23.6.18

[Resenha #1639] Cristianismo puro e simples - C. S. Lewis @ThomasNelson_br


Cristianismo puro e simples
C. S. Lewis
ISBN-13: 9788578601577
ISBN-10: 8578601572
Ano: 2017
Páginas: 258
Idioma: Português
Editora: Thomas Nelson Brasil
Classificação: 5 estrelas
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SINOPSE: Em um dos períodos mais sombrios da humanidade, a Segunda Guerra Mundial, C.S. Lewis foi convidado pela BBC a fazer uma série de palestras pelo rádio com o intuito de explicar a fé cristã de forma simples e clara. Mais tarde, ajustado pelo próprio Lewis, esse material daria origem a Cristianismo puro e simples, um grande clássico da literatura. 
Na obra mais popular e acessível de seu legado, Lewis apresenta os principais elementos da cosmovisão cristã, gradativamente conduzindo o leitor a temas mais profundos e complexos, provocando reflexão e debate. Nesta edição especial e com tradução de uma das maiores especialistas em Lewis do Brasil, você vai encontrar as palavras que encorajaram e fortaleceram milhares de ouvintes em tempos de guerra — e ainda reverberam mais de 70 anos depois.




RESENHA: 

Nos anos 40, a Grã-Bretanha se encontrava em uma guerra. Com o objetivo de apaziguar os ânimos do povo que convivia diariamente com a destruição, a BBC convidou o autor C. S. Lewis para explicar e defender a fé cristã em uma série de programas de rádio. Realizados de 1942 a 1944, esses programas foram transcritos para o livro Cristianismo puro e simples.
“(...) tenho a convicção de que Deus não deixa ninguém à espera a não ser que a julgue benéfica.” (pág. 8)
“Se não acreditássemos na boa conduta, por que a ânsia de encontrar justificativas para qualquer deslize?” (pág. 11)
“A Lei Moral nos informa da melodia a ser tocada; nossos instintos são meras teclas.” (pág. 12)
“O único envelope que posso abrir é o Ser Humano.” (pág. 17)
“Descobrimos mais coisas a respeito de Deus a partir da Lei Moral do que a partir do universo em geral, da mesma forma que sabemos mais a respeito de um homem quando conversamos com ele do que quando examinamos a casa que ele construiu.” (pág. 18)
“Deus é o nosso único alento, mas também o nosso terror supremo; é a coisa de que mais precisamos, mas também da qual mais queremos nos esconder.” (pág. 18)
Ele é dividido em quatro partes. Na primeira, o autor discute sobre a conduta do ser humano. Para ele, todas as pessoas têm noção de que precisam se comportar de uma determinada maneira e, mesmo que tentem, elas não conseguem se livrar dessa noção. C. S. Lewis também defende que todos transgridem a Lei Natural e não se comportam da maneira que deveriam. Além disso, ele traz observações sobre o altruísmo, a criação do universo em seu modo materialista e religioso e a existência de Algo ou Alguém por trás da Lei Moral. 

Na segunda parte, temos a divisão da humanidade: aqueles que acreditam em Deus ou em deuses, e aqueles que não acreditam em nada. Conhecemos também o cristianismo água-com-açúcar, o Dualismo, o que torna os seres humanos cruéis, o livre-arbítrio oferecido por Ele e os questionamentos que esse tópico levanta, as teorias com relação a morte de Cristo e as três coisas (batismo, fé e Eucaristia) que trazem Ele para dentro de nós. 
“Podemos decidir ser bons por amor à própria bondade, mas não podemos ser maus por amor à maldade.” (pág. 21)
“Só uma pessoa má precisa do arrependimento, mas só uma pessoa boa consegue arrepender-se perfeitamente.” (pág. 26)
“Em quem buscaremos socorro, senão em alguém mais forte do que nós?” (pág. 26)
“Se você está pensando em se tornar cristão, eu lhe aviso que estará embarcando em algo que vai ocupar toda a sua pessoa, inclusive o cérebro.” (pág. 31)
“A sociedade cristã só virá quando a maioria das pessoas a quiser, e ninguém pode querê-la se não for plenamente cristão.” (pág. 34)
“Os seres humanos julgam uns aos outros pelas ações externas. Deus os julga por suas escolhas morais.” (pág. 35)
“Depois de cada fracasso, levante-se e tente de novo.” (pág. 39)
“Se as pessoas não acreditam em casamento para sempre, talvez seja melhor viver juntas sem estar casadas que fazer uma promessa que não pretendem cumprir.” (pág. 40)
Na terceira parte, o autor discute a conduta cristã. Em um primeiro momento, ficamos por dentro das três regras morais que existem justamente para prevenir falhas do Homem, e das sete virtudes – quatro são chamadas de cardeais (fundamentais) e três de teológicas. Ainda, o autor fala sobre a coragem, a justiça, a Regra Áurea do Novo Testamento (faça aos outros o que gostaria que fizessem para você), as diferenças entre a teoria médica e a técnica da psicanálise, as escolhas morais, a virtude da castidade e o sexo, o casamento cristão e suas “obrigações”, o perdão e o orgulho.  
“Se você visualizar o tempo como uma linha reta pela qual viajamos, tem de imaginar a Deus como a página na qual a linha é desenhada.” (pág. 59)
“Toda vez que você fracassar, ele o colocará novamente em pé.” (pág. 70)
“(...) não devemos nos surpreender se encontrarmos entre os cristãos pessoas que ainda são más.” (pág. 73)
“Se você buscar a si mesmo, no fim só encontrará o ódio, a solidão, o desespero, a fúria, a ruína e a podridão. Se buscar a Cristo, o encontrará; e, junto com ele, encontrará todas as coisas.” (pág. 77)
Na quarta e última parte, C. S. Lewis faz o que todo mundo o aconselhou a não fazer: falar sobre Teologia. De forma simples, que é o objetivo principal do livro, ele aborda as doutrinas e os escritos cristãos, a alma humana, a noção e o amor de Deus, a oração, a relação de tempo e espaço, o fingimento na esfera humana, a importância da Igreja, a bondade natural e a evolução. 
Além dessa divisão em quatro partes, o livro também traz um prefácio escrito pelo autor sobre as mudanças da linguagem oral para a escrita na versão impressa dos programas. Além disso, a Introdução é uma contextualização escrita pela novelista americana Kathleen Norris. Também existem muitas notas de rodapé durante a leitura, elas nos ajudam e convidam a participar ainda mais do que está sendo tratado. 

Acho que o contexto em que o livro está inserido é um dos motivos que o torna tão incrível. Imagine como as pessoas, principalmente os britânicos, se sentiram ouvindo os programas de rádio; a esperança que elas nutriram em relação ao momento em que estavam vivendo. Imagine também o quão acalentador foi ouvir um homem inteligente falando sobre o cristianismo e o amor existente em Cristo, enquanto as bombas, os gritos, as mortes e as notícias ruins se espalhavam como praga no lado de fora das casas.  

A escrita é extremamente informal. O autor utiliza muito a palavra “você”, o que dá a sensação de que está falando diretamente com a gente. E ele conseguiu realizar o propósito de transformar um assunto tão complexo em algo simples, por exemplo, dificilmente aparecem dúvidas com relação a algum tópico. Além disso, seu conhecimento e argumentos são impressionantes.

Só consigo descrever a leitura como sendo transformadora.  C. S. Lewis em nenhum momento se abstém da época em que era ateu. Diferente de outros autores que poderiam passar uma borracha no passado, ele até mesmo demonstra por meio de exemplos como pensava em sua vida sem Cristo e o que mudou depois de ter se tornado cristão. A forma como ele faz isso é encantadora, fica claro que o autor era apaixonado pelo que fazia e pelo que acreditava.

Cristianismo puro e simples é um aprendizado para toda a vida. Sua leitura é agradável e instigante, repleta de exemplos e adoração a Cristo. Recomendo para todos os leitores que estão em busca de uma obra moderna, inteligente e que guarda os pensamentos apaixonantes do autor C. S Lewis.  




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