8.1.18

[Resenha #1447] A espiã - Paulo Coelho @editoraparalela @cialetras


A espiã
Paulo Coelho
ISBN-13: 9788584390373
ISBN-10: 8584390375
Ano: 2016
Páginas: 183
Idioma: português 
Editora: Paralela
Skoob
Classificação: 3 estrelas
Compre: Amazon

Sinopse: Mata Hari foi a mulher mais desejada de sua época: bailarina exótica que chocava e encantava plateias ao se desnudar nos palcos, confidente e amante dos homens mais ricos e poderosos de seu tempo, figura de passado enigmático que despertava o ciúme e a inveja das damas da aristocracia parisiense. Ela ousou libertar-se do moralismo e dos costumes provincianos das primeiras décadas do século XX e pagou caro por isso: em 1917, foi executada pelo pelotão de fuzilamento do exército francês, sob alegação de espionagem. Em seu novo romance, Paulo Coelho revisita com brilhantismo a vida dessa mulher extraordinária, mostrando ao leitor que as árvores mais altas nascem das menores sementes.

Resenha:
"Como é que uma mulher que durante tantos anos conseguiu tudo o que queria pode ser condenada à morte por tão pouco."

          A história já começa pelo triste fim, ainda que gloriosa: a execução corajosa de Mata Hari, onde ela não abre mão da liberdade de ser quem ela é, e recebe como recompensa por isso as balas dos fuzileiros parisienses. Ela não cai nem pra frente, nem para trás depois de fuzilada, antes, ainda passa alguns segundos em pé, em pose, e logo após desmaia sobre si mesma, exibindo classe até mesmo em suas últimas horas na terra. Mais que um ícone exótico, Mata Hari foi a resistência feminina mostrando sua fortaleza, usando seu físico e sua inteligência para sobreviver num país que não era seu, mas que sempre foi alvo de seus sonhos.
"Sou uma mulher que nasceu na época errada e nada poderá corrigir isso. Não sei se o futuro se lembrará de mim, mas, caso isso ocorra, que nunca me vejam como uma vítima, e sim como alguém que deu passos com coragem e pagou sem medo o preço que precisava de pagar."
"Todos nós sabemos que serei morta não por causa desta alegação estúpida de espionagem, mas porque decidi ser quem sempre sonhei, e o preço de um sonho é sempre alto."










Paulo Coelho deixa bem claro no epílogo que sua intenção não era fazer um livro bibliográfico, e sim um romance histórico. Embora tenha falhado nessa intenção, ele tece de maneira simples, concisa e sem aprofundamento psicológico a história da suposta espiã, focando mais em suas aventuras amorosas e sentimentais do que na sua importância como suposta espiã política. Mesmo sendo fruto de uma exaustiva pesquisa, o romance tratou com muita superficialidade o panorama histórico da época, o que seria dever de todo escritor que se propõe a escrever um romance histórico.



"O amor é um veneno. Uma vez apaixonada, deixa de ter controle sobre a sua vida, já que o seu coração e a sua mente pertencem a outra pessoa. A sua existência fica ameaçada."
Vítima de abuso sexual por parte de seu marido, Margaretha Zelke resolver arriscar a vida e seu nome na Paris da Belle Époque. Quando ela chega lá, muitas pessoas influentes cruzam o seu caminho e a ajuda a chegar até seu estrelato, mas já como uma nova mulher: Mata Hari. Embora vivendo tão livremente quanto gostaria, a melancolia se faz presente em suas orações e confissões, algo bem sutil - quase que subliminar - que mescla ficção com realidade.

No fim de tudo, o livro é bom. Bom para quem ainda não conhece a figura de Mata Hari e um pouco desapontador para quem já a conhece e abriu o livro no afã de novas descobertas sobre sua alma e história. Embora a tentativa de Paulo tenha sido boa e válida, é perceptível que o livro não ficou à nível da figura que ele se propõe a fazer mais conhecida. E embora recheado de provérbios e algumas frases que beiram o clichê, todavia o livro não deixa de ser, até certo ponto, tocante. Sua leitura não é pesada e nem inválida.


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