1.12.21

[Resenha #1797] Estudos Alquímicos - C. G. Jung @Editora_Vozes

Estudos Alquímicos

Obra completa de C.G. Jung - Vol.13

Carl Gustav Jung

ISBN-13: 9788532627469

Ano: 2011 / Páginas: 456

Editora: Vozes

Classificação: 5 estrelas

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Sinopse: O décimo terceiro volume da coleção Obra Completas de C. G. Jung apresenta a concordância entre os símbolos do mundo das imagens do inconsciente e os símbolos da alquimia. Jung mostrou que as projeções alquimistas constituíam apenas um caso especial o pensamento em geral, e que também o processo da individuação se parecia com o caminho que os alquimistas já haviam trilhado a seu modo em sua época. Assim, o autor não trouxe à luz do dia aspectos ocultos da ciência alquímica, mas também "o correspondente histórico à psicologia do inconsciente".


Resenha:

Para Jung, a obra dos alquimistas estava ligada à alma humana e a suas funções. Ele entende que o segredo da arte alquímica estava oculto no espírito humano e, portanto, em termos modernos, no inconsciente. Em muitos textos alquímicos existia a recomendação de se fazer os registros do trabalho da opus em códices. Aquele que desejava realizar a obra deveria passar pelo estudo da filosofia universal e esta lhe revelaria aquilo que permanecia oculto e desconhecido aos demais.



O trabalho dos alquimistas relacionava-se não apenas à matéria, mas, simultaneamente, ao intelecto; o livro é o vaso para o trabalho do intelecto. O ato de extrair a verdade, tão obstinadamente perseguido pelos alquimistas, se encontra na razão (mens).

O ser humano é tanto o alvo como o processo para se chegar à pedra filosofal. O códice participa da intuição e do intelecto, tornando-se ponte entre matéria e espírito. Nele, a impressão, os desenhos e a escrita têm função singular, transcendente, um terceiro elemento entre o ego e o inconsciente. Os alquimistas se dedicavam incansavelmente a encontrar a pedra.

Como um processo intelectual alcança um conteúdo espiritual? Como esse processo se encontra dentro da matéria? Para Jung, existe uma série de correspondências entre o opus alquímico e os processos filosóficos, psicológicos e espirituais. A química da matéria coincide com fenômenos espirituais ou, melhor dizendo, psíquicos. Porém, para essa transformação da matéria acontecer, o operador deve estar presente na obra. Jung afirma que há uma conexão íntima entre o ser humano e o segredo da matéria e que o intelecto parece ser esse "atravessador" entre um estado e outro, entre a matéria e o espírito.






Os alquimistas faziam suas experiências na matéria e, em seguida, escreviam seus códices. Temos o livro simultaneamente como prima matéria e como obra, como causa e efeito acontecendo ao mesmo tempo. O livro reúne ambos.

"O conhecimento humano é por sua própria natureza um conhecimento simbólico. E é este traço que caracteriza tanto a sua força como as suas limitações." 

É na dialética entre a matéria e o espírito que se baseia a opus alquímica e também o desenvolvimento da personalidade, como acreditou Jung. O ser é tanto corpo e matéria, como pensamento e espírito; e ambos os lados deste ser podem ser reconhecidos. O mundo espiritual e intuitivo se revela por meio de imagens. Assim, a imagem parece ser então o elo entre os universos consciente e inconsciente, em relação direta com a função transcendente.

"a intuição como o mais alto nível da sabedoria humana visto que proporciona uma visão direta das essências transcendentais, às quais todos os fatos da nossa experiência devem a sua presença". Dessa forma, sob a óptica da filosofia metafísica, os alquimistas podem ser considerados visionários.

Como todo conteúdo esotérico, a alquimia não trata apenas de transformações materiais. Aqueles que compreenderam a razão da verdadeira alquimia conseguiram realizar a única transformação que vale a pena: a alquimia espiritual. Sob esse aspecto, a alquimia se apresenta como um manual voltado à busca espiritual. Jung entendeu que a alquimia estava ligada ao processo psíquico, no qual o indivíduo explora o material do seu inconsciente, na tentativa de transformar a mente consciente, alcançando a luz espiritual e descobrindo a si próprio.


Para Jung, o objetivo do homem era se tornar um ser livre e individual. No entanto, essa conquista decodifica todos os símbolos em nossa consciência.

O assunto sozinho não é fácil de assimilar no início. por sua vez, muitas das teorias e abordagens herdadas por Carl Jung apresentam desafios teóricos nos quais é sempre interessante mergulhar. Permite-nos abrir perspectivas, flexibilizar as abordagens e enriquecer-nos um pouco mais com o seu legado. Recomendo a todos os interessados.


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