3.1.18
[Resenha #1413] Talvez você também goste - Tom Vanderbilt @edobjetiva
Talvez você também goste
Por que gostamos do que gostamos numa era de opções infinitas
Tom Vanderbilt
ISBN-13: 9788547000288
ISBN-10: 8547000283
Ano: 2017
Páginas: 448
Idioma: português
Editora: Objetiva
Skoob
Classificação: 4 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Todos sabemos qual é nossa cor favorita, a comida de que mais gostamos e quais as séries que merecem mais estrelas na Netflix. Mas o que quer dizer realmente gostar de algo? Como decidimos o que é bom? É algo biológico? Qual o papel de nossas experiências pessoais em moldar nossos gostos? E como as empresas fazem uso dessa informação?
Talvez você também goste mergulha fundo na psicologia, nas estratégias de marketing e na neurociência para responder a essas fascinantes e complexas perguntas.
Tom Vanderbilt explora como formamos nossas preferências e como elas nos formam. Ele explica como é difícil, mesmo para especialistas, entender exatamente o que faz alguma coisa ser boa ou divertida, e como o sucesso de muitas empresas depende da complicada tarefa de prever do que vamos gostar.
Resenha:
"Talvez Você Também Goste" é um livro sobre o motivo pelo qual gostamos do que gostamos. O autor explora as principais áreas em que as preferências são comumente compartilhadas, desde alimentos e restaurantes, até livros, filmes, música, entre outros.
Esse assunto é tão complexo que foi estudado por diversos filósofos ao longo dos séculos, pois é algo tão difícil de entender e descrever. Quando gostamos do sabor ou cheiro de alguma coisa, se pergunta por que, mas é difícil explicar. O autor diz que isso está praticamente intrínsico na verbalização dos nossos sentidos, quanto mais se está munido de um vocabulário rico, melhor a pessoa consegue descrever e apreciar uma ampla variedade de coisas. Mas isso só é o começo, já que nossos gostos recebem camadas e mais camadas de muitos significados. Quando se associa um sentido – gosto, cheiro, tato a uma memória ou palavra, o autor define como preferências construídas. E ao longo de todo o nosso contato com o mundo, vamos construindo nossos gostos, vinculando-os a memórias e a tantos outros significados diferentes.
Vanderbilt faz um caso convincente de que a maioria das nossas opções de escolha desafia essas tentativas. A natureza do gosto, de fato, permanece teimosamente misteriosa, apesar da nossa compulsão em exercitá-la - e apesar de que essa compulsão forma cada vez mais a vida moderna. Vanderbilt começa sua busca para entender como formamos nossos gostos com o primeiro e mais fundamental objeto de preferência em nossas vidas: a comida. É uma base inteligente, porque mesmo o empirista mais endurecido em caso de concessão concederia esse gosto, neste contexto, é ineficazmente pessoal. E o contexto, vemos uma vez ou outra, é o que faz a escolha.
Mesmo quando nossas escolhas parecem deliberadas, "gostar" continua sendo um negócio distante e direto. Vanderbilt conta a história da decisão da Netflix de deixar de usar as classificações de estrelas dos assinantes para prever o que eles gostariam de ver a seguir.
Foi realizado um experimento em bebês, e eles tinham que escolher entre duas comidas, e depois eram exibidas marionetes gostando ou desgostando das mesmas comidas que os bebês escolheram. E quando as marionetes eram apresentadas aos bebês, eles preferiam as que gostavam da comida que eles gostavam. Então, foi concluído que essa inclinação por gostar de quem compartilha nossos gostos já é totalmente visível já desde criança e persiste ao longo de toda a vida. O autor deixa claro o quanto o gosto está ligado aos outros, e o quanto os outros estão ligados a nós, pelos nossos gostos pessoais.
Quantos de nós, por exemplo, são persuadidos a evitar comprar livros com críticas ruins? Bem, podemos argumentar que outras pessoas podem ser tão facilmente influenciadas, mas não eu. Pelo contrário, Vanderbilt toca uma série de estudos e suas descobertas que sugerem que nossos gostos são muito moldados, pelo menos em parte, pelo consenso geral.
Uma avaliação online por mudar muito o lucro que uma empresa pode ter. Por exemplo, um economista de Harvard descobriu que, em Seattle, um aumento de uma estrela na classificação de um restaurante levou a um crescimento de receita de 9%. Esse tipo de feedback imediato levou os estabelecimentos, como restaurantes e hotéis, oferecem uma melhor qualidade de serviço e atendimento ao cliente.
A fascinante incursão de Vanderbilt no mundo dos gostos e por que eles existem faz desse um livro que vale a pena ler - afinal, com que frequência paramos para considerar por que preferimos o azul do amarelo? E neste livro recebemos pelo menos algumas idéias do por que gostamos do que gostamos.
Os gostos são fenômenos peculiares, e a questão de por que possuímos certos gostos provavelmente nunca será respondida na íntegra. No entanto, o último trabalho de Vanderbilt é uma leitura leve e informativa, e que é completamente agradável e altamente recomendada.
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