5.4.16

[Resenha #849] Reviravolta - Michael Connelly @Suma_BR


Título: Reviravolta
Autor: Michael Connelly
ISBN-13: 9788581051178
ISBN-10: 8581051170
Ano: 2012
Páginas: 380
Editora: Suma de Letras
Skoob
Classificação: 4 estrelas.
Compre: Submarino

SINOPSE:
Em Reviravolta, Michael Connelly traz de volta o detetive Harry Bosch e o advogado Mickey Haller, os dois personagens mais marcantes em sua carreira literária. No livro, um crime brutal havia abalado a vida dos moradores de Hancock Park em 1986: Melissa Landy, 12 anos, foi estuprada e assassinada, seu corpo tendo sido abandonado em uma lixeira. Vinte e quatro anos depois, o caso volta a julgamento, sob o olhar atento da mídia e do público. Com o surgimento de novas evidências, o crime cometido há duas décadas pode ter um novo culpado com a reabertura do caso. O acusado original, Jason Jessup, tem agora em mãos uma prova de DNA que pode inocentá-lo, gerando uma reviravolta que acabou conquistando o apoio da opinião pública. Porém, Mickey Haller, conhecido pelas defesas vitoriosas, aceita agora uma nova missão: atuar pela primeira vez como promotor de justiça, provando a culpa de Jessup. Para ter sucesso em sua incursão, Haller conta com a ajuda de nomes já conhecidos das tramas de Connelly: a agente do FBI Rachel Walling; a promotora Maggie McPherson, sua ex-mulher e mãe de sua filha; e, finalmente, Harry Bosch, seu meio irmão. Haller precisa superar um advogado de defesa hábil na manipulação da mídia, um réu ardiloso e uma testemunha relutante em depor anos após o crime que abalou sua vida. Mas Halley e Bosch não têm muito tempo para poder garantir que o acusado é realmente o assassino de Melissa: Jessup está solto, sob fiança, e eles acreditam que ele fará mais uma vítima a qualquer momento. E a situação fica ainda mais perigosa quando as próprias famílias dos protagonistas acabam envolvidas.


Resenha:

Em Reviravolta acompanhamos o advogado de defesa criminal Mickey Haller tornar-se promotor especial no caso de Melissa Landy, uma jovem de 12 anos encontrada morta dentro de uma lixeira. Esse caso é antigo. O crime ocorreu há 24 anos e o assassino da vítima foi sentenciado a prisão perpétua, mas ele consegue recorrer ao evidenciar erros durante a investigação. E isso não era para ocorrer!

Mickey está do outro lado da força. Ser promotor é algo que ele nunca imaginou ser já que todos os dias enfrenta a promotoria como advogado de defesa, mas nesse caso ele representará o Povo e isso é algo bastante interessante de se ler. Ver um advogado sair da sua zona de conforto, antecipar as estratégias que a defesa usará em julgamento, tudo isso presenciamos durante a reabertura do caso.

Você se pergunta o porquê do caso ter sido reaberto logo no início da leitura. Bom, Jason Jessup, o acusado pelo assassinato, foi preso numa epóca em que as investigações ocorreram de forma acelerada e sem apuração dos minímos detalhes. Um detalhe que não foi checado na epóca era o semên encontrado perto da borda do vestido da vítima. Ele foi ignorado e não passou pelo procedimento correto. Só que o semên não era de Jessup, mas isso contribuiu para a sua prisão após a testemunha principal, e irmã da vítima, ter reconhecido ele. Mas o fato do semên não ser do acusado foi fator suficiente para o caso da Melissa Landy ser reaberta para novo julgamento definitivo. Isso foi uma jogada de mestre vinda de Jessup.


Um homem inocente que passou 24 anos presos por um crime que não cometeu... É claro que isso é manchete exclusiva para mídia nacional e isso é um dos grandes problemas que Mickey Haller irá enfrentar. Todas as fichas pendem para o lado de Jessup e a Promotoria terá que se contorcer para provar que essa pessoa inocente não existe.

 Não posso afirmar que os personagens representantes da promotoria, nesse caso, são muito bem construídos mas durante momentos da investigação somos agraciados com detalhes de suas vidas pessoais. Isso foi algo que veio a calhar bastante pois não perdemos o foco principal do livro que é o caso do assassinato de Melissa Landy. Demorar-se muito nas vidas pessoais de personagens de fora só vem a deixar um enredo rico se tornar extenso e monótono. O autor soube dosar na medida certa sobre a vida pessoal dos personagens.

O caso do Jessup é muito bem detalhado, temos um panorama completo e me surpreendeu e me tomou como refém do enredo.

É a primeira vez que leio um livro tendo como característica julgamento de um caso e posso dizer que a experiência que Michael Connelly me proporcionou foi incrível. Aplaudo-o de pé!

Fiquei bastante impressionado com o quanto Mickey Haller é bem resolvido em seu relacionamento com sua ex-mulher, e mãe de sua filha, Maggie McPherson. Eles formaram até que uma equipe boa. Mas o personagem que me tomou bastante atenção e gostei muito foi o detetive Harry Bosch! Ele consegue criar uma filha sozinho após perder a esposa e isso é algo admirável de ver.

O final é bastante imprevisível. Não esperava a maneira como o desfecho foi escrito e isso foi um ponto extremamente positivo. E para melhorar tudo um detalhe que Bosh encontra abre hipóteses para um novo livro.


Ah, descobri que Reviravolta é o terceiro livro de uma série envolvendo o advogado Mickey Haller, mas em nenhum momento senti que estava perdendo algo ou recebendo spoiler de outro livro. Não. O enredo dessa obra é completo por si só, o que me faz acreditar fielmente que os outros livros envolvendo Haller como protagonistas também podem ser lidos como livros únicos.

A capa do livro não me chamou a atenção, não, mas a sinopse fez o trabalho. A fonte das letras é grande e as páginas são amareladas, proporcionando uma leitura fluida e sem dores de cabeça. Os capítulos são curtos e isso foi algo que me agradou bastante. Não encontrei erros ortográficos nem furos no enredo. Meus sinceros parabéns a editora pela edição. Para quem procurar um livro policial por uma perspectiva diferente - a de julgamento - Reviravolta é o pedido certo!



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