14.4.18

[Resenha #1606] Dear Heart, Eu Odeio Você! - J. Sterling @FaroEditorial


Dear Heart, Eu Odeio Você!
Você não sente nada? Culpa, dor ou remorso? Como você consegue se afastar tão facilmente?
J. Sterling
ISBN-13: 9788595810075
ISBN-10: 8595810079
Ano: 2017
Páginas: 288
Idioma: português 
Editora: Faro Editorial
Skoob
Classificação: 3 estrelas
Compre: Amazon
Sinopse: Jules era viciada em trabalho. Colocando sempre o amor em segundo plano, sua principal meta era construir uma carreira com sólida reputação. Cal Donovan era muito parecido. Ele havia traçado uma lista de objetivos para alcançar na vida, e nela só havia espaço para ascensão profissional. Mas um encontro ao acaso muda tudo. De repente, o amor não parece uma distração para atrapalhar seus planos. Como fazer um relacionamento dar certo quando a sua cara-metade mora a milhares de quilômetros de você? Como viver esse amor sem abandonar tudo o que construiu? Algumas vezes as nossas mentes elaboram planos, estabelecem metas, perseguem sonhos. E algumas vezes os nossos corações ignoram as nossas mentes e decidem apostar no amor.


Resenha:

Publicado pela Faro Editorial, o livro Dear Heart, Eu Odeio Você!, da autora J. Sterling, conta a história de um amor que precisa superar a distância. Jules Abbott é viciada em trabalho, mora em Los Angeles e não troca a vida que leva por nada e nem ninguém. Cal Donovan é exatamente igual, mora em Boston e, além de focar toda a sua atenção no trabalho, faz voluntariado e não acredita ter espaço para uma mulher em sua vida. 


“Em meu ramo de atividade, conhecia pessoas novas a todo momento e nenhuma delas havia me afetado. Mas não é assim que as coisas funcionam? Você conhece milhares de pessoas, mas nenhuma delas tem algum real significado para você. Porém, um belo dia, você esbarra em alguém e, de repente, esse alguém significa tudo.” (pág. 9)
“O que aquela mulher tinha que me deixou tão perturbado? Aquilo tudo não fazia sentido. A minha cabeça queria lutar contra aquele absurdo, não ceder a ele, mas meu corpo me traía o tempo todo.” (pág. 24)
“Emoções conflitantes brotaram dentro de mim. Eu estava feliz por tê-lo conhecido, triste por ter de partir, confusa quanto ao significado de tudo aquilo e com esperança de voltar a vê-lo. Tudo ao mesmo tempo. Eram muitas sensações de uma só vez.” (pág. 84)
“Por causa de Jules eu estava quebrando todas as regras e fazendo o tempo todo coisas que eu não considerava sensatas.” (pág. 99)
O destino reservou uma mudança de planos para os dois. Em um hotel em Boston, Jules e Cal se encontram pela primeira vez. A atração entre os dois é imediata. Ela, com sua perspicácia e inteligência. Ele, com sua elegância e cavalheirismo. O que poderia ter sido um caso de apenas uma noite, se tornou algo muito maior. O grande problema é como viver esse relacionamento quando os dois moram em lugares diferentes. Será possível manter os sentimos apenas com mensagens de texto e ligações? 



“Eu sempre ouvi dizer que o cara certo podia tirar o seu mundo dos eixos e fazer você querer mudar as prioridades da sua vida. Bem, parecia ser esse o efeito que Cal exercia sobre mim.” (pág. 112)
“Tinha de existir uma maneira de conciliar uma carreira de sucesso com um relacionamento.” (pág. 189)
“Eu sempre estive perfeitamente bem sozinho; passei toda uma vida sem tê-la dormindo ao meu lado, mas agora a minha cama parecia insuportavelmente vazia e fria.” (pág. 196)
Infelizmente, algumas coisas me incomodaram durante a leitura. A primeira delas diz respeito ao primeiro contato entre a Jules e o Cal. A protagonista perde sua identidade de uma hora para outra por conta de um homem - esquecendo-se de tudo o que era devido aos lábios de Cal. Jules estufava o peito para falar de sua independência amorosa, mas caiu de amores por ele. E isso não tem problema, mas esse acontecimento foi tratado de forma muito bizarra. Num primeiro contato, o desejo mútuo entre os dois, principalmente como consequência da atração física, foi quase animalesco. 
“Eu gostaria de poder ler corações.” (pág. 219)
“Nem sempre nós podíamos escolher a quem amar. Às vezes, era um impulso irresistível que nos guiava, uma força gravitacional, algo que não podíamos ver nem controlar, mas que nos arrastava com força na direção de outra pessoa. Claro que nós podíamos tentar resistir. Mas no final o amor sempre vencia, porque não se tratava de uma luta justa. O amor tinha uma arma secreta, um instrumento de poder incomparável para usar contra nós – o nosso próprio coração.” (pág. 223)
“Como eu gostaria que as dúvidas que atormentavam a minha mente e o meu coração fossem bloqueadas com a mesma facilidade com que se bloqueava alguém no Facebook.” (pág. 227)
“Eu sabia exatamente o que eu queria e quando queria antes de nos conhecermos. Mas então você apareceu e me fez questionar tudo.” (pág. 266)
Além disso, a autora não desenvolveu de forma mais convincente o relacionamento entre os dois. Eles simplesmente trocaram olhares, e um já sabia toda a verdade que existia dentro do outro. Essa rapidez foi outra coisa que me incomodou, uma hora eu estava lendo como os dois eram workaholics e, em outro momento, eles já estavam perdidamente loucos um pelo outro. Isso não fez o menor sentido. As coisas poderiam ter acontecido com calma. 

Por último, não consegui comprar o Cal. Sim, ele é charmoso, tem os lábios de um anjo e poderia habitar os sonhos de qualquer leitora. Mas, no início do livro, ele fala muitas vezes das mulheres de forma generalizada, o que causa muita frustração. Por exemplo, “as garotas são esquisitas”, como se o seu vasto conhecimento sobre o universo feminino o permitisse generalizar dessa forma - e o personagem faz isso em mais alguns momentos. Sem contar que, após o grande erro que Cal comete com relação a Jules, a forma como ele pensa não causa empatia nenhuma pela sua situação. Sinceramente? Foi uma das poucas vezes em que não torci pelo final feliz do casal. 

Também senti falta de outros personagens. É claro que temos o Lucas, melhor amigo do Cal e o mais sensato de todo o livro; temos a Tami, a melhor amiga da Jules, que conquista com seu jeito excêntrico de ver a vida; e uma rápida aparição do irmão de Cal e sua esposa. Enxerguei potencial para esses personagens, mas eles foram bem estereotipados e podem ser descritos como, por exemplo, “os típicos personagens que estão ali apenas para ser a fonte da razão para o casal”. O livro inteiro é focado na Jules e no Cal, o que é bem cansativo. 


Mas é claro que a história também tem seus pontos positivos. Narrada em primeira pessoa pelos dois personagens, a transição dos pontos de perspectiva é excelente. Elas acontecem no timing certo e a autora conseguiu criar duas personalidades distintas para os dois. Sua escrita também é bem leve, fluída e ela consegue falar muito bem sobre a dor de um coração partido. Falando nisso, a ficha catalográfica define o livro como ficção erótica. Acredito que um dos pontos fortes e o que sustenta toda a história é mais do que apenas a atração física e, sim, o romance entre eles, quando o casal está se curtindo e se conhecendo. Esses momentos de descoberta e de compreensão são os melhores. 

Apesar de alguns pontos fracos que encontrei durante a leitura, Dear Heart, Eu Odeio Você! é um livro muito otimista quando se trata de relacionamentos à distância. É como se a autora falasse que existe uma chance, e a prova disso é o amor entre a Jules e o Cal, ambos de lugares opostos dos Estados Unidos. 




Nenhum comentário

Postar um comentário

© BLOG ROTINA AGRIDOCE- TODOS OS DIREITOS RESERVADOS | Design e Programação por MK DESIGNER E LAYOUTS