14.1.18

[Resenha #1516] Trilogia Do Adeus - João Anzanello Carrascoza @cialetras


Box - Trilogia Do Adeus
3 Volumes
João Anzanello Carrascoza
ISBN-13: 9788556520364
ISBN-10: 8556520367
Ano: 2017
Páginas: 400
Idioma: português 
Editora: Alfaguara Brasil
Skoob
Classificação: 4 estrelas

Sinopse:  Nesta trilogia, João Anzanello Carrascoza oferece um panorama que se estende através do tempo para falar da relação fragmentada das famílias. No primeiro livro, Caderno de um ausente (vencedor do prêmio Jabuti 2015 e reeditado agora pela Alfaguara), o pai João escreve uma longa carta para a filha recém-nascida, Beatriz, para o caso de não estar presente no futuro dela. Já no segundo volume, Menina escrevendo com pai, é Bia quem responde, narrando a vida e o relacionamento dos dois. Por fim, em A pele da terra, Mateus, filho mais velho de João e irmão de Bia, narra sua relação com próprio o filho, outro João, durante uma peregrinação. Um olhar tríplice sobre os vínculos entre pais e filhos, e sobre como pequenas ações do cotidiano nos marcam para sempre.
E qual tipo de escuridão cairá - e quem estará salvo - depois que o Príncipe Ashur revelar o perigoso preço que ele pagou para enganar a morte?



Resenha:

Trilogia do adeus, de João Anzanello Carrascoza, é composta por três romances curtos que abordam temas como família, amor, morte, finitude, sabedoria entre outros, são três narradores que irão intercalar suas histórias e encantar os leitores.

O primeiro volume, chamado Caderno de um ausente, nos conta a história de um pai que escreve uma longa carta para a filha recém-nascida, chamada Bia. Já na casa dos 50 anos, o pai deixa o registro para o momento em que, num futuro não muito distante, ele já não estiver presente na vida dela. “Vens com esta marca, de minha ausência, a envolver inteiramente a tua vida”, escreve ele. Ao escrever essa carta, ele se dá conta da sua finitude, e essa consciência o assusta, mas o faz refletir sobre diversos temas nos quais sua filha irá se deparar na vida adulta. Com isso, ele tenta passar para a filha conhecimento, mas ao mesmo tempo dá a ela espaço para que ela mesma busque suas experiências. 
“Eis que, embora viver seja coisa grande, é também a força que lhe contraria, e não há como vencê-la, senão aceitando que a dor desenha em nossa pele, com esmero, um itinerário de pequenos cortes, ora arde um, ora sangra outro, e, às vezes, todos, juntos, nos queimam, em uníssono”.

O segundo volume, Menina Escrevendo com Pai é uma resposta da filha Bia ao pai João. Bia, agora com vinte anos, conta suas experiências de vida, a ausência de sua mãe, suas lembranças da família, e com a proximidade da morte de seu pai, o medo da finitude continua real. 
"O amor não é de uma vez só, o amor se torna amor aos poucos, o amor parece ser sempre o mesmo, como a paisagem, mas o amor, imperceptivelmente, aumenta. O amor aumenta e se torna, como certas dores, maior do que suportamos."

O terceiro e último volume, A pele da terra, quem narra é Mateus, meio-irmão de Bia. Esse é uma espécie de diário de viagem na qual ele faz na companhia de seu filho João, nome dado em homenagem a seu pai. Mateus conta de sua jornada pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Como Mateus cresceu longe do pai, ele não quer ficar longe de seu filho, depois da separação. 


Juntos, esses livros criam uma espécie de delicada saga, em que os personagens e o tempo, revelam laços familiares tão fortes quanto precários nos seus desencontros.

São história simples, comuns, do dia-a-dia de pessoas simples, mas que o autor quis passar o valor do silêncio, da simplicidade, o quanto a vida é complexa em sua simplicidade. Ele nos fala da importância da família, que é nela que aprendemos a tecer os vínculos afetivos, a respeitar a alteridade, a desafiar ou não o poder, a pactuar as dores e as alegrias.
"Embora a ausência esteja mais enfatizada no primeiro livro, ela atravessa os demais volumes, pois o silêncio não está apenas ao redor de tudo o que é dito, mas no próprio dizer, que não pode em si dizer tudo ao mesmo tempo." diz o autor



"A mesma que ela tem em nossa vida. A simplicidade, qualquer que seja, na vida ou na ficção, é tão complexa que, aos nossos olhos, parece mesmo ser só simplicidade." diz o autor. 



Que lindo trabalho da editora com esses livros, em tamanho pequeno e em um lindo box, em cores de tons pasteis, esses livros ficaram realmente lindos, e não tem como não querer ter-los em sua estante. 

Não tenho nem palavras para descrever o quanto eu fiquei tocada com as palavras poéticas dessa trilogia de João Anzanello Carrascoza, simplesmente fascinada, e são livros curtos e fáceis de ler. Uma ótima dica de presente para um amigo ou parente, recomendo!


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