8.1.18

[Resenha #1439] Imperfeitos - Cecelia Ahern @Novo_Conceito @Cecelia_Ahern


Imperfeitos – Série Flawed – Livro 01
Cecelia Ahern
Páginas: 320
Ano: 2016
Editora: Novo Conceito
Idioma: Português
ISBN-10: 8581636535
ISBN-13: 978-8581636535
Classificação: 5 estrelas 
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Sinopse: Celestine North vive em uma sociedade que rejeita a imperfeição. Todos aqueles que praticam algum ato julgado como errado são marcados para sempre, excluídos da comunidade, seres não merecedores de compaixão. Por isso, Celestine procura viver uma vida perfeita. Ela é um exemplo de filha e de irmã, é uma aluna excepcional, bem quista por todos do colégio, além do mais, ela namora Art Crevan, filho da autoridade máxima da cidade, o juiz Crevan. Em meio a essa vida perfeita, Celestine se encontra em uma situação incomum, que a faz tomar uma decisão instintiva. Ela faz uma escolha que pode mudar o futuro dela e das pessoas a seu redor. Ela pode ser presa? Ela pode ser marcada? Ela poderá se tornar, do dia para a noite Imperfeita? Nesta distopia deslumbrante, a autora best-seller Cecelia Ahern retrata uma sociedade em que a perfeição é primordial e quem cometer qualquer ato falho será punido. A história de uma jovem que decide tomar uma posição que poderá custar-lhe tudo.




Resenha:

Imperfeitos, escrito pela diva Cecelia Ahern, é uma distopia surpreendente. O livro expõe de maneira crua uma sociedade obcecada pela impecabilidade que reverencia a perfeição e qualquer condição inferior a excelência não é aceito ou tolerado.

Celestine North é uma jovem de 17 anos apaixonada por matemática. Aluna exemplar é querida entre os amigos e namora Art, filho do juiz Bosco Crevan uma das figuras de autoridade mais temidas e respeitadas. Crevan é o principal juiz de um comitê chamado Tribunal.


Tribunal é uma instituição permanente que supervisiona o julgamento de indivíduos acusados de serem Imperfeitos. Vivendo em uma sociedade em que a perfeição é uma sentença, uma pessoa que tome uma decisão que macule a moralidade ou a ética, é batizado e marcado como Imperfeito.

Esse regime tirano foi criado após uma grave recessão econômica, cujo principal objetivo do Tribunal era tirar os Imperfeitos de cargos de liderança. Com proporções incontroláveis, no momento atual, todo caso de indisciplina é imediatamente controlado em prol de uma sociedade que leva a moral e a ética acima de tudo, buscando sempre a perfeição.
“No dia da Sentença, o juiz decide se o acusado é ou não Imperfeito. Se sim, suas imperfeições são pronunciadas publicamente e sua pele é marcada com um I em um dos cinco lugares possíveis. A localização do I depende da transgressão cometida.Para quem toma decisões ruins, é na têmpora.Para quem mente, na língua.Para quem trapaceia, na palma da mão direita.Para quem é desleal com o Tribunal, no peito, sobre o coração.Para quem não segue as regras da sociedade, na sola do pé direito.Eles também tem que usar uma braçadeira com a letra I marcada em vermelho o tempo todo, para que sempre sejam identificados pelo público e sirvam de exemplo.”
Fiel à perfeição, Celestine sempre acreditou que as pessoas que eram marcadas, ganhavam tais impressões por serem culpadas e transgressoras. No entanto tudo que ela acredita ser certo desmorona, quando ela mesma, é marcada como Imperfeita pelo homem que respeitava e julgava ser seu igual: o juiz Bosco Crevan.

A transgressão de Celestine? Ajudar Clayton Byrne, um idoso que estava passando mal no ônibus e por ter a marca de um Imperfeito estava sendo ignorado. Lembrando-se da figura do avô e temerosa que o senhor morresse ela o ajuda a sentar-se e grita por ajuda. Definitivamente se sensibilizar com a dor de um Imperfeito e ainda auxiliá-lo era uma violação extrema às regras.
O juiz Crevan tenta “ajudá-la” mostrando que a melhor solução seria se ela deturpasse suas verdadeiras intenções para os jornalistas e a sociedade. Sua ideia era que ela confessasse que não queria prestar socorro ao velho e tão somente desejava tirá-lo da presença dos Perfeitos. Para ser salva ela teria que mentir, para ser uma Perfeita ela teria que virar uma Imperfeita.
"No ônibus foi compaixão, no tribunal minha confissão foi por culpa, não bravura, mas agora estou com raiva e cheia de coragem."
Um jogo de manipulação começa, Celestine é só uma peça nas mãos de pessoas importantes que querem derrubar Crevan. Inocente e sem saber o que acontecia a sua volta ela decide falar a verdade causando uma profunda cólera no juiz, que não satisfeito em marcá-la uma ou duas vezes como acontecia com os demais, decide que ela é Imperfeita até a medula, dando-lhe seis marcas de imperfeições.
“A ignorância é uma benção. O conhecimento é geralmente uma responsabilidade que ninguém quer.”
Você não tem noção dessa leitura! A dor física e emocional que Celestine teve que passar me causou tanto mal estar que estava suando quando terminei a leitura. Devorei o livro por estar extremamente esperançosa que Crevan se desse mau, mas isso é assunto para a sequência dessa história.



Não foi fácil para uma menina de 17 anos, sempre amada e protegida pelos pais passar por tanta humilhação. Professores de sua escola se negavam a dar aula para ela e supostos amigos se afastaram como se ela fosse uma leprosa. As descrições são tão detalhadas que a sensação de raiva e impotência acompanha o leitor por toda a narrativa.
"Aprendi que ser corajosa significa sentir medo o tempo todo. A coragem não nos domina, ela luta e enfrenta as dificuldades por meio das palavras e das atitudes que você toma. É uma batalha ou uma dança que vai se impregnando. É preciso coragem pra vencer, mas é preciso muito medo pra ser corajoso."
O ponto alto da história é o amor e compreensão que ela recebeu da família que em nenhum momento deixou de ampará-la. Imperfeitos é uma obra inteligente e questionadora, que mostra que devemos acreditar e defender aquilo que acreditamos ser verdadeiros. Uma estreia excepcional de Cecelia no gênero da distopia.
“Se você comete um erro, aprende com ele. Se nunca comete nenhum erro, jamais será uma pessoa sábia... Quanto mais erros você comete, mais você aprende.”



Um comentário

  1. Esse livro é algo a ser reverenciado, estudado nas salas de aula, distribuído gratuitamente, lido para os políticos do nosso país. É uma obra de arte.

    Vidas em Preto e Branco

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