Neal Shusteman
ISBN-10: 8581638104
ISBN-13: 978-8581638102
Páginas: 416
Ano: 2017
Editora: Novo Conceito
Idioma: Português
Classificação: 4 estrelas
Skoob
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Sinopse: A Fragmentação tornou-se um grande negócio com poderosos interesses políticos e corporativos em jogo. O governo não quer apenas continuar com ela, como também expandi-la. Cam foi feito inteiramente com as melhores partes de fragmentados e, tecnicamente, ele é um garoto que não existe. Um verdadeiro Frankstein do futuro, que luta para encontrar sua identidade e se questiona se um ser como ele pode ter alma. Quando as ações de um sádico caçador de recompensas ameaçam a causa de Connor, Lev e Risa, o destino de um deles é ligado ao de Cam. A aguardada sequência de Fragmentados desafia a suposição de onde começa e termina a vida e o que realmente significa viver.
Resenha:
“Um lado alegava que os selvagens haviam sido criados pelo colapso dos valores familiares, enquanto o outro dizia que os selvagens eram um produto de crenças rígidas que já não supriam as necessidades do mundo. Ambos os lados estavam certos. E ambos estavam errados — mas isso não importava quando as pessoas ficavam apavoradas com a ideia de sair às ruas à noite por medo dos próprios filhos.”Fragmentados foi o primeiro livro dessa série distópica e confesso ter gostado demais da história. Claro que fiquei bem ansiosa pela continuação e dois anos depois tive o imenso prazer de ler a continuação, Desintegrados.
Com o término da Segunda Guerra Civil, também conhecida como fim Guerra de Heartland, a lei da vida foi criada, uma ordem que consentia a fragmentação de jovens entre 13 e 18 anos. Foi uma lei criada estrategicamente para agradar o Pró-Vida (favor da vida e contra o aborto) e Pró-Escolha (favor do aborto e da escolha de ter ou não um filho). Tinha como princípio a seguinte regra: era vedado o desmembramento da criança desde sua fecundação até a idade de 13 anos, passado esse tempo, até completar 18 anos, os pais tinham total autonomia em permitir a fragmentação do filho. O raciocínio mórbido da sociedade julgava que o jovem destinado à fragmentação não morria, isso mesmo, o jovem era retalhado e partes dos seus órgãos iriam para outros indivíduos servindo assim a um propósito superior.
“A triste verdade sobre a espécie humana, a garota percebeu depressa, é que as pessoas acreditam no que ouvem. Talvez não da primeira vez, mas, na centésima vez, a mais maluca das ideias simplesmente se torna fato.”Três personagens se destacaram no primeiro livro, sendo eles Connor de 16 anos, um jovem controverso que ficou boquiaberto ao saber que seus pais tinham assinado a autorização para que ele fosse Fragmentado, Risa de 15 anos, que embora fosse um talento musical descobre que vai ser Fragmentada e Lev de apenas 13 anos, o 10º filho de um família super-religiosa que acreditava que o décimo filho tinha que ser dado em sacrifício. Eles ainda terão papel importante nessa trama, no entanto mais três protagonistas são introduzidos, Starkey, Miracolina e Cam.
Starkey é um notório canalha, Miracolina tem uma história parecida com o de Lev, afinal ela é um dizima e nasceu para salvar a vida do seu irmão mais velho, e Cam é o primeiro humano criado a partir de partes de diversas pessoas, um Frankenstein pós-moderno que se apaixona por Risa.
Nessa sequência Connor ainda está metido em confusões e é o líder do Cemitério, um local criado para jovens que fugiram da Fragmentação, Risa é sua parceira e Lev descobre que uma espécie de santo defensor dos oprimidos, pois ele fugiu de ser cortado e agora e um batedor.
"- Uma nação de adolescentes zangados, sem trabalho, sem estudo e com todo esse tempo livre nas mãos? Pode apostar que estou com medo e você também deveria estar.”A narrativa é excelente e sendo narrado em terceira pessoa, cada personagem é esquadrinhado apropriadamente. Como é uma sequência, vários questionamentos são respondidos. Claro que novas dúvidas e mistérios serão levantados no decorrer da história o que traz volume a trama.
Embora uma parte pequena do livro tenha se mostrado fatigante, o final eletrizante compensou qualquer falha do autor. Uma obra que se mostrou inteligente, profunda e inquietante. Tomara que a continuação não demore tanto.
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