19.2.19

[Resenha #1663] A Torre do Amor - Eloisa James @editoraarqueiro


A Torre do Amor
Contos de Fadas # 4
Eloisa James
ISBN-13: 9788580418859
ISBN-10: 580418852
Ano: 2018
Páginas: 352
Idioma: Português
Editora: Arqueiro
Classificação: 4 estrelas
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SINOPSE:Quando Gowan, o magnífico duque de Kinross, decide se casar, seu plano é escolher uma jovem adequada e negociar o noivado com o pai dela. Ao conhecer Edie no baile de apresentação dela à sociedade, ele acredita que, além de linda, ela também seja a dama serena que ele procura e imediatamente pede sua mão.Na verdade, o temperamento de Edie é o oposto da serenidade. No baile, ela estava com uma febre tão alta que mal falou e não conseguiu prestar atenção em nada, nem mesmo no famoso duque de Kinross. Ao saber que seu pai aceitou o pedido do duque, ela entra em pânico. E quando a noite de núpcias não é tudo o que podia ser...Mas a incapacidade de Edie de continuar escondendo seus sentimentos faz com que o casamento deles se desintegre e com que ela se recolha à torre do castelo, trancando Gowan do lado de fora.Agora o poderoso duque está diante do maior desafio de sua vida. Nem a ordem nem a razão funcionam com sua geniosa esposa. Como ele conseguirá convencê-la a lhe entregar as chaves não só da torre, mas também do próprio coração?



RESENHA:

Em A Torre do Amor, de Eloisa James, somos levados para a Londres de 1824. Gowan Stoughton de Craigievar, duque de Kinross, chefe do clã dos MacAulays, sempre teve em mente os requisitos certos para a futura duquesa. Além de bela e pura, ela precisava ser diligente. E todos esses atributos foram encontrados na jovem lady Edith Gilchrist, de 19 anos, que também mantinha desinteresse, paz e pouquíssimo entusiasmo em seu olhar. Os dois dançaram muitas vezes naquele primeiro encontro no baile e, ao fim do dia, Gowan tinha se decidido: Edith seria sua esposa. 
“Desde os 5 anos, ela sabia que seu dote de 30 mil libras e seu sangue azul garantiriam que seu casamento seria uma questão de linhagem, uma forma de ter filhos e concentrar riquezas.” 
“Todos esses poemas de amor, versos de Shakespeare e tudo o mais. Não tenho nada disso, Gowan.” 
O problema era que Edith estava com febre no dia do baile. Assim, aquela garota que Gowan conheceu era apenas a versão neutra de Edith. Na verdade, ela é uma grande violoncelista, tem a resposta na ponta da língua, pensamentos muito rápidos e uma independência que irrita qualquer pessoa. Por conta do que enxerga em seu pai e madrasta, Edith impõe certas regras no seu futuro casamento, o que amedronta o escocês que sempre foi acostumado a ser o dono da última palavra. 
“Posso seduzi-la amanhã, como se nunca tivéssemos nos encontrado antes, mas temo que todos que estavam no salão já saibam como me sinto.” 
“A pobre Edie vinha tendo muita dificuldade para se ajustar a ele. Gowan sabia e, mesmo assim, isso o impedia de sucumbir à luxúria.” 
“Você está casada com o violoncelo, não comigo.” 
“Sabe qual é o lema do clã MacAulay? É Dulce periculum, o perigo é doce. Vá em frente e se tranque em outra torre, Edie. O perigo é doce, mas você é ainda mais doce.” 
A emoção e a razão caminham juntas. A intensidade da paixão de Gowan por Edith é demonstrada em cada ato e fala. Mas, quando os dois precisam descobrir juntos a sexualidade, muitas coisas fogem de controle. Num piscar de olhos, para esquecer e tentar entender essa nova vida, Edith decide se trancar na torre mais alta do castelo de Gowan. Vai ser preciso muita comunicação para fazer com que ela abra a porta e o deixe entrar. 

O livro é o quarto volume da série Contos de Fadas e, por não se tratar de uma história sequencial, pode ser lido separadamente. Desta vez, a autora nos apresenta um romance de época que faz referência à história de Rapunzel dos Irmãos Grimm, uma jovem de longos cabelos aprisionada no alto de uma torre. A narração em terceira pessoa intercala os pontos de vista do casal protagonista. Assim, temos um olhar mais abrangente e conseguimos entender os dois lados da história. 

Apesar das cenas de sexo, que sempre me deixam frustradas, dois aspectos do livro chamaram a minha atenção de forma positiva. O primeiro deles é relacionado ao mundo de discussões sobre relacionamentos e a falta de comunicação que existe entre eles. Os diálogos e situações sobre esse assunto são muito modernos e relevantes para o leitor. O segundo aspecto é como a madrasta de lady Edith Gilchrist, a incrível Layla, se torna em poucas páginas a nossa protagonista. Ela é espontânea, verdadeira e super amorosa. Esqueça Edith, Layla é quem rouba todas as cenas.  

Infelizmente o livro não entrou na minha lista de favoritos da vida. Algo que me aborrece profundamente, por exemplo, é quando temos personagens bem construídos, com personalidades, objetivos e medos, mas os acontecimentos são atropelados. Tive a sensação de correr uma maratona ao término da leitura. Foi rápido demais, várias coisas aconteceram uma atrás da outra, não consegui respirar e fiquei com a péssima impressão de que a autora teve plena consciência disso. 

Outra coisa que preciso comentar é sobre essa mania das autoras de criar personagens masculinos machistas e extremamente intensos. Entendo que estamos falando de um cenário diferente, século XIX, em que a mulher tem um papel delimitado pela sociedade da época, mas isso não quer dizer que o principal deva sucumbir aos valores de seus ancestrais. O pior é quando isso não é considerado nem uma falha de caráter, mas sim um atrativo. Gowan é imbecil, levemente chato e sua paixão é possessiva e nada saudável.  

A Torre do Amor é frenético, mas tem excelentes discussões que podem ser aplicadas em nosso contexto. Recomendo para os leitores que estão procurando uma leitura diferente, principalmente quando esse diferente envolve um romance de época inspirado em um conto de fadas. 





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