31.3.18

[Resenha #1595] Como Se Vingar de Um Cretino - Suzanne Enoch @harlequinbrasil @SuzieEnoch


Como Se Vingar de Um Cretino
Lessons in Love # 1
Suzanne Enoch
ISBN-13: 9788539825967
ISBN-10: 8539825961
Ano: 2018
Páginas: 288
Idioma: português 
Editora: Harlequin Brasil
Skoob
Classificação: 5 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Era uma vez um notório visconde Dare, que seduziu lady Georgiana Halley e tomou sua inocência para ganhar uma aposta, e agora ele vai ter que pagar. O plano é simples: ela vai usar cada artifício de conquista que conhece para ganhar o coração de Dare, e então quebrá-lo. Mas o olhar do visconde tenta Georgiana a se entregar ao prazer mais uma vez, e quando ele a surpreende com um pedido de casamento, ela se pergunta: esse é mais um de seus jogos, ou dessa vez é amor verdadeiro?

Resenha:

Em Como se vingar de um cretino, da autora Suzanne Enoch, Georgiana Halley está cansada de ser cortejada por homens insensíveis e gananciosos. Então, ela e as amigas decidem que todos daquela sociedade precisam aprender uma lição, detalhada numa lista que cada uma preparou. Na verdade, a lista de Georgiana tem apenas um alvo: Tristan Carroway, visconde de Dare. 



Somos levados para Mayfair, em Londres, no século passado. Tristan ficou com Georgiana por causa de uma aposta. Desde então, ela o evita e os dois não conseguem permanecer juntos em um mesmo cômodo. Após bolar um plano de vingança que, na verdade, é mais uma forma de Tristan aprender a tratar uma mulher do que jeito que ela merece, Georgiana se infiltra dentro da casa dele com a desculpa de ser a acompanhante de suas tias. 
“(...) para a maioria dos homens, a “nobreza” não é um estado de espírito ou de posição hierárquica. Só serve para conforto.” (pág.6)
“Compreender uma mulher está além da capacidade da maioria dos homens.” (pág.7)
“Ele, ela e a amabilidade não costumavam aparecer juntos no mesmo lugar.” (pág.16)
“Milly e eu nunca nos casamos, e nunca sofremos por não termos marido.” (pág.19)
“Ser acompanhante de uma amiga parece ser a ocupação mais suportável, ao menos até eu chegar a uma idade em que a sociedade aceitará que não desejo me casar e pretendo devotar meu tempo e meu dinheiro à caridade.” (pág.22)
E é aí que ela se encontra em conflito com seus próprios sentimentos. Será que Tristan era tudo aquilo de ruim que sempre imaginou? Ele realmente amadureceu desde o dia da aposta, ou o fato de ser um irmão carinhoso e um sobrinho amoroso era tudo falsidade? Georgiana conseguiria resistir aos encantos que ele provocava mesmo depois de tanto tempo? 


“Não permito que ninguém, além da senhorita, pise em mim.” (pág.60)
“Se havia algo pelo qual podia elogiar lorde Dare era o fato de ele sempre prestar atenção no que ela dizia.” (pág.63)
“O coração nunca mais regeria a cabeça quando se tratasse de qualquer homem.” (pág.78)
“(...) ensinar uma lição a ele não significa que você precise arriscar se magoar novamente.” (pág.92)
“Prometa-me que você não prometerá nada.” (pág.106)
“Ela planejara tudo. E ele caíra com toda a ingenuidade de um garotinho sofrendo por ser primeiro amor.” (pág.113)
“Não estou jogando, lembra? E estou nesta para ganhar.” (pág.133)
Em minha opinião, o ponto forte do livro é o relacionamento dos dois. Os outros personagens não são tão bem construídos, por isso Tristan e Georgiana seguram a história do começo ao fim, sem contar que temos os pontos de vista de cada um para sustentar essa afirmação. Tristan é galanteador, elegante e está sempre nas rodas de fofoca. Há seis anos, quando conheceu Georgiana, era imaturo. Mas, agora, por precisar lidar com as contas da família, se tornou alguém muito mais responsável. Georgiana, apesar de ser influente e rica, não demonstra isso na forma como trata as pessoas. Ela é educada, inteligente, sabe o que quer e não tem medo de correr atrás de seus objetivos. Georgiana é muito determinada com relação ao que precisa ensinar a Tristan, mas acaba baixando a guarda quando se depara com novas sensações.  
Sinto-me como uma minhoca em um anzol, rodeada por trutas. Seria meu belo molejo que os atiça, ou o fato de que sou bela e gorducha?” (pág.140)
“Tudo significa alguma coisa.” (pág.145)
“Não aceito que qualquer outra pessoa lute minhas batalhas por mim.” (pág.147)
“Eu faço despertar o pior em você, Georgie. Não é culpa sua.” (pág.152)
Talvez isso fosse parte da atração: desejar Tristan Carroway era perigoso. Gostar era ainda mais nocivo.” (pág.178)
“Aquilo era difícil demais. Estar apaixonada não deveria ser tão difícil assim.” (pág.201)
“Eu realmente gostaria que meu coração e minha cabeça tomassem as mesmas decisões (...)” (pág. 210)
“Queria noites apaixonadas, risos e discussões sobre preços, políticas e aleatoriedades, simplesmente porque achava esses assuntos interessantes.” (pág.229)
“Sabe (...), quando tudo isso começou, eu só queria lhe ensinar uma lição sobre as consequências de partir o coração de alguém. O que não percebi era que você também tinha algo a me ensinar: que as pessoas podem mudar, e que, às vezes, pode-se confiar no coração. O meu está apaixonado por você há muito tempo, Tristan.” 
A escrita da autora é extremamente imersiva. É com pouquíssima descrição que ela consegue levar a gente para a sociedade britânica do século passado. Isso fica claro, principalmente, com relação ao dia a dia das pessoas, seus trajes, o modo como se locomovem, o lazer que era atribuído para a época, os bailes e festas, o modo de falar e se portar diante de convidados e, até mesmo, os nomes e sobrenomes de cada personagem. Ainda, alguns assuntos que são abordados fazem com que nos aprofundemos muito mais no ambiente em que eles estão inseridos. Por exemplo, o fato de algumas famílias serem influentes e não poderem se dar ao luxo de fofocas, ou como as mulheres convivem diariamente com cortejos e não são vistas com bons olhos se decidem não casar. 


Apesar de ser um romance de época, a autora não utiliza palavras difíceis ou uma linguagem mais apropriada para aquele período de tempo. Talvez seja por isso que a leitura ocorra com fluidez. Isso acontece também por conta da premissa dos personagens principais: eles se odeiam. Apesar dessa fórmula, que já estamos cansados de ler e assistir, e que sempre termina com os dois desenvolvendo novos sentimentos, gosto da forma como ela o faz aqui. Tristan e Georgiana não apenas se odeiam no começo, os dois têm um passado que justifica esse ódio mútuo. E, mesmo quando eles começam a gostar um do outro, diversos empecilhos externos e internos aparecem para perturbar esse final da fórmula. 


Falando sobre finais, o livro termina exatamente em um momento que é muito esperado para quem acompanha e se apaixona pelo casal. Mesmo assim, a autora deixou um gostinho de “quero mais”, principalmente por conta de vários assuntos que ficaram pendentes e perguntas sem respostas. Pensando nisso, fui pesquisar o motivo desse final tão abrupto, e com muita felicidade descobri que existem duas continuações lançadas originalmente. Estou na torcida para a Editora Harlequin trazer para a gente essas sequências!

Como se vingar de um cretino vai muito além de uma lição para fazer um homem pagar pelos seus erros e pecados. É um romance repleto de duvidas, reconhecimento do perdão e provas para testar a confiança de ambos. Do mesmo modo que Tristan e Georgiana se apaixonaram, tenho certeza que você também vai se apaixonar por eles.  




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