4.5.18

[Resenha #1618] Um Sedutor Sem Coração - Lisa Kleypas @editoraarqueiro @LisaKleypas


Um Sedutor Sem Coração
Lisa Kleypas
ISBN-13: 9788580418156 
ISBN-10: 8580418151
Ano: 2018
Páginas: 320
Idioma: Português
Editora: Arqueiro
Classificação: 5 estrelas
Skoob
Compre: Amazon
Sinopse: Devon Ravenel, o libertino mais maliciosamente charmoso de Londres, acabou de herdar um condado. Só que a nova posição de poder traz muitas responsabilidades indesejadas – e algumas surpresas. A propriedade está afundada em dívidas e as três inocentes irmãs mais novas do antigo conde ainda estão ocupando a casa. Junto com elas vive Kathleen, a bela e jovem viúva, dona de uma inteligência e uma determinação que só se comparam às do próprio Devon.Assim que o conhece, Kathleen percebe que não deve confiar em um cafajeste como ele. Mas a ardente atração que logo nasce entre os dois é impossível de negar. Ao perceber que está sucumbindo à sedução habilmente orquestrada por Devon, ela se vê diante de um dilema: será que deve entregar o coração ao homem mais perigoso que já conheceu?Um sedutor sem coração inaugura a coleção Os Ravenels com uma narrativa elegante, romântica e voluptuosa que fará você prender o fôlego até o final.



Resenha:

Publicado pela editora Arqueiro, no livro Um Sedutor Sem Coração, da autora Lisa Kleypas, primeiro da série Os Ravenels, somos transportados para Hampshire, na Inglaterra, em 1875. Por lá, conhecemos Devon Ravenel, um homem que não gosta de responsabilidades. Pelo contrário, suas únicas preocupações são com o desjejum, a mobília de sua casa em Londres e a bebedeira contínua de seu irmão West. Falando nisso, os dois são temperamentais, agem em nome da emoção e não levam muito a sério os assuntos que deixam outras pessoas aflitas. 

“Infelizmente, os Ravenels sempre foram muito ardentes e impulsivos. Cediam a todas as tentações, se permitiam todos os pecados e zombavam de todas as virtudes. Como resultado, tinham a tendência a morrer mais rápido do que conseguiam se reproduzir.” (pág. 12)
“Como já testemunhara a dor que as pessoas podem infligir a quem amam, não tinha o menor desejo de fazer o mesmo com ninguém.” (pág. 17)
“Só quando já fosse tarde demais, Kathleen descobriria um fato crucial da vida: só se conhece verdadeiramente um homem quando se convive com ele.” (pág. 24)
“Às vezes é preciso amar algo antes que ele se torne digno de amor.” (Pág. 31)
“Nunca fui um herói, e não tenho desejo algum de ser.” (pág. 34)
“Uma propriedade arruinada, uma fortuna quase no fim e uma mulher que não poderia ter.” (pág. 62)
“(...) as pessoas mais espertas às vezes causam os piores problemas para si mesmas.” (pág. 86)
Porém, uma notícia surge para contrariar completamente o modo de vida de Devon. Ao que tudo indica, seu primo Theo faleceu em um acidente envolvendo um cavalo. Sendo assim, seguindo a ordem natural da vida, Devon herdou duas coisas que exigem total compromisso de sua parte: um título e um condado. Como conde, além de algumas terras e uma casa, ele agora deve ser o responsável pelo Priorado Eversby, em Hampshire. As coisas até seriam mais fáceis se a propriedade estivesse em boas condições, mas ela está caindo aos pedaços, precisa de reformas em todo canto e investimento pesado em tudo ao seu redor. Receber essa herança não é sinônimo de elevar um degrau na aristocracia da época, mas ter muita dor de cabeça. 
“O propósito da sociedade é evitar o comportamento natural.” (pág. 133)
“Sempre escolha o poder. O dinheiro pode ser roubado ou perder valor, e não lhe sobrará nada. Com poder, sempre se pode conseguir mais dinheiro.” (pág. 151)
“Conheço muitos fatos científicos sobre o coração humano, e um deles é que é muito mais fácil fazer um coração parar de bater em definitivo do que evitar amar a pessoa errada.” (pág. 173)
“Cheguei a pensar que...morreria querendo você.” (pág. 175)
“Algumas palavras podem acorrentar com mais eficiência do que correntes.” (pág. 190) 
Junto com a propriedade, ele também precisa lidar com as pessoas que estão dentro dela. Além de três primas, as gêmeas espalhafatosas Pandora e Cassandra, e a meiga Helen, Devon precisa se esforçar para suportar Kathleen, viúva de Theo, que, em um primeiro momento, não gosta dele. Na verdade, Kathleen ficou casada apenas três dias com Theo. Ela nem o conhecia de verdade, porque durante todo o tempo em que eles ficaram juntos, alguém estava ao redor para assegurar a integridade de Kathleen. Mesmo sem ter realmente passado um período grande ao lado do marido, ela insiste em viver o luto que é imposto pela sociedade. Apesar de seu jeito intimidador, Devon sente uma atração muito forte pela viúva. Com Kathleen ao redor, a estadia de Devon em Hampshire promete não ser nada fácil. 
“Esse é o resultado de ler romances demais. Uma história não precisa de um final. Não é isso que importa.” (pág. 238)
“O desejo sempre é uma motivação melhor do que o medo.” (pág. 240)
“Parece que ainda não percebeu que, nesta vida, felicidade é opcional.” (pág. 253)
“Ela sempre seria dele, não importava para onde fosse ou o que fizesse.” (pág. 286)
“(...) nada daquilo importava sem Kathleen.” (pág. 296)
“Sessenta anos? Um homem como aquele não deveria ter que esperar nem 60 segundos.” (pág. 314)
Eu sou apaixonada por romances de época, por isso tento analisar bastante os livros que retratam uma paixão histórica. Desta vez não foi diferente, e só encontrei coisas que me fizeram amar o universo criado pela autora. A lista é grande, mas tentarei resumir para você. Vamos começar com a escrita, que é extremamente instigante. O livro é narrado em terceira pessoa e temos as perspectivas de diversos personagens, essencialmente do casal principal. A autora utiliza palavras de época, mas inseridas em contextos simples, nada que dificulte a compreensão. Como consequência, a leitura é rápida. Fiquei ávida e devorei todas as páginas o mais rápido possível. 

As descrições de lugares, moradias, vestimentas, modos, trejeitos e costumes de época são muito imersivos. Às vezes parecia que eu estava sentindo o cheiro do desjejum que os moradores do Priorado Eversby estavam fazendo. Também encontrei algumas críticas ao longo da leitura. Por exemplo, segundo o livro, uma mulher precisa ficar muitos anos em luto após a morte de seu companheiro e, mesmo após ter parado de usar peças de roupas escuras, ela não pode viver plenamente feliz com outra pessoa. Pelo contrário, ela precisa se manter com o dinheiro de sua perda e fazer coisas que coincidem com o fato de ser mulher. Falando nisso, e contrariando os costumes, muitas personagens são empoderadas e manifestam suas posições contrárias ao que é determinado. 

A história não foca apenas no relacionamento amoroso entre Devon e Kathleen. Temos também alguns tópicos relevantes para a época, como a administração da propriedade de um conde. E aqui não posso deixar de salientar que foi super interessante conhecer um romance histórico que não se passa totalmente em bailes suntuosos, residências magistrais e ambientes elegantes. Diversamente, temos aqui como pano de fundo o trabalho árduo de pessoas comuns e simples do século XVIII. 



Os personagens são sensacionais, por falta de outra palavra. Todos eles são compostos por camadas de características que se revelam em diálogos e situações importantes para o caminhar da história. O melhor exemplo que consigo encontrar é West, irmão de Devon, que no começo parecia ser uma sombra do irmão, sem muita personalidade. Mas, de pouquinho em pouquinho, ele revela ter um olhar fraternal com as irmãs Ravenels, e consegue ser o braço direito de Devon, um ombro amigo de Kathleen e, por consequência, um excelente personagem, muito bem construído e detentor das melhores partes. 
Por fim, não posso deixar de mencionar que, em certos momentos, fui pega desprevenida com situações imprevisíveis. Apesar dos sustos (não vou dizer se foram de surpresa ou tristeza), recebi esses momentos como mais um ponto positivo para a autora e seu livro, já que a experiência de uma leitura não precisa fica presa a heróis caricatos ou instantes esperados. 

Um Sedutor Sem Coração tem todos os elementos que gostamos em um romance de época, personagens belamente construídos e fascinantes, ambientação imersiva, uma escrita estimulante, muitas surpresas e circunstâncias improváveis. Você vai se apaixonar por Devon e Kathleen, West, as irmãs Ravenels e, mais do que tudo isso, o Priorado Eversby será seu mais novo lugar favorito. 




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