21.11.17

[Resenha #1338] A ponte invisível - Julie Orringer @cialetras


A Ponte Invisível
Julie Orringer
ISBN-13: 9788535920123
ISBN-10: 8535920129
Ano: 2011
 Páginas: 724
Idioma: português 
Editora: Companhia das Letras
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: Em seu primeiro romance, Julie Orringer se inspira na experiência de seus antepassados húngaros durante a Segunda Guerra Mundial para construir uma narrativa ficcional cativante, que pode ser lida como uma história de amor, um thriller de guerra ou um romance histórico. Aos 22 anos, Andras Lévi recebe um convite para estudar na École Spéciale d’Architecture e se vê diante da repentina realização do sonho de deixar a Hungria para residir na charmosa Paris dos anos 1930. Tibor Lévi, por sua vez, consegue ingressar na faculdade de medicina de Modena, na Itália. Sempre que as parcas economias e a rotina de estudos permitem, os dois irmãos se reúnem para trocar confidências e aproveitar a noite parisiense. Andras, que se apaixona por uma mulher mais velha com um passado misterioso, logo se torna mais uma das preocupações de Tibor, que também se vê às voltas com um amor complicado. Nenhum deles previa, entretanto, as complicações que teriam início com a eclosão da Segunda Guerra Mundial: eles são obrigados a retornar à Hungria, onde são incorporados às frentes de trabalho destinadas aos judeus.



Resenha:

Sabe aqueles livros bem contatos? Que a história se passa durante um impactante acontecimento mundial, mas a autora consegue dosar história e ficção e acaba envolvendo o leitor? Pronto, esse é um deles, uma belíssima história da estreante Julia Orringe, que se inspirou na experiência de seus familiares durante a segunda guerra e nos presenteou com essa envolvente história.




No início do livro somos apresentados aos irmãos Lévi: Andras, o protagonista, Tibor e Mátyás. Esses irmãos têm sonhos diferentes e correm atrás para realiza-los. Vindo de família pobre e judia; Andras e TIbor tem o sonho de cursar ensino superior fora da Hungria e viver novas experiências no velho continente europeu, Andras quer estudar arquitetura em Paris e Tibor almeja se tornar médico estudando na Itália. Para perseguir seus sonhos eles trabalham arduamente para conquistar o dinheiro necessário para tal feito.
“Ficou espantado ao pensar que o mundo podia trocar aquela bela por essa feiura, e tudo num intervalo de 15 minutos”. Pág 169
Andras acaba conseguindo antes de Tibor uma bolsa de estudos em Paris, e parte para a capital da França. Lá ele faz bons amigos, todos judeus, e encontra bons tutores. De repente ele tem a notícia que não tem mais bolsa de estudo, na verdade, essa bolsa nunca chegou a ser paga, um dos professores da universidade que pagava pelo seu curso porque reconheceu talento no rapaz; Andras se vê então obrigado a procurar emprego para não desistir do seu sonho de se tornar um bom arquiteto. Seu primeiro emprego é num teatro cujo diretor ele conheceu no trem para Paris.
“E se reuniões como aquela ocorriam ali, então o que não devia estar se passando em cidades menos esclarecidas da Europa? Andras ajeitou o paletó, começando a sentir frio de novo. Rosen ficou de pé; ele também estava calado e sério.- Coisas muito piores ainda vão acontecer por aqui – ele disse – Espere só para ver”. Pág 131
No teatro onde Andras começa a trabalhar ele acaba conhecendo artistas, que lhe apresentam a uma professora de balé, Klara, com um passado misterioso e também da Hungria, eles na verdade foram apresentados para que Andras pudesse cortejar Elizabeth, a filha de Klara, mas ele acaba se apaixonando pela mãe. Nesse meio tempo Tibor consegue ir para Itália, estudar medicina e também logo se vê apaixonado.
“Que assombro que a maior coisa que ele já tinha visto não conseguisse se esquivar do efeito da distância. Aquilo deu a Andras a consciência de sua própria pequenez no mundo, sua insignificância em face do que poderia acontecer e, por um momento, seu peito encheu-se de pânico”. Pág 361 
Os irmãos vivem um breve período de felicidade, com idas e vindas entre os dois países e descobrindo as belezas do amor; porém tudo isso é interrompido com a chegada da segunda guerra mundial, os judeus começam a ser cada vez mais hostilizados, e eles se veem obrigados a retornar ao país natal, onde são forçados a servir o exército.





O que mais me chamou atenção no livro além dos personagens bem caracterizados, foi o trabalho de pesquisa e a riqueza de detalhes em que a autora recriou tal período, nas páginas você se depara com descrições de ruas de Paris e de Budapeste nesse período, deixando a leitura mais rica.

Durante a narrativa, acompanhamos as idas e vindas na vida do protagonista e seus entes queridos, e como uma guerra afeta os sonhos e avida de quem não tem absolutamente nada haver com isso. Ao meu ver, o livro trás o relato real de como essa guerra afetou a vida de milhões de pessoas não só durante o seu período, mas também com sequelas permanentes depois. Indicado para pessoas que gostam de histórias ambientadas nesse período e claro, para todos aqueles que amam um livro bem escrito.


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