8.1.18

[Resenha #1446] Belas Adormecidas - Owen King e Stephen King @cialetras @Suma_BR


Belas Adormecidas
Owen King
Stephen King
ISBN-13: 9788556510518
ISBN-10: 8556510515
Ano: 2017
Páginas: 728
Idioma: português 
Editora: Suma
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: Pelo mundo todo, algo de estranho começa a acontecer quando as mulheres adormecem: elas são imediatamente envoltas em casulos. Se despertadas, se o casulo é rasgado e os corpos expostos, as mulheres se tornam bestiais, reagindo com fúria cega antes de voltar a dormir. Em poucos dias, quase cem por cento da população mundial feminina pegou no sono. Sozinhos e desesperados, os homens se dividem entre os que fariam de tudo para proteger as mulheres adormecidas e aqueles que querem aproveitar a crise para instaurar o caos. Grupos de homens formam as “Brigadas do Maçarico”,incendeiam em massa casulos, e em diversas partes do mundo guerras parecem prestes a eclodir. Mas na pequena cidade de Dooling as autoridades locais precisam lidar com o único caso de imunidade à doença do sono: Evie Black, uma mulher misteriosa com poderes inexplicáveis. Escrito por Stephen King e Owen King, Belas Adormecidas é um livro provocativo, dramático e corajoso, que aborda temas cada vez mais urgentes e relevantes.




Resenha:

Belas Adormecidas, novo livro de Stephen King, dessa vez em parceria com seu filho, Owen King, tem uma premissa que chama a atenção e promete muita tensão e mistério. A história se passa na pequena cidade de Dooling em um momento crítico para o mundo todo. Um evento que começou na Austrália e se espalhou pela Terra: mulheres adormecem, não acordam mais e seus corpos são envolvidos por uma substância que forma um tipo de casulo. Enquanto isso, em Dooling, uma mulher surge ninguém sabe de onde e causa grande confusão na cidadezinha. 

O livro segue o padrão King de escrita: livro grande, narrado em terceira pessoa, com muitos personagens e ritmo lento. Apesar do ritmo lento, Belas Adormecidas nos prende de uma forma arrebatadora. Os autores vão deixando pequenas pistas ao longo do livro para que os leitores consigam ir colhendo essas pistas e criando teorias. 

Evie, a personagem misteriosa que surge em Dooling é, sem dúvidas, uma das personagens que mais me cativou e surpreendeu até hoje. Cada vez que ela aparecia, eu ficava extasiada. Suas ações, palavras e pensamentos fazem dela uma personagem única e criar teorias sobre ela foi o que mais me manteve entretida nessa história.


A história tem tantos personagens que, no início do livro, os autores nos apresentam uma lista com todos os personagens. Eu até consultei essa lista no início da leitura, mas, depois, percebi que não precisaria dela. Os personagens, apesar de não muito aprofundados, são bem caracterizados e é fácil reconhece-los e diferencia-los.

Por ter muitos núcleos, os autores se aproveitam daquela estratégia de mudar o núcleo em momentos de muita tensão. Esse recurso garante, mais uma vez, o envolvimento do leitor com a história. Afinal, quando o clímax está se aproximando, o núcleo muda e precisamos ler mais alguns capítulos até retornarmos àquele núcleo que em estávamos envolvidos.

Eu consegui desenvolver empatia por todos os personagens, principalmente as mulheres da penitenciária feminina. Cada um tem sua história, suas qualidades, seus defeitos e suas motivações e os conflitos pessoais são colocados de forma muito bem dosada ao longo da trama principal. E vale mencionar que todos os núcleos são interessantes. Alguns mais que outros, claro, mas, mesmo assim, todos têm seu valor, cada um com seu mistério e sua atmosfera.

O livro nos instiga desde o início com suas menções ao machismo, por mostrar como as mulheres podem sofrer nas mãos de homens misóginos e como se sentem com isso. Isso vai nos dando uma angústia crescente ao longo da leitura, como se os King quisessem que as leitoras lessem ao livro sentindo raiva dos homens.
“Dentre as detentas do Instituto Penal de Dooling havia, para dizer com delicadeza, poucas histórias de vencedoras de prêmios, mas muitas histórias com homens maus.” p. 22
No início, o livro me pareceu bem confuso. Porém, depois que nos habituamos e nos convencemos de que "estamos lendo um livro do King, ou seja, não precisa fazer sentido", conseguimos entrar no clima e a leitura fica mais fácil.


O livro começa confuso, depois nos instiga e se torna muito interessante, nos fazendo sentir como se estivéssemos em meio a uma investigação maluca. No entanto, mais adiante, o livro começa a se tornar cansativo, enquanto aguardamos que, cada vez mais, mulheres adormeçam. Mais adiante, o livro volta a ser interessante, quando o caos começa a se instalar e as pessoas começam a tomar atitudes drásticas, movidas pelo medo. O livro segue oscilando dessa forma, ora estando muito bom, ora nem tanto, o que também é bem típico dos livros do Stephen King.

As mensagens que o livro deixa são passadas de forma tão sutil que, quando terminamos a leitura, temos uma série de conclusões que não nos foram dadas de graça, mas que vieram por meio da história como um todo. O que seria do mundo sem as mulheres? Como seriam os homens sem as mulheres? 
De modo geral, Belas Adormecidas é um bom livro, que entretém e nos faz refletir, propõe discussões pertinentes e muito atuais, ao mesmo tempo que traz temas completamente sobrenaturais. Essa mistura de absurdo e pertinência é agradável e consegue prender o leitor. 

A edição segue o padrão dos livros do Stephen King publicados pela Suma de Letras. É uma edição simples, sem muitos adornos, mas que cumpre com os requisitos básicos, com letras de tamanho agradável, boa diagramação e páginas amareladas.




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