30.3.18

[Resenha #1594] A Verdade Sobre Amores e Duques - Laura Lee Guhrke @harlequinbrasil @LauraLeeGuhrke


A Verdade Sobre Amores e Duques
Querida conselheira amorosa... # 1
Laura Lee Guhrke
ISBN-13: 9788539825387
ISBN-10: 8539825384
Ano: 2018
Páginas: 320
Idioma: português
Editora: Harlequin Books Brasil
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Henry Cavanaugh, duque de Torquil, anseia por uma vida ordenada e previsível. A única que o ajuda com isso era a mãe... até ela se apaixonar por um artista e decidir seguir o conselho amoroso de Lady Truelove, largando tudo para seguir os desejos do coração. Agora Henry vai exigir que a mulher mexeriqueira que deu aquele conselho imprudente o ajude a impedir que o nome da sua família acabe na lama.Irene Deverill é o que a sociedade londrina considera uma ovelha negra: dirige o jornal da família, é uma solteirona e tem orgulho disso! Mas ninguém sabe que ela possui um grande problema nas mãos: o duque de Torquil demanda que ela o ajude a resolver os problemas da sua família. Esse relacionamento forçado fará despertar nela sentimentos que nunca pensou possuir.

Resenha:

Alguns anos atrás um bom livro infantil era o livro certo para uma leitura gostosa e sem pretensões, eles continuam sendo hoje em dia, mas os livros de época também ganharam esse lugar no meu coração. Uma mistura de tradições antigas com um casal se conhecendo sempre rende horas de agradável leitura. A Verdade sobre Amores e Duques não foi diferente, publicado pela editora Harlequin e escrito pela americana Laura Lee Guhrke.



Henry Cavanaugh, o duque de Torquil, sabe quais são suas responsabilidades: proteger a todos de sua família e zelar por aqueles que vivem em seu território. O coração é não é algo que ele tenha como prioridade, ele nunca pode se dar a esse luxo, o ducado sempre vem em primeiro lugar. Mas quando sua mãe resolve se casar com um artista interesseiro todas suas certezas quanto ao certo e a opinião da sociedade começam a desmoronar, isto porque ele conhece a destemida Irene Deverill, dona do jornal onde sua mãe publicou uma carta pedindo conselhos amorosos. Para impedir que sua mãe cometa o que ele considera um erro, ele obriga Irene a ajudá-lo, mas essa relação promete muito mais do que uma solução para um casamento errado.

Eu raramente concordo com os títulos dos livros, em especial as traduções, nesse volume felizmente a tradução foi literal, e nunca vi um nome mais feliz. O título diz o que o livro realmente se propõe, contar uma estória de um casal que coloca em xeque as verdades sobre o amor e o ducado, isto porque quando a atração surge eles ficam em uma tensão, ela não quer abandonar sua carreira e se tornar uma duquesa, ele não pode abrir mão de suas obrigações, e precisa manter certos padrões de comportamento. Esta é a verdade, e pouco efetivamente podem fazer a não ser que suas verdades mudem.



A narrativa de Guhrke é muito fluída e rápida, quando menos nos damos conta o livro já acabou, isto porque além de envolvido com você quer sempre saber o que vai acontecer em seguida. Feita em terceira pessoa, os pontos altos são seus diálogos, em grande quantidade e longos, são eles que ditam a estória que não é muito descritiva e pouca ação.

A trama se passa no final do século XIX, uma época onde algumas mulheres inglesas lutavam pelo direito da mulher de votar e trabalhar. Essas mulheres eram conhecidas como sulfragistas, e Irene encarna os principais aspectos destas mulheres. Nos dias de hoje ela seria uma perfeita feminista.
Irene não quer que um homem seja ele seu pai ou um rico duque diga o que deve fazer, muito menos se importa com o que é bem visto ou não na sociedade. Com isso ela tem em seu jornal uma coluna de fofocas e outras de conselhos amorosos. Embora se faça de autossuficiente quando se diz feliz como solteira, ela não resiste ao duque, e segue o caminho de toda mulher apaixonada. Feminista ou não a mensagem é clara o amor sempre supera a razão.

Henry é um homem muito sério, fechado e nunca é possível saber através de suas expressões o que ele sente. Isso porque foi criado pelo pai para ser um duque exemplar. Ele seguia a vida assim, e mesmo demonstrando amor pela família inspirava receio de todos. Irene é um abalo em tudo isso. Ele segura seu amor até quase o fim, mas quando abre as portas ele não consegue se reconhecer, isto porque amar Irene não é só ser um homem apaixonado, mas também aceitar que uma mulher guie sua própria vida, e que ele não seja a figura dominante.

Como de costume do gênero existem cenas mais quentes, mas Laura é discreta e deixa alguns momentos mais por conta da imaginação do que pela descrição. Sua narrativa é mais romântica e muitas vezes mais racional, do que detalhada.
A família do duque é bem maluquinha, mesmo seguindo as regras da sociedade foi possível perceber nos breves momentos em que surgem que todos têm personalidades interessantes, e pensamentos divertidos. Assim como Clara, a única irmã de Irene que é uma menina muito doce ao mesmo tempo em que segue algumas das modernidades feministas da irmã.


As regras e costumes desta sociedade londrina são amplamente exploradas, e o enfoque São transformações que estavam ocorrendo na época. Honestamente acho que muitas coisas de fato foram boas de se perder, mas não paro de pensar que um pouco de tradição e comedimento de vez em quando não faria mau a nossa sociedade que parece um cavalo que se perdeu de sua carroça.

A Verdade sobre Amores e Duques é um delicioso romance de época que nos brinda com uma estória de amor intensa e que segue vias um pouco fora do esperado. Com fortes críticas a comportamentos sociais machistas, acaba por ser atual. É refrescante, sedutor e muito agradável.

Este volume faz parte da série Querida Conselheira Amorosa, que teve um novo volume publicado este ano lá fora, The Trouble with True Love, e que tem como enfoque Clara, a irmã de Irene, espero que não demore a chegar por aqui.




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