19.12.17

[Resenha #1378] A Arte do Romance - Milan Kundera @cialetras


A Arte do Romance
Milan Kundera
ISBN-13: 9788535927986
ISBN-10: 8535927980
Ano: 2016
Páginas: 168
Idioma: português 
Editora: Companhia Das Letras
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: Primeiro livro de não ficção do autor de A insustentável leveza do ser, A arte do romance é a confissão nascida da experiência prática do romancista. Nele são discutidas em profundidade a evolução do romance e seus aspectos centrais (de Cervantes a Proust, passando por Hermann Broch e Kafka), pelo olhar subjetivo de um artífice que vê ameaçada a continuidade de seu trabalho. Escritos ainda sob o forte impacto da crítica francesa da época do Nouveau Roman e dos ataques pós-modernos, os ensaios procuram restaurar o sentido do romance como gênero autônomo, após o esgotamento da experimentação modernista, sem ceder às tentações que desejavam a recuperação da narrativa romanesca do século XIX.



Resenha:

A Arte do Romance é o primeiro livro de não ficção do autor. E irá abordar o desenvolvimento do romance, e também descrevendo algumas de suas características. O livro foi dividido em sete partes que são: A herança depreciada de Cervantes, Diálogo sobre a arte do romance, Anotações inspiradas por Os Sonâmbulos, Diálogo sobre a arte da composição, Em algum lugar do passado, Sessenta e três palavras e Discurso de Jerusalém: o romance e a Europa. Vemos que esses autores citados em sua obra, são autores que tiveram influência para ele. 

O autor diz que Cervantes inaugura a aventura de percorrer um mundo onde a verdade é ambígua; Richardson internaliza a ação da novela; Balzac baseia-o na história; Flaubert pesquisa o território até então desconhecido do cotidiano; Em Kafka, os horizontes abertos de Cervantes e Diderot são substituídos por um sistema burocrático como um labirinto como ininteligível. Um leitor dos próprios livros de Kundera não ficará surpreso com seu amor por esses autores. Para ele, Sterne e Diderot oferecem ainda exemplos insuperáveis do romance como jogo, de "leveza" na ficção, que a conversão do século 19 para a verossimilhança não se tornou obsoleta. Não é surpreendente, portanto, que Kundera recuse a assistir a morte freqüentemente anunciada do romance, e não terá nada a ver com a idéia de que foi tratado como um golpe fatal pelo que ele se refere como estabelecimento do modernismo.

Ele também nos diz de sua visão sobre os romances, descrevendo o papel que a ação tem na narrativa e até aqueles que acabam dando maior importância para a vida interior. Kundera também fala sobre seus próprios romances nesse livro. Ele compara o trabalho do compositor de música com o do escritor, a narrativa ao movimento, os capítulos aos compassos e tudo influência. E fala sobre muito mais, mas deixo para o leitor descobrir. 

Este não é um livro para qualquer um, mas é para aqueles interessados em entender melhor sobre gênero e criação literária. Recomendo. 


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