[Resenha #190] A seleção - Kiera Cass @cialetras

Título: A Seleção 
Título Original: The Selection
Série: A Seleção (#1)
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte (Companhia das Letras)
Páginas: 327
Ano: 2012
Classificação: 5 estrelas
Compra: Submarino

Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a Seleção é a chance de suas vidas. A oportunidade de escapar da vida estabelecida para elas desde o nascimento. Entrar em um mundo de vestido brilhantes e joias de valor inestimável. De viver em um palácio e competir pelo coração do lindo Príncipe Maxon. Mas para America Singer, ser Selecionada é um pesadelo. Isso significa virar as costas para seu amor secreto com Aspen, que é de uma casta menor que a dela. Deixar sua casa para entrar em uma competição acirrada por uma coroa que ela não quer. Viver em um palácio constantemente ameaçado por rebeldes violentos. Então, America conhece Príncipe Maxon. Gradualmente, ela começa a questionar todos os planos que fez para si mesma- e percebe que a vida que ela sempre sonhou não é nada comparada com o futuro que ela nunca imaginou.

Resenha:

"A Seleção" é definido como uma versão distópica do futuro, onde o Estados Unidos foi substituído pelo Estado Americano da China, e com muita luta se tornou agora conhecida como Illéa. E este é governado por uma monarquia, e sua população estão agrupadas em 8 castas , sendo a Oito a mais miserável, até chegar na casta Um, a casta da realeza.

É por isso que para um monte de meninas, ser escolhida para a seleção é uma oportunidade incrível. De todo o reino, 35 meninas são escolhidas para disputar o coração do Príncipe Maxon Scheave, e quem ganha não só escapa de sua casta, mas acaba governando o país como a rainha quando a hora chegar.

No entanto, a America Singer não poderia estar menos interessada. Já tem um namorado chamado Aspen, um rapaz de uma casta inferior, e ela não está interessada em príncipe nenhum, nem coroa, ou a fama e fortuna que a Seleção traz. Quando ela é escolhida para participar, ela não espera que dure mais de uma semana.

Tudo isso muda quando ela finalmente encontra o Príncipe Maxon. Gentil, compreensivo, e longe de ser o aristocrata estúpido que ela pensou que ele seria, America vai deixar seu  coração na Seleção? Ou será que o amor que ela deixou em casa ainda vai vencer?

Talvez por causa dessa premissa, é um pouco surpreendente descobrir que "a seleção" não é tão fofa ou descartáveis, como seria de se esperar. A rigidez do sistema de castas que Illea tem em vigor permite que a autora comente sobre uma variedade de coisas - a partir da conexão entre pobreza e más escolhas de saúde reprodutiva para o privilégio que algumas pessoas de castas superiores bem-intencionados podem inadvertidamente ter mais do que as de casta inferior.

O formato com que a seleção é realizada - um show televisionado muito parecido com "The Bachelor" - também permite a autora de fazer alguns comentários sobre a forma como as mulheres são tratadas em programas como este e numa sociedade arregimentada como Illea. Durante a seleção, as meninas dizem o que são, literalmente, e são feitos alguns questionamento bastante invasivos. E não é como se fosse melhor do lado de fora da competição - Casar é literalmente a única maneira para essas meninas poderem melhorar o seu estado de vida.

Os comentários nem sempre são feitos com elegância ou sutilmente - a conversa que os Estados Unidos e Maxon tem sobre a falta de uma rede de segurança social para os da casta mais baixa tem toda a sutileza de um sermão de igreja -, mas o fato de que a autora ainda toca nesses tópicos em um romance claramente voltado para jovens e adolescentes é encorajador.

America, embora não seja exatamente uma heroína inovadora, pelo menos tem alguns momentos em que ela começa a brilhar. Ela é um pouco mais experiente do que o Príncipe Maxon quando se trata dos aspectos mais físicos do namoro e relacionamentos, e é refrescante ver uma menina tomar a iniciativa pela primeira vez quando se trata de beijos e amassos.

Eu amei todos os personagens deste livro, especialmente America. Ela foi sincera e realmente muito divertida de se ler. Você realmente quer que as coisas funcionem entre America e Aspen, no início deste livro, mas Maxon vai crescer dentro de você e no final você vai estar dividido entre a escolha que a America tem de fazer. Eu também quero dizer que eu gostei de como a America entrou neste triângulo amoroso. Ela não tem de imediato dois admiradores amorosos brigando por ela, as relações são construídas de uma forma mais real. Eu gostei especialmente de sua relação com Maxon e como seus sentimentos por ele se alteram conforme o livro avança.

Eu adorei o Príncipe Maxon, ele não é o seu príncipe habitual mimado que foi exposto a nada, mas o dinheiro, coisas materiais caras e jantares. Na verdade, ele ajuda seu pai com as estratégias e decisões militares e está muito disposto a entender as dificuldades que existem no resto do país e agir em conformidade.

E a história seria completa sem um vilão? Celeste é rude, convencida, calculista, ambiciosa e rica! Ela tem toda a educação que faz dela uma boa escolha para rainha, mas sua atitude é arrogante. É muito claro que ela não tem interesse em Maxon, e só está competindo pela coroa. Ela é retratada como sedenta pelo poder e é uma personagem dimensional cujas motivações e métodos são facilmente vistos por todos, exceto pelo nosso protagonista. Pobre Maxon. Tenho certeza que ela vai mostrar suas garras para ele com o tempo.

Uma vez que a parte real da Seleção começa, este livro é quase impossível de largar. É tão rápido e te suga de tal forma que você simplesmente não pode esperar para descobrir quem é eliminado em seguida.

Um ponto que quero comentar é que o mundo criado pela autora é semelhante ao de Jogos Vorazes no fato de existirem diferentes classes de pessoas e o fato de que muitas das classes mais pobres lutam por coisas básicas como comida e são governados pelo crime. 

A capa é a coisa mais linda do mundo, não tem como não se apaixonar e querer ler imediatamente. O trabalho de revisão, tradução e diagramação estavam excelentes. Parabéns pela editora pelo belo trabalho.

No geral, eu definitivamente amei ler A seleção e no final eu estava tão viciada que já engatei a leitura do próximo livro. Então, meu conselho é leia esse livro agora.