vida de Lucy após a chegada de Jude. Queria terminar logo para não precisar mais ler a violência impregnada na personalidade dele e o jeito como a autora insistentemente coloca a protagonista em situações arriscadas ou constrangedoras.

Na verdade, grande parte dos personagens são desnecessários ou fúteis. Os estudantes ao redor de Lucy estão ali apenas para representar a discórdia que existe no mundo estudantil. E as garotas chamam as outras de vadias, culpando-as pelo fato dos namorados serem cretinos. Senti falta de personagens femininas que estivessem do lado de Lucy, mas ela é apenas ridicularizada por quase todas que aparecem. Queria que a autora tivesse criado uma irmandade de mulheres poderosas e independentes, mas só temos o contrário no livro.

Queria ter encontrado também mais do balé na história. Por conta da capa escolhida pela editora, deduzi inocentemente que iria ler uma trama parecida com o filme No Balanço do Amor (2001), mas fui enganada. Alguns momentos mostram a Lucy nas aulas e ela até menciona a importância da dança em sua vida, mas o foco nunca está no balé. Como falei anteriormente, o foco está num relacionamento difícil de engolir.

O único motivo que me fez classificar a leitura com quatro estrelas foi o plot envolvendo a família de Lucy. Essa reviravolta salvou o final e me fez esquecer um pouco todas as dificuldades que tive. No começo, ficamos sabendo que eles são o que são por conta de um evento que aconteceu há cinco anos. Esse evento está inesperadamente ligado a um outro personagem e, apesar de alguns leitores achar esse fato clichê e bem previsível, gostei bastante de como a autora desenvolveu essa mudança na trama.

Crash tem personagens que vão fazer você sentir muita raiva, mas um final muito bacana que desperta a nossa curiosidade para as continuações. Recomendo para os leitores que curtem personagens bad boys, uma escrita objetiva e uma experiência de leitura diferente.



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