5.2.13

[Resenha #122] Terra Brasilis Pré-história e arqueologia da psique @editorapaulus




Terra Brasilis  -Pré - história e arqueologia da psique

Autor(a): Marcos Callia / Marcos Fleury de Oliveira
sinopse:
Terra Brasilis: pré-história e arqueologia da psique reúne alguns trabalhos de psicologia junguiana, arqueologia e arte, apresentados no XIX Moitará, que vão proporcionar uma visão da dimensão das bases e vertentes ancestrais indígenas existentes antes do descobrimento, e uma revisão de um dos pontos principais do pensamento de Jung, a Teoria dos Arquétipos. 







Resenha:


Como uma apaixonada por arqueologia, quando vi esse livro, ele me chamou a atenção. E posso dizer que não me arrependo, ele é de leitura rápida, mesmo sendo uma leitura mais técnica e profunda.

Este livro é um encontro entre arqueologia e psicologia, e iremos conhecer um pouco desse mundo científico e material da arqueologia e a alma coletiva da psicologia - duas velhas antiguidades. 

Ele nos conta o quanto somos parecidos com nossos ancestrais promitivos, por exemplo, no modo da ação, na busca de alimentos, nos cuidados e apego à prole, na delimitação de território, etc...e tantos outros comportamentos.

Outro ponto interessante no livro, é que ele questiona, que o tema pré-história em geral é desconhecido da granda maioria dos brasileiros, o que faz parte de um fato facilmente observado entre todos nós: o desconhecimento da nossa própria história, principalmente desse tempo milenar, vivido por diversas culturas com suas riquezas e sabedorias espalhadas em nosso território. O ensino desse tema em nossas escolas até hoje é nebuloso e tem lapsos importantes.

Quem entre nós, com exceção dos especialistas, conhece alguma coisa da nossa pré-história?

"...não sabemos quase nada sobre a cultura marajoara, com sua engenharia de sofisticados diques para o direcionamento das águas, seus rituais mortuários... E o que dizer da cultura tapajônica, possivelmente uma grande civilização no coração da Floresta Amazônica, às margens do rio Tapajós, com cerâmicas expressivas e com os mágicos Muiraquitãs? Que lástima não nos darmos conta de que essas culturas extintas são comparadas atualmente com as conhecidas e populares culturas Maias e Incas." pág 16

"Entrando em contato com essas histórias, penetraremos em camadas mais profundas do inconsciente brasileiro, abrindo possibilidade de uma reformulação da identidade de nossa alma ancestral." pág 18

Outro ponto do livro é mostrar o papel dos museus na divulgação da arqueologia no Brasil. Nos últimos anos o conhecimento arqueológico no Brasil vem tendo grande repercussão não só nos museus, como exposições nacionais e internacionais, como nos diversos meios de comunicação: jornais e revistas de grande circulação, que divulgam aspectos das "grandes" descobertas em sítios arqueológicos pelo país, e até mesmo em programas televisivos de audiência considerada; parece que finalmente essa área do conhecimento está saindo do anonimato.

"As razões desse desconhecimento de grande parte da sociedade brasileira, tanto em relação à arqueologia brasileira como também em relação ao período pré-colonial, podem ser compreendidas à luz de alguns aspectos: na própria conformação da história do nosso país que, sem dúvida, não atribuiu a importância devida ao segmento indígena na discussão em relação à polêmica questão da identidade nacional, à forma como nossas elites trataram a questão indígena em termos jurídicos e, obviamente, ao fato de que a arqueologia como área de conhecimento é muito recente em nosso país." pág 21 e 22.

E este livro também trata mais profundamente sobre a cultura marajoara, cerâmica, simbolos, arquétipos...e faz também um estudo sobre a psicologia simbólica junguiana.

Recomendo este livro para quem se interessa por arqueologia e sobre psicologia também. É uma ótima leitura, recomendo!!


Um comentário

  1. Mas vejam só: um livro sobre Pré-história. E eu que sou professora de História não conhecia... rs
    Vou confessar que não sou muito fã dessa área. Gosto mesmo é de História Contemporânea, mas acho importante que as pessoas tenham mais contato com a temática, já que assim podem formar um pensamento mais crítico e fazer com que a curiosidade seja despertada. Vou até mandar o link para uma amiga da área. BJS!

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